Ator de Harry Potter fala sobre problema com drogas em novo livro

O ator Tom Felton, intérprete de Draco Malfoy em Harry Potter, se uniu ao grupo de atores que resolveram compartilhar histórias ocultas de sua vida em uma biografia. O britânico abriu o jogo no livro Além da Magia: O Encanto e o Caos de Crescer como um Bruxo, abordando temas como seus problemas com as drogas e sua relação com Emma Watson.

Lançado em outubro, o livro conta com histórias pessoais do ator britânico enquanto ele relembra o começo de sua carreira, passando pelas dificuldades que enfrentou ao crescer nos holofotes e ao abusar do álcool. Além de, é claro, revelar outros detalhes sobre os bastidores de viver o antagonista de Harry Potter. Leia algumas destas revelações: 

Ele não conhecia Harry Potter e não se importava 

Por mais que Harry Potter tenha mudado a vida de Tom Felton para sempre, o ator admitiu que entrou para o elenco da franquia de filmes mais famosa do mundo com sua “usual falta de ânimo”. Ele escreve quem na primeira vez que se encontrou com o diretor Chris Columbus e ele o perguntou o que esperava ver de seu personagem nos filmes, Felton enrolou a resposta e acabou falando um monte de besteira. 

“Eu gostaria de dizer que o Tom de 12 anos foi inspirado a ler alguns dos livros de Harry Potter como resultado de estar envolvido com os testes, mas ele não estava”, escreveu o ator apontando que, talvez, essa sua atitude de “tanto faz” tenha sido justamente o que o levou a conseguir o papel.

Relação com Emma Watson

Tom Felton dedicou um capítulo inteiro do livro ao seu relacionamento com Emma Watson, intitulado “Dramione” –combinação dos nomes Draco e Hermione. Ali, o ator recordou a primeira interação entre os dois durante uma audição, na qual o intérprete de Draco zombou da atriz por questionar o microfone. Nota-se que o começo da amizade não foi nada fácil. 

Ele ainda se recordou de quanto uma jovem Emma, então com nove anos, montou uma apresentação de dança em seu camarim para o elenco –e Felton e Josh Herdman (Goyle) riram da atriz. Só mais tarde na vida percebeu que a atriz tinha muito mais com o que lidar durante seu tempo em Harry Potter, uma vez que era a mais nova do elenco principal e a única menina. 

“A última coisa de que ela precisava, em um ambiente que deveria ser –e normalmente era– seguro, amigável e familiar, era que Josh e eu ríssemos de sua dança”, explicou. “É por isso que me envergonho quando me lembro do nosso comportamento. E é por isso que estou feliz que nossa amizade não tenha acabado por causa da minha insensibilidade.”

Relação especial com os fãs

Em vários momentos do livro, Tom Felton detalhou sua relação única com os fãs de Harry Potter, não deixando de citar as partes boas e as ruins de crescer nos holofotes. Ele lembrou algumas interações bizarras com fãs –como a vez em que uma família inteira o seguiu até a escola– e também contou que desenvolveu uma relação um pouco atípica com alguns deles. “Eu já encontrei com fãs que explicaram que os livros e os filmes os ajudaram a passar por momentos difíceis. É algo que eu levo com muita humildade”, escreveu.

Tem Jason Isaacs como um modelo a ser seguido

Tom Felton dividiu o carinho que tem por vários de seus parceiros de cena durante o livro, inclusive o por Jason Isaacs, que viveu seu pai nos filmes. Além de ser o membro do elenco com quem o ator mantém mais contato até hoje, Isaacs é visto por Felton como sua inspiração. “É um objetivo meu seguir seus passos –mas não ouse contar a ele que eu disse isso.”

Problemas com abuso de substâncias 

O ator ainda abriu o jogo sobre o período difícil que viveu após o fim da franquia Harry Potter, quando teve de lidar com o abuso de substâncias e começou a beber enquanto vivia em Los Angeles. “Chegou num ponto em que não conseguia pensar em mais nada além de ter uma bebida enquanto estava trabalhando”, contou o ator, para quem a situação ficou tão ruim que seus agentes e sua namorada tiveram de fazer uma intervenção. 

Tom Felton foi para um centro de reabilitação em Malibu, de onde saiu menos de 24 horas depois de ser internado. Ele tentou ir para outra instalação, mas foi expulso após ter sido encontrado no quarto de outra paciente. 

A adoção de seu cachorrinho Willow foi o que fez Felton sentir que tinha sua vida de volta aos trilhos, mas não durou muito. O tédio acabou voltando anos depois. Ele eventualmente voltou para a reabilitação e escreveu que foi uma das decisões mais difíceis que já teve de tomar. 

No fim do livro, o britânico disse que espera que, ao contar sua história, possa ajudar outras pessoas que estão passando pela mesma situação. “A única coisa valiosa que realmente temos na vida é o efeito que causamos nas pessoas ao nosso redor.”