MÚSICA

Show da Billie Eilish no Lollapalooza Brasil 2023

Reprodução/Instagram

10ª EDIÇÃO

Lollapalooza: Shows inéditos salvam festival marcado por desistências

Apesar de cancelamentos e frustrações, o Lollapalooza Brasil 2023 foi salvo por apresentações brilhantes de artistas que marcaram o festival

Giulianna Muneratto

A 10ª edição do Lollapalooza chegou cercada de promessas. Shows épicos, fortes headliners que, em sua maioria, nunca tinham colocado o pé no Brasil, nomes da nova geração de artistas e três dias que seriam inesquecíveis aos fãs. Infelizmente, o festival acabou ficando marcado pela quantidade impressionante de cancelamentos, mas conseguiu salvar sua reputação por ter apostado em artistas que têm paixão pelo que fazem e souberam conduzir majestosamente a plateia brasileira.

Lil Nas X e Billie Eilish deram início ao Lollapalooza Brasil trazendo gás e esperança ao festival. Ainda que a sexta-feira (24) tenha ficado sem as apresentações de Omar Apollo, que concorreu à revelação do Grammy e cancelou por conflitos de agenda, e Dominic Fike, destaque da série Euphoria, os dois principais shows da noite não deixaram nada a desejar.

Nomes atuais da música, eles provaram que a nova geração não somente respeita os fãs, mas também entrega muito mais do que promete. O espetáculo grandioso de Lil Nas X ficará eternizado como um dos melhores da edição, enquanto Billie Eilish pôde ser considerada a grande atração do Lollapalooza.

Conduzindo um público recorde de mais de 100 mil pessoas no Autódromo de Interlagos com apenas 21 anos, ela foi calorosa, talentosa e emocionou com a energia surreal que consegue transmitir em seus shows. 

Ao divulgar o line-up deste ano, o Lollapalooza Brasil conseguiu esgotar de cara os ingressos do sábado (25), que teria um feito inédito no país: a vinda do Blink-182 pela primeira vez, o que levou toda a uma geração de amantes do pop punk a desembolsar uma boa grana para ver o fenômeno que, em 30 anos de carreira, nunca tinha pisado no Brasil.

Porém, o grande headliner da vez cancelou o show por conta de problemas de saúde do baterista Travis Barker e prometeu voltar na edição de 2024. Apesar da tristeza dos fãs, o festival conseguiu a tempo um substituto à altura: o duo Twenty One Pilots, que fez seu quarto show no Brasil, até cover de All The Small Things fez para consolar quem estava desolado pelo cancelamento da banda.

Já o vocalista do Tame Impala enfrentou seus problemas de saúde e subiu ao palco de muletas. Mesmo debilitado, Kevin Parker e a banda indie australiana entregaram muito mais do que prometeram e encantaram os brasileiros com sua resiliência e força.

O domingo, porém, foi de uma decepção sem tamanho para os fãs. Willow, filha de Will Smith, desistiu de seu show sem muitas explicações, e Drake, que fecharia a 10ª edição do Lollapalooza Brasil, foi mais um dos grandes cancelamentos sofridos pelo festival. O rapper avisou de última hora que não faria a apresentação por estar sem equipe técnica, o que gerou revolta entre aqueles que realmente gostam do artista.

Mesmo que seu show não tenha mudado de palco nem de horário, Rosalía acabou se tornando, no coração do público, a grande headliner da noite. A apresentação teve conceito, jogo de câmeras, participações especiais, coreografias marcantes e muita energia, para coroar o Lollapalooza apesar das frustrações.

Drake foi substituído de prontidão por Skrillex, nome forte da música eletrônica. Mesmo não sendo do mesmo nicho do rapper, ele conseguiu surpreender o público com um set animado, mas sem muito destaque.

Talvez os artistas que nunca tinham vindo ao Brasil se sobressaiam ao desencantamento causado por tantas mudanças inesperadas e desistências no Lollapalooza Brasil, ou talvez a edição comemorativa do festival fique marcada para sempre como uma mágoa no coração de tantos fãs que tinham esperanças de ver seus artistas preferidos.

Uma coisa, porém, é fato: apostar em nomes fortes foi um grande acerto do evento, pois alguns deles realmente salvaram a edição do que poderia ter se tornado um problema ainda maior.

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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