MÚSICA

Os Paralamas do Sucesso agradecem ao público presente no show do Teatro Bradesco

Divulgação/Claudemir Santi

Novo 'quase acústico'

‘Quarentões’ em 2023, Os Paralamas do Sucesso tentam fugir do óbvio

Lenda do rock nacional, trio voltou ao formato 'quase acústico' após 23 anos e, com agenda cheia, já projeta celebrações pelas quatro décadas de estrada

Luccas Oliveira
Luccas Oliveira

Vinte e três anos depois do Acústico MTV (1999), Os Paralamas do Sucesso estão de volta ao formato. A banda acaba de lançar sua participação no projeto Teatro Bradesco Acústico, que fica disponível no YouTube até 29 de outubro. O show foi filmado no próprio teatro, em São Paulo, no último dia 22, e é o terceiro de uma série que já tinha lançado shows de Melim e Jão.

A performance foi no formato “quase acústico”, como brinca o baterista João Barone em papo exclusivo com a Tangerina. Afinal, a guitarra de Herbert Vianna, o baixo de Bi Ribeiro e os teclados de João Fera estavam plugados.

Assista ao Teatro Bradesco Acústico: Os Paralamas do Sucesso

Show fica disponível no YouTube até 29 de outubro

“A gente abriu umas concessões ligeiras, nesse sentido. É complicado usar um piano acústico, por exemplo, é muito grande e dispendioso. Mas existe a intenção do formato, funciona bem”, justifica Barone.

Acústico MTV dos Paralamas rompeu ‘regra’

Em 1999, o Acústico MTV Os Paralamas do Sucesso foi um sucesso comercial, vendendo mais de 500 mil cópias. O álbum ao vivo ficou marcado, também, por fugir de um padrão da série da MTV, já que os artistas costumavam tocar basicamente seus grandes sucessos. Herbert, Bi e Barone romperam a convenção e levaram canções lado B, como Navegar Impreciso, O Trem da Juventude e Nebulosa do Amor.

No show do Teatro Bradesco, porém, foi a vez d’Os Paralamas do Sucesso priorizarem seus “greatest hits”. Estão lá Óculos, Lanterna dos Afogados, A Novidade, Ska, Aonde Quer que Eu Vá e muitos outros clássicos de uma das maiores e mais longevas bandas do rock nacional.

“Como a gente não tinha usado [em 1999] o chumbo grosso do nosso repertório nesse formato, trabalhamos um pouco em dar uma suavizada em algumas músicas para essa versão mais soft. Foi tudo muito bem registrado, gravado, estamos numa alegria danada”, comemora Barone, fã dos acústicos de Nirvana (1994), Eric Clapton (1992) e Cássia Eller (2001).

O resultado foi tão satisfatório que Os Paralamas do Sucesso já pensam em adotar o formato eletroacústico de maneira mais recorrente. “Este show foi uma ótima janela para mostrar ao grande publico que temos ambições neste formato. Estamos pensado em fazer coisas mais formatadas nesse sentido”, revela o baterista.

O baterista João Barone, d'Os Paralamas do Sucesso, em ação

O baterista João Barone, d'Os Paralamas do Sucesso, em ação no show do Teatro Bradesco

Divulgação/Claudemir Santi

Músicas inéditas em breve?

Ele ventila que esta pode ser uma das surpresas d’Os Paralamas do Sucesso para 2023. O ano é especial para o grupo, já que marca os 40 anos do lançamento de Cinema Mudo (1983), álbum de estreia do trio do Rio de Janeiro. Eles tratam 1983 e a gravação do disco como o verdadeiro “marco zero” da banda, por mais que tenham uma história pretérita.

“Vamos tentar aproveitar isso de uma forma criativa, porque ultimamente todo mundo está fazendo 40 anos disso e daquilo. Queremos tentar achar algo que fuja do óbvio”, adianta Barone. “Quem sabe fazer um acústico para celebrar os 40 anos? Quem sabe com uma música inédita para celebrar este projeto?”

Com a agenda lotada desde a retomada dos shows, Os Paralamas do Sucesso priorizam, até o fim do ano, o reencontro com o público pós-pandemia. “Estamos voltando aos poucos à nossa rotina criativa, mas a agenda tem falado mais alto. Porém, em breve vamos voltar à rotina de encontrar, ver as músicas novas do Herbert e produzir coisa nova”, promete o baterista.

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QUEM FEZ
Luccas Oliveira

Luccas Oliveira

Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.

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