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Para celebrar o cinema brasileiro, a Tangerina fez uma lista com cinco filmes nacionais que representaram o Brasil lá fora e concorreram ao Oscar
Duplamente comemorado no Brasil, o Dia do Cinema Brasileiro é celebrado tanto em 19 de junho quanto em 5 de novembro. A razão é simples: foi na data de hoje, em 1896, que aconteceu a primeira exibição pública de filmes no Brasil. Porém, dois anos depois, em 19 de junho, foram registradas as primeiras imagens em movimento no país.
Por isso, o cinema nacional merece festa em dobro! Para lembrar a data, a Tangerina separou uma lista com cinco filmes brasileiros que foram reconhecidos na maior premiação do cinema internacional, o Oscar. Se você nunca assistiu a algum deles, chegou a hora!
Cena do filme O Pagador de Promessas (1962), que também conquistou Cannes
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Primeiro filme brasileiro no Oscar, O Pagador de Promessas é até hoje o único filme brasileiro a conquistar a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes, na França. Na trama, Zé do Burro (Leonardo Villar), um homem humilde, enfrenta a igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de candomblé, de carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso.
O filme é dirigido por Anselmo Duarte (1920-2009) e tem no elenco nomes como Glória Menezes e Dionízio Azevedo (1922-1994). No Oscar, foi derrotado pelo francês Sempre aos Domingos (1962).
Dois prisioneiros fazem uma amizade improvável no longa de Héctor Babenco
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Dirigido por Héctor Babenco (1946-2010), o filme gira em torno de dois prisioneiros que dividem a cela numa cadeia do Brasil no período da Ditadura Militar (1964-1985), Valentin Arregui (Raúl Juliá) e Luís Molina (William Hurt). Um deles é homossexual e está preso por comportamento imoral, enquanto o outro está encarcerado por motivos políticos.
Para escapar mentalmente daquela rotina excruciante, o primeiro inventa filmes repletos de mistério e romance, evocando o poder da imaginação e do cinema. Aos poucos, os prisioneiros se abrem um para o outro e, apesar das discussões políticas, nasce uma improvável amizade. Por ser uma produção Brasil-Estados Unidos, o longa pôde concorrer a melhor filme, diretor, roteiro adaptado e ator. Hurt levou a estatueta da última categoria.
Os casais do filme O Quatrilho
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Filme estrelado por Gloria Pires, Patrícia Pillar e Bruno Campos, O Quatrilho mostra uma comunidade rural de imigrantes italianos no Rio Grande do Sul, na qual dois casais dividem a mesma casa. Com o passar do tempo, uma das mulheres acaba se interessando pelo marido da outra, e ambos decidem fugir. Os parceiros deixados para trás são obrigados a viver uma tragédia que, na verdade, também será repleta de romance.
No Oscar, a produção dirigida por Fábio Barreto (1957-2019) concorreu a melhor filme estrangeiro, mas acabou superada pela holandesa A Excêntrica Família de Antônia (1995).
Dora (Fernanda Montenegro) e Josué (Vinícius de Oliveira), em cena de Central do Brasil
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Além de receber uma nomeação ao Oscar, na categoria de melhor filme estrangeiro, a produção concorreu ao Independent Spirit Award e ao César. Ainda venceu o Bafta, o Globo de Ouro, o National Board of Review e o Satellite Awards –todos na mesma categoria. Além disso, Central do Brasil deu a Fernanda Montenegro uma indicação na categoria de melhor atriz. Quem acabou levando foi Gwyneth Paltrow, por Shakespeare Apaixonado (1999). Já entre os longas, a vitória ficou com o italiano A Vida É Bela (1997), de Roberto Benigni –também premiado como melhor ator.
Ambientado no Brasil, o enredo gira em torno de Dora (Fernanda Montenegro), uma professora aposentada que trabalha como escritora de cartas para pessoas analfabetas na estação Central do Brasil. Ela acaba embarcando na missão de ajudar Josué (Vinícius de Oliveira), um garoto cuja mãe morreu atropelada por um ônibus, a encontrar seu pai no Nordeste.
Democracia em Vertigem (2019) concorreu ao Oscar de melhor documentário longa-metragem
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A última vez que o Brasil deu as caras no Oscar foi com o documentário Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa. A cineasta teve acesso privilegiado a alguns dos mais importantes políticos do país, como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff e o atual mandatário, Jair Bolsonaro, entre outros.
O longa entrelaça o lado pessoal e político para narrar um momento decisivo da história recente do Brasil, demonstrando a clara polarização que foi se criando no país e que levou à ascensão e à queda de grupos políticos. Uma verdadeira aula de história contemporânea em forma de longa-metragem.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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