MÚSICA

O show de despedida de Ozzy Osbourne com Black Sabbath

(Foto: Reprodução/Instagram-Ozzy e Reprodução/YouTube)

DESPEDIDA

O último show de Ozzy Osbourne

O astro de 76 anos morreu nesta terça-feira (22), poucos dias depois de realizar o seu último show ao lado do Black Sabbath

Vinícius Andrade, Tangerina
Vinícius Andrade

O mundo do rock se despede de Ozzy Osbourne, o lendário vocalista do Black Sabbath e um verdadeiro ícone do heavy metal. A família anunciou a partida do Príncipe das Trevas, aos 76 anos, nesta terça-feira (22). O comunicado, repleto de “mais tristeza do que meras palavras podem expressar”, confirmou que ele estava com sua família e cercado de amor em seus momentos finais, pedindo privacidade neste período de luto.

A saúde de Ozzy tem sido um tópico de preocupação há anos. Ele foi diagnosticado com doença de Parkinson em 2019 e estava em processo de recuperação de diversas cirurgias na coluna vertebral. Seus problemas de saúde se agravaram nos últimos anos, e ele chegou a mencionar que esteve “acamado por seis anos” antes de sua última performance.

Em fevereiro de 2023, Ozzy já havia anunciado sua aposentadoria das turnês, citando a incapacidade física de lidar com as viagens após as lesões na coluna, expressando o quanto o pensamento de decepcionar os fãs o “ferrava”. Seu desejo era passar o resto da vida com a família, não “morrer em um quarto de hotel em algum lugar”.

Nascido John Michael Osbourne em Birmingham, Inglaterra, em 3 de dezembro de 1948, Ozzy foi um pioneiro musical. Deixou a escola aos 15 anos e fez bicos antes de fundar o Black Sabbath em 1968, banda que se tornaria uma das precursoras do heavy metal. Com clássicos como “Paranoid”, “War Pigs” e “Iron Man”, o grupo definiu um som pesado e sombrio.

Após sua saída turbulenta do Black Sabbath em 1979, Ozzy lançou uma bem-sucedida carreira solo, superando comercialmente o sucesso de sua antiga banda. Seu single de estreia, “Crazy Train”, lançado no ano seguinte, permanece como uma de suas canções mais icônicas.

Ao longo de sua carreira, Ozzy foi conhecido por shows enérgicos e controversos, incluindo o infame incidente de 1982 onde mordeu a cabeça de um morcego (que ele pensou ser de borracha). Suas batalhas contra o vício em drogas e álcool foram públicas, assim como a tumultuada, mas duradoura, relação com sua esposa e empresária, Sharon Osbourne, com quem estrelou o popular reality show “The Osbournes” nos anos 2000, oferecendo um vislumbre caótico e caloroso de sua vida familiar.

Ozzy Osbourne e Sharon durante cerimônia do Grammy

Ozzy e Sharon Osbourne

Divulgação/Recording Academy

Ozzy Osbourne encerrou sua espetacular jornada nos palcos com um emocionante show de despedida em 5 de julho de 2025.

O evento, intitulado “Back to the Beginning”, aconteceu no Villa Park, em Birmingham, sua cidade natal. Mais de 42 mil fãs lotaram o estádio, e mais de 1,5 milhão acompanharam o show por transmissão ao vivo paga. Foi um momento histórico que marcou a rara reunião da formação original do Black Sabbath –Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward– após 20 anos, com o retorno de Bill Ward à banda desde 2005.

Visivelmente emocionado e enfrentando os desafios de sua saúde, Ozzy cantou do alto de um trono alado, uma adaptação necessária devido à sua mobilidade limitada. Ele expressou sua imensa gratidão ao público, dizendo: “É tão bom estar neste palco, vocês não têm ideia” e “Obrigado do fundo do meu coração”.

O espetáculo de mais de 10 horas, conduzido pelo ator Jason Momoa e com curadoria musical de Tom Morello, foi uma verdadeira celebração do legado de Ozzy e do Black Sabbath. Um verdadeiro desfile de estrelas do metal e do hard rock prestou homenagem, incluindo gigantes como Metallica, Guns N’ Roses, Slayer e Steven Tyler, muitos tocando covers do Black Sabbath e de Ozzy. Artistas como James Hetfield do Metallica ressaltaram a influência da banda, afirmando: “Sem o Sabbath não haveria Metallica”.

No repertório, Ozzy apresentou sucessos de sua carreira solo como “I Don’t Know”, “Mr. Crowley”, “Suicide Solution”, “Mama, I’m Coming Home” e “Crazy Train”. O clímax da noite veio com a reunião do Black Sabbath, que incendiou o palco com um setlist de quatro clássicos: “War Pigs”, “N.I.B.”, “Iron Man” e “Paranoid”. Ao final da performance, fogos de artifício iluminaram o céu de Villa Park, e Ozzy foi presenteado com um bolo, selando um adeus memorável.

O evento também teve um impacto beneficente significativo, arrecadando 140 milhões de libras para instituições como a Cure Parkinson’s, o hospital infantil de Birmingham e o hospício infantil Acorns.

Este concerto foi a última cortina para uma carreira que não apenas definiu um gênero musical, mas também tocou milhões de vidas com sua autenticidade e resiliência. Ozzy Osbourne deixa para trás um legado colossal, uma discografia influente e a memória de um artista que, mesmo diante de adversidades, sempre encontrou uma maneira de rugir para seus fãs. Sua música, como um trovão que ressoa pelo vale, continuará ecoando para as futuras gerações do rock.

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Vinícius Andrade, Tangerina

Vinícius Andrade

Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news

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