Foto: Reprodução/Netflix
Everaldo Pereira dos Santos estava foragido após ser acusado de quatro homicídios
O esperado documentário Caso Eloá: Refém ao Vivo chegou na Netflix na última quarta-feira (12) e já se tornou o segundo filme mais visto da plataforma, trazendo detalhes sobre o crime que muitos não se lembravam mais, como o passado sombrio do pai da jovem.
O caso chocou o Brasil em 2008, quando Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foi feita refém em sua própria casa pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, por não aceitar o fim do relacionamento. Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá, também foi mantida em cárcere privado, mas acabou sendo liberada após muitas horas.
O crime foi acompanhado ao vivo na televisão por várias emissoras, que foram até o endereço e registraram imagens do que estava acontecendo. Depois que Nayara foi liberada, Lindemberg acabou atirando na ex-namorada, matando-a na hora; ele cumpre pena em Tremembé até hoje e chegou até a ser retratado na série do Prime Video.
Para a polícia, a cobertura da mídia foi irresponsável e contribuiu para a tragédia acontecer. A cobertura ao vivo é um dos detalhes do documentário, mas um outro detalhe que chamou bastante atenção foi o fato de Everaldo Pereira dos Santos, pai da adolescente e ex-policial militar, estar foragido da Justiça quando tudo aconteceu.
Foragido após ser acusado de quatro assassinatos em Alagoas nos anos 1990, incluindo o delegado Ricardo Lessa e seu motorista entre as vítimas, o pai de Eloá estava vivendo com sua família em Santo André, na Grande São Paulo, com o nome Aldo Pimentel.
Ex-cabo da Polícia Militar, ele também foi acusado pelo assassinato de sua ex-esposa. De acordo com a Polícia Civil de Alagoas, Everaldo era matador de aluguel e fazia parte de um grupo de extermínio chamado Gangue Fardada.
Diante de todo o caos envolvendo o caso Eloá, Aldo acabou passando mal e sendo levado ao hospital. Com a repercussão, ele acabou sendo filmado por uma das emissoras e foi reconhecido pela polícia de Alagoas. Temendo ser preso, ele não compareceu ao velório e enterro da filha e seguiu foragido.
O pai de Eloá foi localizado pouco mais de um ano depois, escondido na casa de parentes na periferia de Maceió. Ele foi preso para cumprir pena de 33 anos. Em 2010, Lindemberg foi testemunha no processo contra Everaldo, principalmente pela acusação de falsidade ideológica.
Sabendo do passado sangrento do pai de Eloá, Lindemberg passou a ter pavor do ex-sogro, já que ele foi o culpado pela localização de Everaldo ao sequestrar e matar a adolescente. Ele, inclusive, se disfarçava durante suas saidinhas com medo de encontrar o pai da ex-namorada, já que as duas famílias ainda vivem em Santo André.
Everaldo, no entanto, segue cumprindo sua pena em Maceió, em regime semiaberto desde 2014. Seu advogado segue tentando redução de pena ou liberdade condicional, para que ele volte a viver com a família em São Paulo.
Paola Zanon
Jornalista formada pela Cásper Líbero, repórter e redatora com passagens pelo Notícias da TV, R7, UOL Esporte, Lakers Brasil e UmDois Esportes. Apaixonada por cobertura esportiva e cultura pop em geral. E-mail: paola@tangerina.news
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