Divulgação/Paramount+
Em entrevista exclusiva à Tangerina, Angourie Rice lista personagens fortes que a ajudaram na composição da protagonista falha de Honor Society
Todo ator ou atriz aprende desde cedo uma regra básica para estrelar filmes e séries: ignorar a existência da câmera. Mas Angourie Rice, a Betty Brant da nova trilogia do Homem-Aranha, precisou esquecer essa recomendação para viver a protagonista do filme Honor Society, do Paramount+. “Foi muito empolgante”, admite a estrela.
Na comédia, que também conta com Gaten Matarazzo (o Dustin de Stranger Things) no elenco, Angourie Rice dá vida a Honor, uma adolescente disposta a fazer de tudo para estudar em Harvard. Além da dedicação extrema aos estudos, ela bola um plano para sabotar seus principais concorrentes.
O espectador se torna uma espécie de cúmplice de Honor, pois ela quebra a quarta parede e se dirige diretamente à câmera para explicar o que está acontecendo –algo similar ao realizado atualmente em Mulher-Hulk, e que Ferris Bueller (Matthew Broderick) já havia feito no clássico Curtindo a Vida Adoidado (1986).
Apesar de o instinto natural ser ignorar a lente, Angourie explica que não foi tão difícil quebrar a quarta parede em Honor Society. “Eu ouvi, durante toda a minha carreira, ‘não olhe para a câmera’. Quando você finalmente recebe permissão para olhar, é empolgante. E aí vira algo normal, porque ela está ali, é como uma pessoa com quem você quer conversar”, explica ela em conversa exclusiva com a Tangerina.
O problema, brinca a estrela, é voltar a esquecer que as câmeras existem depois de se divertir tanto quebrando essa regra. “Eu amei, foi muito divertido de fazer, mas agora eu preciso treinar meu cérebro novamente para não olhar mais para ela”, conta Angourie, aos risos.
Personagem principal do filme, Honor é encarada como a mocinha da história. No entanto, ela comete atitudes tão condenáveis que é difícil não pintá-la também como vilã. Encontrar o equilíbrio foi um desafio para a jovem protagonista. “Eu tive que encontrar o coração dela. É o que faço com todo papel. Tentar descobrir o que os move, de onde vêm seus sentimentos”, justifica.
“Com a Honor, tudo vem de um lugar de medo e de querer proteger a si mesma, porque ela tem medo de que as pessoas não gostem dela, deixem de amá-la caso descubram quem ela é de verdade. Então eu parti desse sentimento e usei isso para me ajudar a entendê-la melhor.”
Angourie Rice também se inspirou em personagens de outros filmes para construir sua Honor. A lista inclui: Tracy Flick (Reese Witherspoon), de Eleição (1999); Cher Horowitz (Alicia Silverstone), de As Patricinhas de Beverly Hills (1995); Olive Penderghast (Emma Stone), de A Mentira (2010); e Fleabag (Phoebe Waller-Bridge), da série homônima (2016-2019).
“Não acho que Cher e Honor sejam tão parecidas, mas elas têm um arco similar de aprendizado e amadurecimento. A Mentira também foi outra inspiração, porque Olive conversa com a câmera do computador. E acho que principalmente a segunda temporada de Fleabag, porque ela conhece alguém que a enxerga de verdade pela primeira vez. Com Honor é a mesma coisa, ela fica chocada quando Michael [Gaten Matarazzo] a percebe, e aí ela não precisa mais olhar tanto para a câmera”, lista.
Honor Society já está disponível no catálogo do Paramount+. Confira um trecho da entrevista:
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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