Reprodução/Instagram
Banda divulgou a segunda parte do projeto Mercury nesta sexta-feira (1º) e volta a falar sobre vulnerabilidade e perda
Imagine Dragons divulgou o segundo álbum de estúdio em menos de um ano, nesta sexta-feira (1º). Mercury – Act 2 é uma continuação do “ato 1″(lançado em setembro de 2021) e volta a abordar temas sobre vulnerabilidade e, principalmente, luto.
Os lançamentos seguem uma sequência de acontecimentos na vida de Dan Reynolds, vocalista e co-compositor de todas as faixas dos dois álbuns. Em dezembro de 2019, ele anunciou que faria uma pausa na carreira para “focar em ser um pai, marido e amigo”. Assim, o álbum Origins (2018) não ganhou uma turnê de divulgação.
Pai de quatro filhos, Dan contou à CNN que tinha ficado separado de Aja Volkman, esposa e vocalista da banda Nico Veja, por seis meses. Por isso, ele queria aproveitar o tempo com a família, em Las Vegas. O período ainda serviria para Dan tratar a sua espondilite anquilosante, doença inflamatória crônica incurável, que afeta a coluna vertebral e grandes articulações.
Mesmo assim, Dan deixou bem claro que não iria parar de compor durante o hiato. Até que em junho de 2021, o Imagine Dragons começou a divulgação do Mercury – Act 1. Foi com o lançamento do terceiro single, Wrecked, que a banda mostrou o tom mais sóbrio adotado para o projeto.
A música foi inspirada na morte da cunhada de Dan, Alisha Durtschi, em 2019, após uma batalha de um ano contra um câncer. “Essa faixa foi minha maneira de lidar com tudo isso, pois a música sempre foi meu refúgio. Não sendo mais um homem de fé fervorosa, só posso esperar que ela ouça isso em algum lugar onde esteja curada e não sinta mais dor”, o vocalista compartilhou em um comunicado.
Ouça Wrecked, do Imagine Dragons
Música fez parte do álbum Mercury - Act 1
A mudança de clima teve o empurrãozinho de um nome lendário da indústria: Rick Rubin, cofundador da Def Jam Recordings, selo de grandes nomes do hip-hop e do pop, como Kanye West, Rihanna e Justin Bieber.
Como produtor executivo do projeto, Rick incentivou a banda a se jogar em letras mais introspectivas e melancólicas, fugindo de músicas açucaradas e com produções exageradas, como em Believer e Thunder (ambas do Origins, 2018).
“Rick me lembrou que, na última década, meus fãs cresceram comigo. Eles não só querem crescer comigo, mas eles esperam isso. Ele me disse para nunca me preocupar em levá-los para lugares desconfortáveis”, Dan explicou à ABC News.
No lançamento, a banda ainda publicou um texto, deixando claro que queria trazer uma mensagem positiva com o projeto: “Embora mergulhe em momentos de luto e busca, em sua essência, é uma celebração da vida e da humanidade. Embora a vida pareça incrivelmente frágil e finita, ainda estamos vivos”, eles disseram no Instagram.
Seguindo o contexto do Ato 1, a banda anunciou o lançamento do mais novo álbum, que chamou atenção logo de cara pela sua extensão. São 18 faixas, totalizando quase uma hora de disco —algo surpreendente perto dos projetos de até quarenta minutos que se tornaram padrão no pop. Rick Rubin volta ao cargo de produtor executivo.
O novo álbum mostra uma luz no fim de túnel. “Mercury Act 2 se concentra principalmente na vida após a perda. E agora? A vida deve continuar. Você tem obrigações a cumprir. Pessoas para cuidar. Um trabalho. Uma vida própria”, Dan Reynolds publicou nas redes sociais da banda, afirmando que deseja que as músicas tragam divertimento para os ouvintes.
Apesar das afirmações, o álbum volta a retratar as dificuldades da perda. Em Younger, o vocalista pede para voltar no tempo ao cantar os versos “vendo todos os meus amigos morrerem/ Quando eles me prometeram que estariam aqui hoje”. Em Higher Ground, ele apresenta uma visão mais conformada : “Eu vivo até morrer/ Não vai falhar, a menos que eu tente/ Sangrando, continuo respirando”.
Entre os altos e baixos, o segundo ato de Mercury fecha o ciclo de questões existenciais de Dan Reynolds. Para não deixar dúvidas, o projeto traz uma canção chamada I’m Happy (literalmente “eu estou feliz”, em inglês), que pode ser resumida pelos versos “De repente eu sinto que tenho tudo/ Comecei sem nada/ E mesmo quando eu puder cair/ Sei que minha sorte vai voltar”.
Lucas Almeida
Repórter. Passou pela MTV Brasil e Veja.com. É fã de um pop triste e não deixa de ouvir todos os lançamentos musicais da semana.
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