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Público aproveita festa no CL Music Hall, nova casa de shows em Pinheiros

Divulgação/Victor Balde

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CL Music Hall e Rockambole: Conhecemos as novas casas de shows de SP

Os espaços, localizados no bairro de Pinheiros, surgem como ótimas novidades para quem curte música brasileira, principalmente

Luccas Oliveira
Luccas Oliveira

Confesso que escrevo esta primeira coluna fixa de Na Grade, para falar sobre as inaugurações do CL Music Hall (foto acima) e da Casa Rockambole, ainda impactado pelo show que vi na véspera. Arnaldo Antunes e o pianista Vitor Araújo chacoalharam minha mente no Teatro Paulo Autran, no SESC Pinheiros. Volto a falar sobre eles qualquer dia desses, mas já tem trechos no YouTube. Antes, queria fazer um serviço importante para moradores de São Paulo e futuros turistas que virão à cidade.

Depois de lamentar o fechamento de muitas casas de shows que não resistiram à pandemia, o retorno gradual tem permitido pequenas celebrações para a vida cultural do país. Entre elas, a volta dos shows, dos festivais e a abertura de novas casas. Só nas últimas semanas, estive na inauguração de duas delas, em São Paulo. E ambas em Pinheiros, a 800m de distância uma da outra: o City Lights Music Hall (ou CL Music Hall) e a Casa Rockambole. Vamos a elas.

Como é o CL Music Hall

A expectativa é que a casa —recém-inaugurada na rua Padre Garcia Velho 61— receba até 600 pessoas por noite. A capacidade é considerável quando pensamos em palcos que apostam, principalmente, na nova música brasileira. Na festa de abertura, com ingressos esgotados, quem tocou o baile foi a big band Samuca e a Selva, que faz uma mistura gostosa de ritmos brasileiros e latinos, centrada no groove. Um teste difícil para o sistema de som, que entregou bem as sonoridades de mais de dez instrumentos e vozes —destaque para os graves.

Show da banda Samuca e a Selva na inauguração do CL Music Hall, em Pinheiros

Samuca e a Selva fez a pista ferver com seu groove, um bom teste para o sistema de som da casa

Divulgação/Victor Balde

O CL Music Hall é uma extensão musical (e tanto) do City Lights Hostel, que fica literalmente do outro lado da rua. O espaço original já promovia bailes nos fins de semana, muito focados na música brasileira. Também por isso, a casa nasceu com ingressos esgotados.

Apesar de cheio, o serviço como um todo funcionou acima da média de outras casas médias, assim como a refrigeração. O espaço tem três bares divididos entre pista e mezanino, com caixas fixos e volantes vendendo fichas. Não cheguei a ver grandes filas. Os drinks variam entre R$ 32 e R$ 38, enquanto as cervejas vão de R$ 12 a R$ 17. A água custa R$ 6. No bar de cima, ainda há um serviço recomendado para os famintos: a pizzaria, batizada de CitySlices, é uma delícia. Se pudesse, eu pediria as pizzas em casa. Sai por R$ 16 a fatia quadrada, bem servida, e tem diversos sabores, inclusive para vegetarianos e veganos.

Mezanino multiuso

No lado oposto à pizzaria, nos fundos do mezanino, próximo à varanda, há ainda uma área espaçosa que pode ser usada para apresentações menores, como shows de abertura. É uma alternativa bacana que não compromete a estrutura do palco principal nem o cronograma da noite, e aproveita toda a extensão da casa. Na noite de inauguração, o Baile do Pirão, uma atração tradicional do City Lights Hostel, abriu a noite nesse espaço, indo do jazz a Djavan com surpreendente sucesso.

O que precisa melhorar, por enquanto, é a organização do esquema de entrada e a comunicação quanto à programação. Longas filas têm sido formadas na porta, talvez por falta de experiência. Além disso, se você não segue o City Lights nas redes, pode ficar sem saber o que vai rolar. A decoração é elegante, mas ainda pode ser melhor explorada.

Próximos shows

Desde que estive lá, a casa já recebeu outras atrações, como a lenda do nosso soul Di Melo. A agenda confirmada até a publicação desta coluna está assim:

  • 11/3 – Orquestra Brasileira de Música Jamaica e MontyVibe
  • 12/3 – Hélio Ramalho e Bixiga 70
  • 18/3 – Black Mantra + BNegão cantando Tim Maia Racional e Projeto Nave
  • 26/3 – Luedji Luna

Como é a Casa Rockambole

Caso você já tenha ido ao Centro Cultural Rio Verde, que não sobreviveu à pandemia e fechou em abril de 2021, é o mesmo espaço, renovado. Eu nunca tinha ido e fiquei impressionado com a beleza do teatro, de uma arquitetura que poderia estar no próximo filme do Wes Anderson. Pequeno, mas confortável, e um sistema de som digno de bons teatros. Só que, aqui, a pista é em pé.

O teatro é apenas uma parte da Rockambole, que conta com outros ambientes igualmente charmosos. É ideal para circular sem aglomerar e funciona tanto para shows isolados quanto para pequenos festivais ou festas. A ideia é receber entre 500 (capacidade do teatro) e 700 pessoas, dependendo do evento.

Show da banda O Grilo na Casa Rockambole

Banda O Grilo, promessa do novo rock nacional, abriu a Casa Rockambole

Divulgação/Daniel Oliveira

O espaço foi alocado pela turma da Gravadora Independente Rockambole (RCKB), que tem à frente o produtor Ygor Aléxis. A noite de abertura, inclusive, contou com duas bandas que estão no casting do selo: PLUMA e O Grilo. Vale um parêntese, inclusive: anote estes nomes caso você goste de novos talentos do rock nacional. Apesar de jovens, os grupos são muito promissores e já têm um material pronto para te pegar de jeito. Clica nos nomes deles aí em cima para conhecer um pouco.

Diferentemente do que rolou no CL Music Hall, estive na Rockambole para um evento de abertura fechado para convidados, um coquetel de lançamento. Por isso, não vou conseguir fazer o mesmo serviço quanto a bares e preços. Mas o lugar está lindo, cheirando a novo, e merece uma visita. Ainda mais com essa programação abaixo:

Próximos shows

  • 11/3 – Bemti
  • 12/3 – PLUMA e Walfredo em Busca de Simbiose
  • 13/3 – Samba do Sol convida Os Originais do Samba
  • 18/3 – Malfestona com Baby e Totô de Babalong
  • 19/3 – Daparte
  • 20/3 – Samba do Sol convida Clube do Balanço
  • 25/3 – Banda Pelados + Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo
  • 26/3 – Scatolove
  • 27/3 – Samba do Sol convida Discopédia
  • 16/4 – Ananda

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QUEM FEZ
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Luccas Oliveira

Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.

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