MÚSICA

Vulgo FK posta em foto

Reprodução/Facebook

Cheio de hits

Quem é Vulgo FK, rapper que viralizou no TikTok e é sucesso de feats

O rapper coleciona parcerias com WC no Beat, Febem e Maellen; conheça a trajetória do artista antes da fama

Nicolle Cabral
Nicolle Cabral

É muito provável que você tenha ouvido a voz de Vulgo FK. O rapper de 25 anos está por trás dos hits Oi, Como Cê Tá? e Pandora, sucessos absolutos no TikTok.

O codinome de Filype Kaique da Silva (Vulgo FK) aparece na plataforma de compartilhamento de vídeos com mais de 65 milhões de visualizações. Estão ali inúmeros conteúdos criados ao som do refrão “Oi, como cê tá? Eu quero saber a cor da sua calcinha”.

Com ambos os singles, ele conquistou o topo entre as 50 músicas mais ouvidas do Spotify. Se você não o conhece, não se preocupe. A Tangerina veio justamente apresentar quem é esse talento.

Sucesso antes do TikTok

Antes da plataforma virar um terreno fértil para os novos lançamentos musicais, Vulgo FK conquistou a atenção do público com covers nas redes sociais. O mais famoso foi o de Down Below, canção do rapper norte-americano Roddy Ricch, conhecido pelo hit The Box.

No registro, ele aparece vestido com uma camisa do Flamengo e montado em uma moto vermelha na região Morro do Urubu, na Cidade Tiradentes, bairro paulistano onde o rapper nasceu e cresceu.

O artista, inclusive, acredita ter sido responsável por tornar o rapper de Compton famoso no Brasil. Matuê, gigante do trap, concorda.

Após ter viralizado nas redes com o cover, o clipe oficial da música ganhou uma série de comentários brasileiros. “Só quem veio pelo cara da camisa do Flamengo vai curtir”, escreveram alguns fãs.

Descoberto por MC Kevin

Em uma entrevista para o UOL Tab, Valquiria dos Santos, 41, mãe do funkeiro MC Kevin (1998—2021), conta o momento em que o filho conheceu Vulgo FK. “Meu filho o ouviu cantando, gostou da voz dele e pediu para que eu fosse sua empresária em um projeto que estamos criando. Acreditamos muito no talento dele e a humildade dele chama a atenção”. A fala é de 2020.

Na época, MC Kevin ligou para Vulgo em uma chamada de video para elogiá-lo e pedir para que eles trabalhassem juntos. Os dois aparecem em produções como em Melhor Dia V – Inesquecível e Alma Pura, do disco póstumo de Kevin, Passado & Presente. Na mesma entrevista, o artista conta que topou a proposta sem hesitar, pois, estava sob pressão após viver o luto da morte do irmão um pouco mais velho.

O braço estendido por Kevin foi, portanto, uma “salvação” para Vulgo. Um pouco antes dos dois se conhecerem, o artista vivia longe dos microfones e trabalhava como motorista de um aplicativo. Com a chegada da pandemia e o trauma de um assalto, ficou ainda mais difícil conquistar uma renda fixa.

Bem acompanhado

Após ser introduzido na engrenagem da indústria musical, Vulgo construiu uma boa rede de parceiros musicais —e de hits. Hoje, o artista coleciona 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify e tem canções com MC Ryan SP (Gucci), MC Caveirinha e Maellen (Festa de Verdade), Derek (Sexy e Fashion), Febem (Jovem OG) e o precursor do trap funk, WC no Beat.

O artista, inclusive, o convidou para subir ao palco do Lollapalooza 2022. Os dois cantaram juntos a parceria Momento. Além das estrelas já citadas, em entrevista à Tangerina, o rapper Xamã garantiu um novo single com Vulgo. Além dos feats, o rapper tem um disco de estúdio, lançado em 2019, chamado Perdas e Ganhos (Vol. 1). Foi a partir do ano seguinte que ele focou nas colaborações de rap, trap e trap funk.

Morou nos Estados Unidos

Antes de se estabelecer como um dos maiores talentos da cena de trap funk atual, o artista passou por vários “perrengues”. Em 2015, se mudou pela primeira vez para os EUA, para participar de um programa de intercâmbio e aprender inglês. O curso durou três meses e, para arcar com os custos da viagem, precisou vender a moto que tinha na época. Quando decidiu ir, o artista cursava publicidade e propaganda.

Foi quando recebeu a proposta de um amigo para trabalhar em uma agência de audiovisual nos EUA. Para conseguir se bancar, dividiu o apartamento com o mesmo amigo nos projects (public housing projects), um modelo de habitação social para pessoas que possuem menos recursos financeiros.

Vulgo possuía visto de turismo e, para sobreviver, foi agenciado por uma empresa clandestina, onde conseguia empregos de churrasqueiro, limpador de neve, jardineiro, entre outros. Com medo de ser descoberto e deportado do país, ele voltou ao Brasil depois de seis meses. Na mesma entrevista ao UOL Tab, ele desabafa que não aconselha “ninguém a viver o sonho americano dessa forma”. Agora, vive o sucesso autoral e parcerias frutíferas na música.

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Antes de ser repórter da Tangerina, Nicolle Cabral passou por Rolling Stone, Revista Noize e Monkeybuzz. Nas horas vagas, banca a masterchef para os amigos, testa maquiagens e cantarola hits do TikTok.

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