(Foto: Divulgação/HBO Max)
Produção lançada nesta semana oferece uma visão alternativa e íntima dos 405 dias que Adriane Galisteu viveu ao lado do piloto
O documentário Meu Ayrton por Adriane Galisteu, lançado na última quinta-feira (6) na HBO Max, reacende o debate sobre a vida pessoal de Ayrton Senna (1960-1994) e coloca em evidência a principal diferença entre ela e a minissérie anterior, Senna, da Netflix: o ponto de vista narrativo sobre a trajetória do tricampeão de Fórmula 1.
A obra Meu Ayrton é contada a partir da perspectiva de Adriane Galisteu, que foi a última companheira do esportista e acompanhou de perto o final de sua vida. O projeto nasceu do desejo pessoal da apresentadora de homenagear e revelar o ser humano por trás do ídolo, focando no que ela viveu ao lado dele.
“Esse documentário não é uma resposta [à série da Netflix], ele existe para contar um Ayrton que as pessoas não conheceram. É para fazer uma homenagem. Sou grata a todos que cruzaram meu caminho naquela época, e que fique claro que esse documentário não é para causar nenhum tipo de polêmica. Eu só conto o que eu vivi”, disse a atual apresentadora de A Fazenda, durante uma entrevista coletiva a jornalistas nesta semana. Durante o documentário, a apresentadora da Record evita fazer qualquer tipo de comentário contra a família do ídolo da Fórmula 1.
A produção, dividida em dois episódios de 45 minutos, traz depoimentos da própria Galisteu, além de imagens pessoais e registros de amigos e pessoas que eram próximas do casal, como jornalistas e assessores. A família Senna e Xuxa Meneghel, que namorou com Ayrton antes de Galisteu, não participaram da produção da HBO Max.
Em contraste, a série ficcional Senna, da Netflix, baseou-se ativamente na participação da família do atleta para a construção da trama. A irmã do piloto, Viviane Senna, que é presidente do instituto que leva o nome de Ayrton, esteve envolvida na produção e representava os interesses dos familiares.
Historicamente, a família nunca aceitou publicamente o relacionamento de Senna com Galisteu. Em 1996, em uma entrevista ao semanário francês Paris Match, Viviane detonou Galisteu. “Adriane não tem o direito de falar da vida de Ayrton. Essa moça sempre utiliza a imagem de meu irmão para se promover. Isso não é novo. Nós só achamos que, se ela está precisando de dinheiro, deveria trabalhar como todo mundo e parar de explorar a imagem de um morto”, disse, na ocasião.
A tensão nunca diminuiu com o tempo e se refletiu na narrativa da série da Netflix, já que os familiares teriam exigido que a presença da apresentadora fosse minimizada na trama. A série dramatizada deu apenas dois minutos e 34 segundos de tela para o namoro do esportista com a apresentadora, enquanto um episódio inteiro foi dedicado ao relacionamento de Senna com Xuxa, conforme registrado pelo Notícias da TV.
Enquanto a série da Netflix apresentou a história de Senna com o aval e foco familiar, o documentário da HBO Max oferece uma visão alternativa e íntima dos 405 dias que Galisteu viveu ao lado do piloto, por meio de seu círculo social mais próximo. Dessa forma, as duas plataformas entregam ao público visões diferentes sobre a vida do ícone brasileiro, influenciadas diretamente por quem controlou a linha narrativa.
Vinícius Andrade
Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news
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