FILMES E SÉRIES

Ben Palacios e Javier Bardem em Lilo, Lilo, Crocodilo

Divulgação/Arquivo pessoal

LILO, LILO, CROCODILO

Ator encara cabeça de arame para virar crocodilo cantor no cinema

Em entrevista exclusiva, Ben Palacios revela como foi a experiência e os perrengues para dar vida ao réptil no novo longa

Luciano Guaraldo

Lançado nos cinemas na última quarta-feira (2), o filme Lilo, Lilo, Crocodilo traz o réptil cantor como protagonista. O personagem, criado em animação, contracena com pessoas de verdade o tempo todo. E, para trazê-lo à vida, o ator Ben Palacios encarou uma cabeça de arame pouco confortável. “Não era tão pesada, mas incomodava. Esbarrei em muitas coisas na primeira semana”, admite.

Antes de conquistar o papel –o seu primeiro fazendo captura de movimentos (ou mocap, para os íntimos)–, Palacios passou por um processo pouco usual. “Minha agente, Mariko Ballentine da Minc Talent, conseguiu o teste para mim. Eu tive que gravar na minha casa. Eram sete páginas de roteiro em que Lilo não falava uma única palavra. Só tinha ação. Tive que ser perseguido pelas ruas de Nova York, pular em uma lixeira, jogar sacos de lixo para o alto, vomitar um gato… Tudo na minha sala. Foi tão divertido”, lembra ele, em conversa exclusiva com a Tangerina.

Os perrengues continuaram durante as filmagens. No segundo dia, a equipe estava gravando nas proximidades do Central Park, em Nova York, quando o ator sentiu vontade de fazer xixi. “Mas o banheiro mais perto ficava a uns cinco minutos, no zoológico. Como eu tenho um péssimo senso de direção, um assistente precisou me levar até lá. Eu estava com meu traje de mocap, uma cabeça de crocodilo feita de arame, enchimentos no meu peito, andando pelo parque como um maluco… E muitas pessoas nem perceberam. Acho que poucas coisas chocam os nova-iorquinos”, brinca.

A cabeça de arame que Palacios usou durante todo o processo de Lilo, Lilo, Crocodilo serviu como guia para sua atuação. “E para que os outros atores não chegassem perto de mim durante uma cena e ‘desaparecessem’ na boca do Lilo. Também ajudava os cinegrafistas a determinarem quão aberta precisava ser cada tomada. Lilo ocupa muito espaço (risos)”, lembra o ator, que também tinha uma minicâmera em seu capacete para capturar todos os movimentos de sua face –as gravações ajudaram os animadores na hora de construir o crocodilo virtual.

Ben Palacios nos bastidores de Lilo, Lilo, Crocodilo

Ben Palacios nos bastidores de Lilo, Lilo, Crocodilo

Divulgação/Arquivo pessoal

Apesar de Lilo não falar, apenas cantar –sua voz na versão original coube ao cantor Shawn Mendes–, Ben Palacios aproveitou sua experiência com teatro musical para construir o personagem. “Com certeza me ensinou a buscar a atuação e a fisicalidade de um jeito rítmico. Passamos um dia de filmagem fazendo a canção Carried Away e, mesmo que o público não escute a minha voz, eu cantei alto em todas as tomadas. Queria que o esforço físico e emocional parecessem reais”, entrega.

Agora, com uma experiência de captura de movimentos no currículo, o ator sonha com voos mais altos. “Adoraria fazer mocap em um filme como Avatar, ou alguma produção de super-heróis. Também gostaria de atuar sob muita maquiagem. Doug Jones é um dos meus heróis –ele fez o homem anfíbio de A Forma da Água [2017] e Pan em O Labirinto do Fauno [2006]. Personagens tão complicados e chamativos. Ele é uma lenda!”, elogia.

“Eu trabalhei com Doug no meu primeiro filme, uma comédia de terror chamada Love in the Time of Monsters [2014]. Nós dois vivíamos humanos e tivemos só uma cena juntos. Se eu pudesse contracenar com ele novamente, seja com mocap ou maquiagem pesada de alguma criatura, seria o fechamento de um ciclo! Estou com os dedos cruzados.”

Lilo, Lilo, Crocodilo está em cartaz nos cinemas. Confira o trailer da produção:

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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