Império de Elvis Presley vira alvo de disputa milionária nos EUA

A ex-mulher de Elvis Presley, Priscilla Presley, está no centro de uma nova e explosiva batalha legal em Los Angeles, conforme noticiado pelo The Hollywood Reporter e pelo Los Angeles Times nesta quarta-feira (13). Ex-parceiros de negócios, Brigitte Kruse e Kevin Fialko, a estão processando por fraude e quebra de contrato, buscando indenização de pelo menos US$ 50 milhões (R$ 270 milhões).

Os queixosos, que lideram a empresa Priscilla Presley Partners, alegam que Priscilla os deixou com grandes prejuízos após afirmar falsamente ser proprietária de seu sobrenome famoso e da marca, embora secretamente os tenha vendido décadas atrás. Eles acusam Priscilla de não ter revelado essa venda ao assegurar investimentos lucrativos, o que teria levado o negócio à ruína.

A ação judicial afirma que Priscilla minou os empreendimentos da empresa ao explorar seus direitos de sobrenome, imagem e semelhança por conta própria, inclusive em aparições de destaque em eventos como o “Christmas at Graceland” da NBC e convenções de quadrinhos, sem compartilhar os lucros.

Há também a alegação de que ela teria subtraído fundos das contas bancárias da empresa. Kruse e Fialko afirmam ter investido milhares de horas e milhões de dólares para revitalizar a imagem pública e a marca de Priscilla, apenas para ver a relação de negócios ser rompida por ela.

Disputa pelo poder na família Presley

A disputa legal também lança luz sobre uma tensa luta por poder nos bastidores do truste (união de empresas) da família Presley. A ação judicial aponta que a filha de Priscilla e Elvis, Lisa Marie Presley, havia sido hospitalizada em 2023 após uma parada cardíaca. Os queixosos alegam que Priscilla, ciente de que a filha planejava removê-la como única administradora de seu truste, teria retirado prematuramente o tratamento médico de suporte vital, com o objetivo de obter controle da propriedade.

A queixa afirma que Priscilla desejava controlar o Promenade Trust, fundo criado por Lisa Marie para gerir sua parte na propriedade de Elvis Presley, e a mansão Graceland, exclamando “Eu sou a rainha. Eu estou no comando de Graceland” na semana seguinte à morte de Lisa. A herdeira do cantor morreu em janeiro de 2013, aos 54 anos, após complicações decorrentes de uma cirurgia bariátrica feita há vários anos. O procedimento provocou uma obstrução em seu intestino delgado.

A ação também alega que Priscilla “forçou” o pai de Elvis, Vernon, em seu leito de morte em 1979, a nomeá-la co-executora da propriedade de seu filho, colocando um ônus sobre Graceland e assumindo a gestão do truste.

Após a morte de Lisa Marie, que era a única herdeira da vasta propriedade de seu pai, Priscilla contestou uma emenda de 2016 ao truste que a removia como administradora, designando a neta Riley Keough, atualmente com 36 anos, e o filho morto Benjamin Keough (1992-2020) como co-administradores. Kruse e Fialko alegam ter intermediado um acordo para resolver essa disputa, que resultou em um pagamento de US$ 2,4 milhões (R$ 13 milhões) para Priscilla Presley.

O que dizem os envolvidos

Em ações anteriores, os ex-sócios já tinham acusado Priscilla de quebra de contrato, alegando que ela estava à beira da falência antes de a empresa começar a gerenciar seus negócios. Por outro lado, o advogado de Priscilla Presley, Marty Singer, negou as alegações em um processo anterior, acusando Kruse e Fialko de “apropriar-se indevidamente de centenas de milhares de dólares”, incluindo a tentativa de Kruse de vender a casa de Presley para si mesma.

Kruse, por sua vez, declarou que agiu sob instrução como co-administradora do truste de Priscilla. Keya Morgan, ex-empresário de Stan Lee, também se envolveu na disputa, alegando que poderia ajudar Priscilla a reaver seus direitos de nome, imagem e semelhança. A relação azedou quando Morgan, ao lado de Priscilla, acusou Kruse e Fialko de coerção e abuso de idosos. Atualmente, Priscilla tem 80 anos de idade.

Jordan Matthews, advogado de Kruse e Fialko, afirmou que as evidências mostrarão que não houve coerção ou abuso, mas sim uma parceria de negócios legítima e bem documentada. Ele acrescentou que seus clientes investiram milhões e anos de trabalho para revitalizar a marca de Priscilla, sentindo-se traídos e falsamente acusados uma vez que o dinheiro estava em jogo. A defesa de Priscilla Presley ainda não se manifestou sobre a nova ação.