SOLTO NO RINGUE

Carmelo Hayes na WWE, empresa de luta livre

Divulgação/WWE

WWE

Apesar de estar na Netflix, luta livre sofre com falta de diversidade

O curioso é que talento não falta; nomes como Carmelo Hayes, Ron Killings e Montez Ford têm habilidade para brilhar

Victor Cierro
Victor Cierro

Apesar de estar na Netflix, a luta livre sofre com uma grave falta de diversidade. O cenário da WWE expõe um problema que vai muito além do ringue: já se passaram dois anos e três meses desde a última vez que um homem negro venceu uma luta individual em um evento premium (PLE). Para piorar, o último a sequer lutar em uma dessas ocasiões foi Snoop Dogg, em uma participação especial.

Se a análise for ainda mais rigorosa, o cenário é mais alarmante: já fazem três anos desde que um lutador negro venceu uma luta individual por pinfall ou submissão em um PLE. O feito mais recente foi de Bobby Lashley sobre Austin Theory no SummerSlam de 2022. Desde então, a representatividade no topo dos eventos desapareceu.

O curioso é que talento não falta. Nomes como Carmelo Hayes, Ron Killings e Montez Ford têm carisma e habilidade para brilhar em combates decisivos, mas raramente recebem espaço nos principais shows da empresa. A WWE insiste em uma fórmula previsível, deixando de lado a diversidade que poderia atrair mais público e fortalecer seu produto.

Uma oportunidade perfeita foi desperdiçada neste SummerSlam. O evento poderia ter encerrado com a estreia de Oba Femi, atual campeão do NXT, no elenco principal, interrompendo John Cena em sua despedida e deixando uma marca histórica. O ator da DC, um dos maiores nomes da WWE, poderia ter usado seu legado para alavancar uma nova estrela, criando um momento memorável para os fãs.

Luta livre continua errando

No entanto, a empresa preferiu trazer Brock Lesnar de volta. A escolha gerou ainda mais polêmica, já que o lutador foi citado no processo judicial movido por Janet Grant contra a WWE. Em vez de investir no futuro, a companhia apostou novamente no passado — e em um nome controverso.

A decisão reforça a percepção de que a WWE segue ignorando o que seu público realmente quer. A preferência por nomes consagrados e pouco espaço para talentos diversos impede a renovação natural que a luta livre precisa para se manter relevante.

Mesmo com a parceria com a Netflix, que promete levar o produto a novos espectadores, a falta de representatividade ameaça afastar fãs antigos e impedir que novos se conectem com o esporte. Se a WWE não mudar sua mentalidade, o streaming pode até ampliar o alcance, mas não vai corrigir o problema estrutural que se arrasta há anos.

Informar Erro
Falar com a equipe
QUEM FEZ
Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

Ver mais conteúdos de Victor Cierro

0 comentário

Tangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.

Acesse sua conta para comentar

Ainda não tem uma conta?