Divulgação
Astro canadense lançou Honestly, Nevermind sem aviso prévio e pegou os fãs de surpresa, mas performance não reflete a popularidade do cantor
Um dos grandes astros da era do streaming, Drake pegou os fãs de surpresa na última sexta-feira (17). Sem aviso prévio, o canadense lançou seu novo álbum, Honestly, Nevermind, nas plataformas e provocou correria entre público e crítica. Mas, por enquanto, o resultado tem sido discreto, ao menos para os parâmetros de Drake.
Nesta segunda-feira, no ranking do Spotify, apenas três das 14 faixas do álbum aparecem entre as 20 mais ouvidas no mundo. Pouco para quem foi eleito o artista mais escutado da última década na plataforma. O melhor resultado, claro, foi no dia do lançamento, quando Drake emplacou todas as novas músicas no top 40. Ou seja, o interesse rapidamente se esvaiu.
Mas o que explica essa performance vacilante de Honestly, Nevermind?
Quase que numa referência direta ao título, que pode ser traduzido livremente como “sinceramente, não importa”, Drake não fez tanta questão de causar grande impacto. Muito menos de atender exatamente ao que os fãs esperam dele —uma mistura tanto sensual quanto melancólica de R&B e trap.
Tanto é que Drake adotou a postura sincerão num vídeo que está rodando as redes sociais. Aparentemente, segundo a NME, ele foi gravado durante a festa de lançamento de Honestly, Nevermind. Nele, o cantor canadense diz: “Tudo bem se você ainda não entendeu. Está tudo bem. Isso é o que fazemos. A gente espera vocês pegarem. Porém, nós estamos aqui, nós já pegamos. Vamos para o próximo. Minha nossa!”.
Acontece que Honestly, Nevermind traz uma sonoridade peculiar quando comparamos com a obra prévia de Drake. O rap é praticamente escanteado em favor de vertentes da house music, da dance e da música de club. Ao mesmo tempo, alguns críticos apontaram que ele não é apelativo o suficiente para fãs da house music, nem para os de hip-hop.
Na declaração em vídeo, Drake também aponta para novos lançamentos que estariam a caminho. No fim das contas, Honestly, Nevermind pode acabar sendo visto como um trabalho experimental do popstar canadense. Um exercício de estilo no qual aborda ritmos que ele estava ouvindo. Na dinâmica insana de lançamentos do streaming, brechas como essa não costumam exatamente tirar o interesse de um artista.
Luccas Oliveira
Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.
Ver mais conteúdos de Luccas OliveiraTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?