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Christian Bale em cena de Batman Begins

Divulgação/Warner Bros.

DC

20 anos de Batman Begins: A lição de Christopher Nolan para James Gunn

O primeiro capítulo não precisa ser o mais espetacular ou bombástico, mas sim o mais sólido

Victor Cierro
Victor Cierro

Batman Begins completa 20 anos neste domingo (15). Lançado em 2005, o longa de Christopher Nolan não é considerado o melhor da trilogia –muitos fãs e críticos o colocam atrás de O Cavaleiro das Trevas (2008) e até mesmo de O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012). Ainda assim, o filme é essencial para o sucesso da franquia e deixou uma lição valiosa sobre como construir um universo de herói no cinema.

O primeiro filme estrelado por Christian Bale como Bruce Wayne não tentou abraçar o mundo todo. Ao invés disso, Batman Begins se concentrou em apresentar com profundidade a jornada do personagem, suas motivações, seus traumas e sua transformação no vigilante de Gotham. O resultado foi um universo coeso e verossímil, que abriu espaço para que as sequências fossem ainda mais ambiciosas sem perder o pé no chão.

Esse cuidado com a fundação da história é justamente o que James Gunn precisa levar em consideração ao preparar seu novo universo da DC nos cinemas. Superman, que estreia em 11 de julho, será o primeiro grande passo da nova fase. E, como Batman Begins mostrou há duas décadas, esse primeiro capítulo não precisa ser o mais espetacular ou bombástico, mas sim o mais sólido.

Gunn já declarou que pretende fazer algo mais otimista e esperançoso com seu novo Superman, interpretado por David Corenswet. Mas o risco de querer resolver tudo em um único filme –apresentar o herói, os coadjuvantes, os vilões e ainda plantar pistas para o futuro do universo compartilhado– é alto. E o exemplo de Nolan mostra que menos pode ser mais.

Legado de Batman Begins

Em Batman Begins, não havia um Coringa logo de cara. O grande antagonista era Ra’s al Ghul (Liam Neeson), um vilão com uma conexão direta com o treinamento de Bruce e com os dilemas morais que ele enfrenta. A escala era menor, mas a história era profunda. E isso tornou a aparição de Heath Ledger (1979-2008) em O Cavaleiro das Trevas ainda mais impactante, porque o terreno já estava muito bem preparado.

James Gunn pode seguir o mesmo caminho com Superman. Em vez de tentar reinventar tudo, ele pode apostar em uma trama mais centrada no herói, mostrando sua humanidade, seus dilemas e suas escolhas. Com isso, ele pavimenta o caminho para filmes maiores e mais ousados no futuro.

Duas décadas depois, Batman Begins continua sendo lembrado como um exemplo de como recomeçar uma franquia com inteligência, respeitando o personagem e o público. E, se James Gunn quiser criar algo duradouro com seus novos heróis, ele pode encontrar no filme de Christopher Nolan uma inspiração atemporal.

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Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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