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Cena de Record of Ragnarok, anime da Netflix

(Foto: Divulgação/Netflix)

Record of Ragnarok

Esse anime da Netflix merece mais reconhecimento do que recebe

A ambientação e o peso da narrativa continuam a prender quem entra no clima da obra

Victor Cierro
Victor Cierro

Entre os tantos animes disponíveis na Netflix, existe um que divide opiniões, mas também conquista uma legião fiel de fãs: Record of Ragnarok. Lançado com a promessa de mostrar batalhas épicas entre deuses e humanos, o título acabou virando alvo de críticas por conta de sua animação limitada e pelo ritmo arrastado da primeira temporada. Mas, apesar dos problemas, muita gente considera o anime subestimado e acredita que ele merece bem mais reconhecimento.

Grande parte das reclamações vem do ritmo: a produção da Netflix dedicou episódios inteiros para poucas lutas, alongando diálogos e exposições. Para quem esperava ação frenética do começo ao fim, foi uma frustração. Além disso, a qualidade da animação ficou aquém do esperado, com alguns espectadores descrevendo certas sequências como uma “apresentação de slides”.

Mas quem dá uma segunda chance descobre que Record of Ragnarok tem muito mais a oferecer. A história traz conceitos grandiosos — a batalha definitiva entre humanidade e divindade — e apresenta personagens que vão de figuras históricas como Adão e Jack, o Estripador, até deuses da mitologia nórdica, grega e hindu. Esse choque de culturas e estilos cria um universo que poucos animes ousaram explorar dessa forma.

Outro ponto a favor é o material de origem. O mangá em que o anime é baseado é altamente elogiado pela arte detalhada e pelo desenvolvimento das lutas. Mesmo com as críticas à adaptação, muitos fãs defendem que a força da trama e a criatividade do conceito conseguem transparecer na versão animada. Para quem não conhece o mangá, o anime funciona como porta de entrada para esse universo.

Anime subestimado na Netflix

Também não dá para ignorar a grandiosidade das batalhas. Por mais que a execução não agrade a todos, os confrontos são cheios de ideias exageradas e de momentos emocionantes que conquistaram seu espaço na cultura pop. É justamente esse exagero estilizado que dá identidade à obra e faz com que ela seja lembrada, mesmo em meio a produções tecnicamente superiores.

A trilha sonora pode ter sido vista como uma decepção por alguns, mas ainda entrega momentos marcantes, especialmente nas entradas dramáticas de cada lutador. A ambientação e o peso da narrativa continuam a prender quem entra no clima da obra, que aposta mais no espetáculo das ideias do que na perfeição da forma.

No fim, Record of Ragnarok é um anime que talvez nunca alcance a unanimidade, mas que certamente não merece ser descartado. Ele tem falhas evidentes, sim, mas também carrega potencial, estilo e momentos únicos que justificam uma maratona. Para quem procura algo diferente dentro do catálogo da Netflix, é uma experiência que pode surpreender — e muito.

A terceira temporada do anime estreia em 3 de dezembro na Netflix. Assista abaixo ao trailer:

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QUEM FEZ
Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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