(Foto: Divulgação/Netflix)
Blonde é visto como um exemplo clássico de oportunidade perdida
Há três anos, a Netflix lançava um dos projetos mais ambiciosos de sua história: Blonde. A produção prometia ser um retrato ousado e artístico da vida de Marilyn Monroe (1926-1962), baseada no best-seller de Joyce Carol Oates. Com direção de Andrew Dominik e uma performance intensa de Ana de Armas, a expectativa era de que o longa se tornasse um marco na plataforma de streaming. Mas a recepção foi bem diferente.
O filme estreou em setembro de 2022 cercado de polêmicas. Com mais de 2h40 de duração e classificação indicativa para maiores de 18, Blonde dividiu opiniões logo de início. A narrativa optou por um tom extremamente sombrio e ficcional, explorando os traumas e sofrimentos da estrela de Hollywood, em vez de celebrar sua trajetória artística. Isso chocou parte do público e desagradou muitos críticos.
Apesar de todo o potencial — desde o material de origem até a transformação impressionante de Ana de Armas no papel principal —, a obra rapidamente se tornou alvo de críticas negativas. No Rotten Tomatoes, acumula apenas 43% de aprovação da crítica e 36% do público, números que confirmam o abismo entre expectativa e realidade.
A produção também sofreu com atrasos. As filmagens começaram em 2019, mas foram interrompidas pela pandemia de COVID-19, só sendo concluídas em 2021. Esse longo processo alimentou ainda mais a expectativa, já que a Netflix tratava o longa como uma aposta de prestígio para a temporada de prêmios.
De fato, Ana de Armas recebeu indicações importantes, incluindo o Oscar de Melhor Atriz, mas isso não foi suficiente para apagar a reputação negativa do projeto. Blonde acabou lembrado mais pelas críticas severas ao seu tom exploratório do que pelo reconhecimento artístico.
Três anos depois, o filme permanece como um dos maiores fracassos da Netflix. Não apenas pelo retorno de público abaixo do esperado, mas também pela maneira como desperdiçou um dos maiores potenciais narrativos e de elenco da década. O que poderia ter sido uma obra memorável sobre Marilyn Monroe acabou marcado como um dos momentos mais controversos do streaming.
Hoje, Blonde é visto como um exemplo clássico de oportunidade perdida: uma produção que tinha todos os ingredientes para brilhar, mas que entrou para a história da Netflix como um desastre.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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