FILMES E SÉRIES

Cena do filme documentário Aileen: A História de uma Serial Killer

Aileen Wuornos (Foto: Divulgação/Netflix)

DOCUMENTÁRIO NETFLIX

Aileen Wuornos: a história de uma serial killer no corredor da morte

Ela confessou que assassinou sete homens e foi condenada à morte

Vinícius Andrade, Tangerina
Vinícius Andrade

O caso de Aileen Wuornos, uma das raras mulheres assassinas em série, continua a ser debatido desde a sua morte em 2002, após os assassinatos de sete homens na Flórida entre 1989 e 1990. O que ela fez inspirou a performance vencedora do Oscar de Charlize Theron em 2003 no filme Monster – Desejo Assassino. E é o tema do novo documentário Aileen: A História de uma Serial Killer, na Netflix.

Dirigido por Emily Turner, o filme documental, que já aparece no Top 3 do streaming no Brasil, retoma o caso. Em entrevista ao site Tudum, a diretora explica que Aileen era “confusa e complexa”, desafiando a forma como a sociedade gosta que as mulheres se apresentem.

A História de uma Serial Killer aborda a vida e os crimes da assassina, utilizando uma abordagem que inverte a lógica do true crime. O filme não usa entrevistas “falantes” tradicionais nem análises detalhadas que buscam impor um significado aos eventos. Em vez disso, o público é imerso diretamente na investigação através de imagens de arquivo, cenas de tribunal, fitas policiais e áudios.

A obra apresenta novas conversas em áudio com figuras-chave do caso, bem como imagens de reportagens antigas da correspondente Michele Gillen, do Dateline. O documentário também revela conversas inéditas gravadas entre Aileen, enquanto ela estava no corredor da morte, e a cineasta Jasmine Hirst. A diretora optou por não filmar entrevistas em vídeo para permitir que os telespectadores experimentassem os eventos com imediatismo e para convidar a reflexões mais francas e reveladoras dos participantes.

O que levou Aileen a matar sete homens?

Entre 1989 e 1990, Aileen Wuornos matou sete homens, principalmente na Flórida, onde ela sobrevivia fazendo trabalho sexual nas rodovias estaduais. Nascida em 1956, ela foi abandonada pela mãe aos quatro anos e criada pelos avós, tendo relatado abuso físico e sexual em casa. Aos 14 anos, ela engravidou após ser estuprada e foi forçada a dar seu filho para adoção. A mulher abandonou a escola, foi expulsa de casa e passou a viver em uma trajetória precária de delitos menores e trabalho sexual.

No tribunal, a assassina alegou autodefesa, especialmente no caso da primeira vítima, Richard Mallory, que ela afirmou ter agredido, estuprado e sodomizado. O documentário aponta que registros de condenação anterior de Mallory por tentativa de estupro e tratamento em uma clínica para agressores sexuais não foram introduzidos como prova no julgamento.

A diretora afirma que é mais fácil rotular Aileen como uma “assassina a sangue frio” do que como um “ser humano profundamente danificado” que, de fato, foi moldada pelas circunstâncias.

Como Aileen Wuornos foi presa?

Aileen Wuornos foi presa em janeiro de 1991 em um bar no Condado de Volusia, Flórida. A polícia a rastreou depois que suas impressões digitais nas cenas dos crimes foram comparadas com registros de prisões anteriores. Sua parceira na época dos assassinatos, Tyria Moore, estava na Pensilvânia e cooperou com as autoridades em troca de imunidade processual.

A polícia organizou chamadas telefônicas gravadas, onde a então parceira tentou obter declarações incriminatórias de Aileen. Nesses telefonemas, Wuornos admitiu os assassinatos, embora tenha alegado que eles tentaram agredi-la sexualmente e que ela atirou em autodefesa. Tyria Moore posteriormente testemunhou contra ela no tribunal.

O que aconteceu no julgamento?

Aileen Wuornos foi acusada de assassinato em primeiro grau pela morte de seis homens (embora tenha confessado ter matado sete; o corpo de Peter Siems, a sétima vítima, nunca foi encontrado). No julgamento pelo assassinato de Richard Mallory, a defesa apresentou a alegação de autodefesa após estupro. No entanto, Tyria Moore testemunhou contra ela.

O júri a considerou culpada, e ela foi sentenciada à pena de morte. Para os demais assassinatos, ela posteriormente se declarou culpada ou não contestou, afirmando que precisava se “acertar com Deus”. Ela recebeu seis sentenças de morte no período de um ano.

Como Aileen morreu?

Aileen Wuornos foi executada por injeção letal na manhã de 9 de outubro de 2002, na Prisão Estadual da Flórida. Antes de sua execução, ela foi examinada por um painel de três psiquiatras que a consideraram competente, e o então governador da Flórida, Jeb Bush, aprovou a execução. A condenada manteve até o fim que ela havia matado e roubado os homens “fria como gelo” e que faria isso novamente, expressando que tinha “ódio rastejando pelo [seu] sistema”. Ela se recusou a fazer sua refeição final.

As famílias das vítimas fazem parte do documentário?

Não. A diretora Emily Turner e sua equipe mantiveram contato com as famílias das vítimas e consideraram cuidadosamente suas responsabilidades para com elas. No entanto, eles optaram por não usar a dor das famílias no filme. Emily explicou que, embora as vítimas estivessem no centro do projeto, seria errado para o documentário transformar o trauma dessas famílias em produção.

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Vinícius Andrade, Tangerina

Vinícius Andrade

Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news

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