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Luísa Sonza é tema de documentário da Netflix

Netflix/Divulgação

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Haters, Rivotril e choro: Série expõe saúde mental de Luísa Sonza

Novo documentário da Netflix mostra a trajetória de Luísa Sonza --e como os ataques dos haters impactam a vida da artista

Adriana Del Ré

Se existe uma lista de alvos preferidos dos haters entre artistas brasileiros, o nome de Luísa Sonza definitivamente está no topo dela. Desde que começou a namorar o youtuber Whindersson Nunes, em 2018, a cantora e compositora de 25 anos sabe o que é estar na mira de discursos de ódio nas redes sociais. Os dois se separaram, a carreira de Luísa ganhou vida própria, mas os ataques não cessaram. Pelo contrário. Ainda muito jovem, Luísa precisou criar seus mecanismos de defesa se quisesse continuar –e isso custou sua saúde mental.

[Alerta de gatilho: este texto contém informações que podem ser sensíveis a pessoas com depressão ou tendências suicidas]

Então, mais do que narrar sua história, o documentário Se Eu Fosse Luísa Sonza, dirigido por Isabel Nascimento, que estreou nesta quarta-feira (13) na Netflix, mostra as contradições de ser uma figura pública forjada nas redes sociais: Luísa alcançou um grande sucesso com sua música, com recordes no Spotify, ao mesmo tempo que sofre constantes abusos psicológicos de haters.

Esses ataques tiveram alguns ápices, como quando Luísa Sonza se separou de Whindersson –e foi acusada de ter traído o influenciador–; quando engatou namoro com o cantor e compositor Vitão; e, principalmente, quando Whindersson e sua então namorada Maria Lina perderam o filho logo após o nascimento dele.

Os haters culpavam Luísa pela morte do bebê. A cantora e sua família começaram a receber ameaças de morte constantes. Luísa Sonza precisou sair do Brasil. Passou 15 dias no México. “Eu tive de ir embora do país, estava com medo de me matarem”, desabafa a artista.

Dividido em três episódios, o documentário expõe os altos e baixos emocionais da artista. Na verdade, mais baixos que altos. É visível que a saúde mental de Luísa Sonza está em frangalhos por vivenciar uma combinação matadora de muita exposição, longas turnês pelo país e muito ódio destilado nas redes.

Na produção, não fica claro se Luísa tem quadro de depressão ou mesmo se tem acompanhamento de um profissional da área. Mas a artista chora muito, admite que toma Rivotril e que, várias vezes, se imaginou pulando de um prédio. Naturalmente, suas composições foram refletindo essa atmosfera mais triste, falando de dores da alma, dores do amor.

Se Eu Fosse Luísa Sonza tenta seguir o formato tradicional de documentário, colhendo alguns depoimentos, mas se restringe a ouvir pessoas do convívio da artista –pais, pessoas do seu staff, amigos. Um dos únicos que não fazem parte de sua bolha e que participam do documentário é o ex-marido Whindersson, que finalmente esclarece sobre o fim do relacionamento dos dois: ele quis a separação.

Seus outros ex-namorados, Vitão e Chico Moedas –o muso inspirador do hit Chico–, não dão depoimentos. O filme também não se aprofunda muito na questão do processo de racismo movido pela advogada Isabel Macedo de Jesus contra Luísa. Se limita a reproduzir um vídeo de Luísa falando sobre o episódio para a câmera do celular, sem nenhuma provocação de um interlocutor.  

As filmagens do documentário chegaram ao fim antes de a traição de Chico e o rompimento do casal virem a público. Não se sabe se depois Chico Moedas foi procurado pela produção, mas o documentário é atualizado com a informação do fim do relacionamento.

É interessante observar que, antes de a traição ser exposta, o filme mostra um dos raros momentos em que Luísa Sonza parecia feliz com a vida que estava vivendo, tanto profissional quanto pessoal.        

Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.

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