MÚSICA

Integrantes do Sorriso Maroto ao lado de fotos em cavaletes de quando eram adolescentes

Divulgação/Arthur Rodrigues

Nostalgia

Sorriso Maroto revive 25 anos de carreira em álbum: ‘Nosso multiverso’

Inspirado por fãs nostálgicos, grupo recupera músicas antigas que não tinham sido lançadas no disco Como Antigamente (2022)

Lucas Almeida
Lucas Almeida

No ano em que completa 25 anos de formação, o Sorriso Maroto lança o álbum Como Antigamente (2022), composto por canções de acervo que não tinham sido lançadas até agora. “É o nosso multiverso”, brinca o vocalista Bruno Cardoso sobre o projeto, em entrevista à Tangerina. “Tem músicas de quase 20 anos. Algumas caíram no esquecimento. Outras são faixas que iam batendo na trave ao longo da vida”, explica ele.

O artista conta que o disco foi criado a partir de uma percepção sobre os próprios fãs do grupo. Os clássicos antigos estavam sendo mais pedidos nos shows, e até fotos de #TBT postadas nas redes sociais ganhavam mais repercussão. “Tem essa nostalgia interessante com o público que sinalizou uma direção para nós”, diz Bruno.

Com 13 faixas, Como Antigamente passeia entre letras engavetadas (caso de Apenas Desejo), criações mais antigas, como Seis da Manhã, além de Amuleto, que conta com Dilsinho entre os compositores. O cantor já tinha participado do último disco do Sorriso Maroto, Juntos (2022), lançado no início do ano.

‘Ar de novidade’

“O Sorriso é uma banda popular, que se comunica com a massa, que faz samba e pagode, em que você tem uma cena bastante competitiva no Brasil”, diz Bruno Cardoso, ao avaliar a perenidade como a maior vitória da banda.

“A gente surgiu fazendo algo que era fora da construção comum. Talvez pela forma que a gente se posicionava, a escrita ou os arranjos. Tinha um ar de novidade. Depois de um tempo, foi ficando obviamente tradicional dentro do gênero. Outras bandas começaram a fazer o mesmo”, relembra ele sobre o impacto deixado.

O novo projeto ainda foi lançado com uma sessão ao vivo gravada no Polo Rio Cine Vídeo, complexo de estúdios do Rio de Janeiro. Os integrantes do Sorriso Maroto foram posicionados em frente a cavaletes com fotos de quando eram adolescentes. Nas imagens de divulgação, ainda foram criadas projeções de como eles estarão em 15 anos —uma referência aos versos “Fui a 2037 e voltei/ É, eu fui te ver/ Vou contar detalhes”, cantados na faixa-título do disco.

A composição surgiu a partir de um desejo genuíno do grupo de se manter ativo pelas próximas décadas. “Ontem, estávamos conversando sobre bandas icônicas que passaram por esse tempo, como U2, Red Hot Chilli Peppers, ou os nossos amigos do Roupa Nova. Tem tantas que falam com com a juventude e já estão na ativa há 30 anos”, exemplifica Bruno.

Assista à gravação de Como Antigamente

Faixa dá título ao novo álbum do Sorriso Maroto

Sorriso Maroto e as novas gerações

Hoje, o vocalista se orgulha de encontrar referências em outros nomes do mesmo gênero. “Artistas como Dilsinho ou Ferrugem são de uma nova safra, com menos de dez anos de carreira. E nós, como uma banda que veio um pouco mais atrás, buscamos as influências que eles nos trazem. Daí, criamos um novo ciclo para o Sorriso”, explica.

O cantor ainda cita a evolução vivida pelos integrantes ao longo da carreira, motivadas especialmente pelo crescimento do mundo digital. Eles foram se adaptando aos lançamentos pelo streaming ou, mais recentemente, às entrevistas em chamadas de vídeo. Bruno chama as adaptações de “upgrades”.

Seguindo o movimento visto no funk e no rap, o vocalista ainda acredita que o Sorriso Maroto enfrentará novas mudanças da indústria. “O samba talvez seja o primeiro da fila passando por um processo de transformação, muito atrelado a novos artistas, a essa nova linguagem e a novos comportamentos”, prevê.

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Lucas Almeida

Lucas Almeida

Repórter. Passou pela MTV Brasil e Veja.com. É fã de um pop triste e não deixa de ouvir todos os lançamentos musicais da semana.

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