(Foto: Divulgação/Universal Pictures)
Com meses ainda pela frente antes do marketing completo, A Odisseia já é tratada como o filme mais aguardado de 2026
A Odisseia ainda está distante das telas, prevista para chegar aos cinemas em 17 de julho de 2026, mas já vem movimentando a indústria como poucos projetos conseguiram nos últimos anos. Dirigido por Christopher Nolan, de Oppenheimer (2023), o filme está sendo tratado como um evento cinematográfico. E a expectativa acontece antes mesmo de trailer completo ou campanha publicitária tradicional. Não é exagero: o impacto está acontecendo nos bastidores, nas salas e na forma como Hollywood está planejando o próximo ano.
O detalhe mais curioso é que essa movimentação não parte de estúdios tentando se proteger da concorrência. Parte de redes de cinema. A Cinemark, por exemplo, anunciou a instalação de 17 novas salas IMAX na América e na América do Sul, incluindo projetores de 70mm, tecnologia que voltou ao foco depois do sucesso de Oppenheimer. De acordo com informações divulgadas pela Variety nesta semana, o objetivo é claro: essas salas precisam estar operando a tempo da estreia de A Odisseia no meio do ano que vem.
Isso não acontece com qualquer produção. A indústria já está acostumada a blockbusters de franquias como Star Wars, Marvel, DC, Narnia ou Jogos Vorazes, mas nenhuma dessas sagas recebeu esse tipo de esforço um ano antes do lançamento. A Odisseia está em uma categoria própria –e grande parte disso se deve à figura de Nolan. A relação do diretor com a experiência cinematográfica é conhecida. Ele defende a projeção em película, o formato IMAX e filmes pensados para tela grande.
Christopher Nolan nos bastidores da Warner Bros.
(Foto: Divulgação/Warner Bros.)
Outro ponto que chamou a atenção foi a venda antecipada de ingressos. A Universal, junto com Nolan, colocou sessões de 70mm IMAX à venda com um ano de antecedência. As sessões esgotaram em poucas horas. Quem comprou ainda recebeu ingressos físicos limitados, transformando a ocasião em algo colecionável. Além de gerar conversa, isso abasteceu um clima de expectativa que só costuma existir após trailers bombásticos.
A Odisseia será o primeiro longa totalmente filmado com câmeras IMAX 70mm, o maior tamanho de tela disponível. Para exibir o filme como Nolan planejou, as salas precisam estar equipadas. O resultado é um investimento real na infraestrutura do cinema. A mudança beneficia não apenas essa produção, mas cria efeito para futuros lançamentos.
Ao expandir o número de salas capazes de exibir A Odisseia como pretendido, Hollywood está reconfigurando o alcance da experiência premium no cinema. Isso afeta não só bilheteria, mas o tipo de filme que estúdios vão considerar “evento”. Em um período em que muito se discute o papel das salas diante do streaming, um filme que faz a indústria se mobilizar fisicamente ganha um peso ainda maior.
Com meses ainda pela frente antes do marketing completo, A Odisseia já é tratada como o filme mais aguardado de 2026. Não pela história conhecida ou por franquia estabelecida, mas pelo que representa: um diretor cujo nome, sozinho, movimenta salas, calendários e investimentos.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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