MÚSICA

Gal Costa foi eleita uma das melhores cantoras da história

Divulgação/Camila Alcântara

LUTO

Expoente maior da MPB, cantora Gal Costa morre aos 77 anos

Integrante dos Doces Bárbaros foi revolucionária no cenário musical brasileiro e subverteu costumes com sua voz e atitudes poderosas

Giulianna Muneratto

Gal Costa, uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira, morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 77 anos. A cantora, que cancelou seu show no Primavera Sound São Paulo de última hora, precisava se recuperar da retirada de um nódulo. A causa da morte ainda não foi revelada. 

A morte foi noticiada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pela Tangerina com a assessoria da cantora. Nascida em Salvador, na Bahia, Maria da Graça Costa Penna Burgos começou a vida profissional como balconista, mas rapidamente tornou-se revolucionária no cenário musical brasileiro.

Ainda adolescente, Gal iniciou a carreira ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé no espetáculo Nós, Por Exemplo…, em 1964. No ano seguinte, ela já soltava a voz no disco de Bethânia, Gil e Veloso, com quem viria a formar o grupo conhecido como Doces Bárbaros, um dos mais importantes da contracultura da década de 1970.

Uma das pioneiras do movimento Tropicália, Gal também era assumidamente bissexual e subverteu e revolucionou costumes desde o seu surgimento na cena musical nacional. Entre os mais de 30 discos lançados em 57 anos de carreira, Gal marcou a vida de brasileiros com hits como Eu Vim da Bahia, Baby e Que Pena (Ela Já Não Gosta Mais de Mim).

Em 1975, ela conseguiu se descolar um pouco do movimento alternativo ao gravar Modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi (1914-2008), que virou tema da novela Gabriela –sim, aquela música do “eu nasci assim / eu cresci assim / e sou mesmo assim / vou ser sempre assim / Gabriela”. Depois, também emplacou as aberturas de Vale Tudo (1988) e Deus Nos Acuda (1992).

Ao lado de Caetano, Gil e Bethânia, foi tema de um dos enredos mais famosos do Carnaval brasileiro: em 1994, a Mangueira levou para o sambódromo o samba Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu, que ultrapassou os limites da Sapucaí e entrou na cultura pop nacional.

Em setembro, ela pausou sua agenda para fazer uma cirurgia de retirada de um nódulo na fossa nasal. A expectativa é de que ela retomasse a turnê As Várias Pontas de uma Estrela, na qual revisitava grandes sucessos dos anos 1980 do cancioneiro popular da MPB, ainda em novembro. Gal Costa tinha apresentações marcadas para dezembro e janeiro do ano que vem.

Indicada cinco vezes ao Grammy Latino, Gal Costa não venceu nenhuma, mas foi contemplada pelo conjunto de sua obra com um prêmio de excelência musical em 2011. Também levou sete edições do Troféu Imprensa, sendo quatro como melhor cantora, uma como revelação feminina e duas como melhor música.

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Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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