NA GRADE

Sampa the Great em foto de divulgação

Divulgação/Travys Owen

Na Grade

Quem é Sampa the Great, rapper zambiana que estreia no Brasil

Revelada na Austrália, artista que mistura hip hop, jazz e R&B chega depois de fazer história nos principais festivais do mundo

Luccas Oliveira
Luccas Oliveira

A rapper Sampa the Great desembarca no Brasil nesta semana. Estreante por aqui, ela faz show em São Paulo nesta quarta-feira (17), na Audio, e parte para o Circo Voador, no Rio de Janeiro, na quinta (18). A miniturnê tem produção do Queremos!, e os ingressos estão à venda.

Nascida na Zâmbia, criada em Botswana e revelada artisticamente na Austrália, a artista de 29 anos tem feito história em 2022. Ao abrir seu show no tradicional festival inglês Glastonbury, no fim de junho, ela anunciou ao público:

“Eu estou neste palco com a primeira banda zambiana a se apresentar no Coachella. A primeira banda zambiana a tocar na Sydney Opera House… E a primeira banda zambiana a tocar no Glastonbury!”. Em julho, Sampa the Great seguiu fazendo história no Roskilde (Dinamarca) e no Coachella (Estados Unidos).

Tem sido um ano, então, de levar seu talento único para além da Austrália, onde venceu os principais prêmios do país, como o ARIA Music Awards (quatro vezes). Este é o objetivo, também, de As Above, So Below, seu segundo álbum de estúdio previsto para 9 de setembro. Tanto que o primeiro single, Lane, traz a participação do prestigiado rapper norte-americano Denzel Curry.

Sampa the Great faz uma fusão deliciosa e potente de hip hop, jazz, R&B, soul e afrobeat. Ela escreve poesias musicais sobre empoderamento, feminilidade e orgulho cultural. “Um orgulho crucial para meu crescimento pessoal e artístico, particularmente por morar tão longe de casa”, explica em seu site oficial.

Sampa the Great voltou para Zâmbia na pandemia

Nascida Sampa Tembo, ela faz questão de reforçar que ser uma mulher zambiana crescida em Botswana é fundamental para a sua arte. Parte disso está atrelada, também, a um preconceito da indústria e da mídia australianas, que por diversas vezes a rotulou como uma artista local, ofuscando sua real origem. O assunto foi abordado na música Time’s Up, que lançou em 2020.

Sampa the Great em Time's Up

Assista ao clipe de Time's Up

Sampa the Great aponta atrasos da indústria musical

Conforme ia ganhando reconhecimento e amadurecendo profissionalmente, Sampa the Great entendeu a importância de firmar os pés na terra de onde veio e cresceu. Por isso, fez questão de voltar para Zâmbia durante a pandemia e formar uma banda apenas de artistas compatriotas.

“Bandas da Zâmbia não fazem turnês internacionais sempre, elas não têm sucesso sempre. Nós queríamos poder viver nossos sonhos e o que veio com isso foi ser a primeira banda da Zâmbia a conseguir. É bom mostrar a jovens zambianos que você pode fazer isso, também”, disse, ao Guardian, nos bastidores do Glastonbury.

Sampa partiu para a Austrália em 2013, quando tinha 20 anos, para estudar engenharia de som —ela é formada nisso, o que a permite participar diretamente dos diversos processos de sua música.

Ela começou a ganhar maior notoriedade em 2017, com o lançamento da mixtape Birds and the BEE9, que fez o Guardian falar que Sampa the Great “está tão próxima de Lauryn Hill quanto de Cardi B”.

Sampa the Great em foto do novo álbum

Assista ao clipe de Lane

Single do novo álbum traz feat. com Denzel Curry

Em 2019, veio o álbum The Return. Segundo o site AllMusic, “o disco vasto e ambicioso reflete vários anos de constante e intensa busca por sua alma. As canções e interlúdios giram em torno de temas como identidade, volta para casa e empoderamento”.

Além de Lane, o novo álbum já teve também os singles Never Forget e Bona, que devem aparecer no setlist dos shows no Brasil. Se puder, não perca!

Informar Erro
Falar com a equipe
QUEM FEZ
Luccas Oliveira

Luccas Oliveira

Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.

Ver mais conteúdos de Luccas Oliveira

0 comentário

Tangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.

Acesse sua conta para comentar

Ainda não tem uma conta?