Sheldon taradão e Penny má: Big Bang Theory quase foi bem diferente

Uma das séries mais populares do século 21, The Big Bang Theory (2007-2019) estreava em 23 de setembro de 2007, há exatos 15 anos. A comédia, porém, quase nem saiu do papel. Antes do sucesso que todos conhecemos, Chuck Lorre desenvolveu uma versão fracassada que tinha um Sheldon (Jim Parsons) obcecado por sexo e uma espécie de Penny (Kaley Cuoco) bem cruel com os nerds protagonistas.

Penny, aliás, sequer tinha esse nome. A musa original se chamava Katie e era interpretada por Amanda Walsh (de Minhas Adoráveis Ex-Namoradas). Ela também não era a vizinha da frente. Depois de terminar seu relacionamento com um homem casado, ela era vista chorando na calçada por Leonard (Johnny Galecki) e Sheldon. Os dois decidiam pagar um jantar para ela, em uma tentativa de animá-la.

Ao contrário de Penny, Katie não era exatamente simpática com os protagonistas. Ela aproveitava qualquer oportunidade que tinha para minimizá-los ou para provocá-los –e não de um jeito amigável. É fácil entender por que a personagem foi “morta” por Chuck Lorre e substituída pela doce mocinha de Kaley Cuoco na Big Bang Theory que o mundo assistiu e aprovou.

Apesar de Katie deixar bem claro que não tem nenhum interesse amoroso ou sexual pelos protagonistas, Leonard a convidava para morar com eles durante alguns dias até ela se reestabelecer –sob protestos de Sheldon, claro. A moça bonita e burra aceitava a proposta, ressaltando mais uma vez que não pretendia dormir com o personagem de Johnny Galecki.

O sexo era outra constante no episódio perdido de The Big Bang Theory. Leonard e Sheldon apareciam logo de cara doando seu sêmen para um banco de esperma –como no capítulo que de fato foi exibido. Mas o nerd vivido por Jim Parsons mostrava suas taras ao revelar que tinha usado uma revista com fotos eróticas de mulheres com quadris largos para “se inspirar”.

Gilda e Katie só apareceram no episódio perdido de The Big Bang Theory

Reprodução/YouTube

Sheldon, ao contrário do gênio que conhecemos, também não era virgem. Em uma conversa com Katie, ele contava que já tinha visto sete mulheres nuas –“e algumas delas nem eram parentes”. Mais tarde, era revelado que ele já tinha transado com Gilda, cientista amiga dos dois e que era vivida por Iris Bahr (de Hacks). Ela é uma antepassada de Leslie Winkle (Sara Gilbert), cientista que não emplacou em The Big Bang Theory.

Howard (Simon Helberg) e Raj (Kunal Nayyar) não existiam na versão original da comédia. Com isso, Leonard e Sheldon eram bem mais antissociais e isolados do que os cientistas que todo mundo acompanhou até 2019. A única amiga que os dois tinham era mesmo Gilda, e ela deixava claro para Katie que eventualmente transaria com Leonard e que a loira devia manter distância para não estragar a dinâmica dos dois.

Apesar das diferenças, algumas sementes daquilo que se tornaria The Big Bang Theory já tinham sido plantadas no piloto nunca exibido. Sheldon demonstrou que tinha dificuldade para compreender sarcasmo durante uma conversa com Katie, e também fez todo um discurso sobre por que a mesa em que está acostumado a se sentar tinha a melhor localização do restaurante –qualquer semelhança com seu lugar no sofá não era mera coincidência.

Outra característica em comum? A presença da enfermeira Althea, vivida por Vernee Watson (a mãe de Will Smith em Um Maluco no Pedaço). No piloto secreto, a profissional da saúde era a recepcionista do banco de esperma onde os protagonistas faziam sua doação. Depois, na série de verdade, ela foi trabalhar em um pronto-socorro e atendeu os personagens sempre que tinham alguma emergência.

O primeiro piloto de The Big Bang Theory foi reprovado pela CBS, mas os executivos da rede acharam que a ideia tinha potencial e pediram para Chuck Lorre tentar novamente. O executivo tirou Katie e Gilda, adicionou Penny, Howard e Raj, e o resto é história. Depois de 15 anos, a comédia ainda diverte o público com seus episódios antigos (disponíveis na HBO Max) e com o spin-off Young Sheldon.