Divulgação
Os Crias do Funk é um grupo formado por 11 artistas de sucesso dos anos 1990 que querem unir as gerações do funk e disseminar o gênero pelo Brasil
Foi nos idos dos anos 1990 que o funk começou a quebrar barreiras e a ganhar cada vez mais espaço no Brasil. Nomes como Claudinho e Buchecha, MC Serginho e MC Leozinho marcaram uma geração e abriram portas para o gênero musical se tornar o fenômeno que é hoje. Para reviver essa era de ouro, Buchecha resolveu reunir Os Crias do Funk. Ele convocou um time de astros para apresentar as raízes do funk à geração do TikTok.
Os Crias do Funk conta com MC Bob Rum, Mano Kacau, Mano Teko, William do Borel, MC André do Alto, MC Danda, MC Amaro, MC Mascote, MC Sinistro e DJ Daddo, além do próprio Buchecha. São 11 funkeiros que levantaram o público há cerca de 30 anos e agora estão de volta, se renovando a cada dia.
Sonho antigo de Buchecha, o grupo Os Crias do Funk só pôde se tornar realidade em 2022, por conta da agenda movimentada de cada um dos funkeiros. “Quando veio a pandemia, começamos a perceber [o sucesso d]as lives. E eu observava a quantidade de adeptos que estavam ali assistindo e se divertindo”, comenta Buchecha, em entrevista exclusiva à Tangerina.
“Lembrando disso, eu falei: ‘A gente tem que se reunir para fazer um encontro musical e não só relembrar coisas do passado, mas também fazer coisas novas’. Ainda tem uma lacuna e um espaço muito grande para isso.”
Foi nessa brecha nostálgica da indústria musical que Buchecha encontrou a desculpa perfeita para lançar o projeto. Para Mano Teko e MC Bob Rum, foi fundamental ter o artista à frente do grupo, porque acabou sendo a segurança de que se tratava de uma proposta séria.
“Já foram feitas muitas promessas fantasiosas para a maioria de nós”, conta Mano Teko. “Então, para além da relação pessoal, o profissional também conta muito. É um projeto sério, uma pessoa em que podemos confiar. E ele se desdobra para mostrar que é um processo coletivo, explica tudo e ainda nos deixa à vontade para opinar.”
Para Os Crias do Funk, não tem essa de funk “das antigas” e funk “atual”. O ritmo é uma coisa só, que passou por uma evolução natural nos últimos anos, e que abraça o velho e o novo da mesma maneira.
“A nossa geração, principalmente o nosso público, ficou muito desatualizada dessas coisas de redes sociais e até de procurar música no YouTube. Então esse novo cenário é muito oportuno, porque em vez de ficar criticando o tipo de funk que está rolando atualmente, as pessoas têm que fortalecer, seguir, compartilhar e divulgar as músicas com as quais elas se identificam”, dispara Bob Rum.
“O rótulo de funk das antigas, inclusive, é meio pejorativo. Não existe isso, a música não envelhece. Esse projeto maravilhoso vem justamente para mostrar que não morremos e temos novidades. Aqueles que gostam, contem conosco, sigam a gente.”
Para Buchecha, assim como o rock e o samba, o funk também passou por transformações necessárias. “Todos nós somos muitos antenados com a cena atual, sabemos os nomes dos funkeiros que estão bombando, porque nas pequenas conexões e vivências sabemos que não tem melhor ou pior. Inclusive, temos a possibilidade de fazer parcerias com esses artistas que são maravilhosos e estão bombados”, afirma.
Abraçar a nova geração do funk é o acolhimento que eles buscavam quando iniciaram na música há três décadas. “Eu considero o funk como uma água de rio, que caminha conforme o terreno. Nossa geração teve pouca troca com a geração anterior, e isso se dá até os dias de hoje. Por isso é bacana unir esse grupo que tem um melhor entendimento disso.”
Nesta quinta-feira (2), Os Crias do Funk lançam uma nova música. Intitulada Batata de Marechal, a faixa é inspirada em uma iguaria gastronômica muito conhecida entre os cariocas, que virou praticamente um símbolo do Rio de Janeiro e já conquistou o estômago de estrelas como Snoop Dogg e Pharrell Williams.
“Ninguém nunca tinha feito uma música sobre a batata de Marechal ainda, então vamos prestar essa homenagem. Muitas vezes, valorizamos o que é de fora, mas queremos voltar o olhar para o que é nosso”, explica Buchecha.
Neste ano, Os Crias do Funk ainda vão lançar um álbum com dez músicas, que misturam o funk dos anos 1990 com o que há de mais atual na cena. O primeiro single, O Funk É o Poder, foi apenas o início do resgate das raízes do funk, porque o grupo ainda tem muito a compartilhar com os fãs.
“Vimos uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho nesse projeto, que queríamos que acontecesse há tanto tempo. Agora, estamos aí, levando funk em 2023 para todo o Brasil”, encerra Buchecha.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
Ver mais conteúdos de Giulianna MunerattoTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?