Marcelo Tofani explora anos 1980 em nova música: ‘Década futurista’

Marcelo Tofani dá continuidade à divulgação do seu álbum de estreia solo com Nanani Nanão, lançado nesta quarta-feira (20). O feat com o duo mineiro X Sem Peita reforça as referências do cantor sobre os anos 1980. “Essa fase do pop tem sido muito revivida nos últimos cinco anos, mas era vista como perdida na linha do tempo antes, porque foi a década mais futurista até então, na moda, na sonoridade e até nas luzes de neon”, afirma ele em entrevista exclusiva à Tangerina.

Antes de Nanani Nanão, Marcelo Tofani já tinha apresentado Certificar, composição inspirada em um documentário sobre a banda Bee Gees. Além da presença de sintetizadores, tão marcantes da década, a nova faixa ainda mostra a aposta do ex-integrante da banda Rosa Neon no trap. Assim como Bill e Breno Ras, do X Sem Peita, o cantor integra o selo AQuadrilha, fundado pelo rapper Djonga, seu conterrâneo.

O mineiro conheceu Djonga ainda no início da carreira, através de um amigo em comum. Eles chegaram a fazer um show juntos em 2015. “Foi uma parada legal. Cada um ganhou R$ 70 e foi feliz para a casa”, brinca Marcelo Tofani. Hoje, ele é um dos poucos artistas do selo que não é do rap, mas mostra sua proximidade. “Antes dos outros Estados olharem para Belo Horizonte como um lugar efervescente na cultura, tinha pouca oportunidade. Era muito comum que as cenas se interligassem. O rap era bem próximo do indie e do samba, por exemplo”, explica.

Assista ao clipe de Nanani Nanão

Feat com X Sem Peita estará no álbum de Marcelo Tofani

A relação com diferentes gêneros também foi a força motriz do primeiro disco de estúdio de Marcelo Tofani, que está está pronto, mas ainda não teve data de lançamento revelada. “Essa versatilidade é o foco do álbum”, diz ele, citando a presença de pisadinha, afrobeat e reggaeton entre as faixas. Um feat com o MC Anjim, do funk Bala Love, também estará entre as inéditas. “Sou todo esse liquidificador e tenho certeza que as pessoas se identificam com o que é de coração.”

Marcelo Tofani e os ‘Anittos indie’

A nova fase solo de Marcelo Tofani chega depois de uma maratona que viveu ao lado do Rosa Neon, grupo que também contava com Marina Sena e que esteve em atividade entre 2018 e 2021. “Apesar de ter durado cerca de dois anos, a gente viveu 50 anos dentro do grupo. Foi tudo muito rápido”, relembra o cantor.

A banda chegou a ser indicada à revelação do ano no Prêmio Multishow de 2020, além de ter feito shows pelo Brasil e pela Europa. Hoje, ele reflete sobre o legado deixado: “Tivemos uma ousadia, querendo ser ‘Anittos indie’, que além da constância de lançar um clipe por mês, inspirados por ela, fazíamos vídeos que pareciam grandes produções com pouquíssima grana. Sinto que isso refletiu. Era menos comum esse cuidado com os clipes no indie”, afirma ele.

Assista ao clipe de Vai Devagar, feat com Rosa Neon com Djonga

Faixa foi lançada pela banda em junho de 2019

Além das músicas e dos vídeos de divulgação deixados, Marcelo Tofani também carrega a amizade de Marina Sena desde o fim da banda. “Ela não tem tempo de respirar. Às vezes, a gente combina de se encontrar e ela fala ‘amanhã vou no Altas Horas’. Mas a gente conversa sempre que pode”, brinca. Assim como a colega indicada a dois Grammys Latinos, ele tem o desejo de ganhar mais fama através da música.

“Quero ser um artista grande, habitar os lugares do mainstream fazendo música do coração”, define. “É um desejo sincero. Quem tem isso é porque manteve a criança interior acesa. É uma espécie de obsessão, mesmo sabendo que aquilo traz coisas ruins, porque você tem que abdicar de muito.”