FILMES E SÉRIES

Ana de Armas em cena de Blonde

Divulgação/Netflix

NA NETFLIX

Blonde: Autora defende filme de críticas por sexualizar Marilyn Monroe

Filme está em alta na Netflix, mas é criticado por várias cenas de nudez envolvendo a atriz Ana de Armas

André Zuliani

Em alta na Netflix, Blonde (2022) tem sofrido com severas críticas por parte do público e da imprensa. Com muitas cenas de nudez envolvendo a protagonista Ana de Armas, algumas pessoas consideram que o longa dirigido por Andrew Dominik a usou para sexualizar Marilyn Monroe (1926-1962).

Descrito como uma releitura ficcional da vida e morte prematura da ícone do cinema norte-americano, Blonde recria livremente várias tragédias da vida de Marilyn (Ana de Armas), incluindo os abusos psicológicos de sua mãe na infância e as agressões sexuais que sofreu em Hollywood.

Joyce Carol Oates, autora do livro homônimo que inspirou o longa, saiu em defesa das escolhas criativas feitas pelo cineasta. Apesar de não estar envolvida com a produção, ela considera o filme um “brilhante trabalho” sobre a vida da atriz.

“Acho que foi/é uma brilhante obra de arte cinematográfica que, obviamente, não é para todos. É surpreendente que em uma era pós-MeToo, a exposição gritante da predação sexual em Hollywood tenha sido interpretada como ‘exploração’. Certamente Andrew Dominik pretendia contar a história de Norma Jeane com sinceridade”, escreveu Joyce em sua conta oficial no Twitter.

“O diretor é inflexível, intransigente. Os últimos 20 minutos são quase poderosos demais para serem vistos. Acima de tudo, brilhante fotografia e atuação de Ana de Armas”, acrescentou.

Em relação à exploração sexual de Marilyn Monroe, a autora escreveu que incluir sua experiência no livro e no filme é uma maneira de expor aqueles que a prejudicaram, pois não foi possível que a atriz se manifestasse em vida.

“Para a jovem Norma Jeane Baker, não havia possibilidade de ela denunciar um estupro. Ninguém teria acreditado em uma estrela, ou se importado; e ela teria sido retirada do estúdio e colocada na ‘lista negra’ de Hollywood. Então, Blonde expõe o estupro 50 ou 60 anos depois. A exploração cruel de Marilyn Monroe por, entre outros, John F. Kennedy, é bem conhecida dos biógrafos; mas o tratamento na tela é difícil para alguns espectadores verem, então sugiro apenas não ver.”

No Brasil, Blonde está entre os 10 filmes mais vistos na plataforma depois de estrear na última quarta (28). Confira abaixo as publicações feitas por Joyce Carol Oates:

Informar Erro
Falar com a equipe
QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

Ver mais conteúdos de André Zuliani

0 comentário

Tangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.

Acesse sua conta para comentar

Ainda não tem uma conta?