Como vida de ator inspirou personagem dramático de Cidade em Chamas

Nico Tortorella abriu o coração sobre sua interpretação de William, um dos personagens mais interessantes de Cidade em Chamas, que transita por uma série de problemáticas profundas e delicadas. Elu, que se identifica como uma pessoa não-binária, acabou colocando muito das próprias vivências e experiências na interpretação do músico e artista da série do Apple TV+.

“De muitas maneiras, William foi como um acúmulo de tantas coisas diferentes que estudei e falei durante a vida, sobre uma identidade de vício”, declara Tortorella em entrevista à Tangerina. O personagem lida diretamente com o vício em heroína e outras drogas na série.

“Ele se tornou um produto do meu passado, e eu fui capaz de mostrar e entregar a arte e a música que William trouxe para a mesa, assim como na maior parte do tempo em que não estava no set, estava no estúdio de música”, conta. “Gravando uma tonelada de músicas para a série, eu tive que encontrar sua voz através da música, e a velocidade da televisão é tão rápida. Não há realmente tempo para descobrir quem são as pessoas, mas no estúdio de música eu tinha tempo livre. Eu tive um tempo quase infinito apenas para encontrar William.”

Além de trazer experiências próprias para o personagem, Nico confessa que a série foi responsável também por reavivar uma parte sua que estava escondida. “Sinto que William, Josh [Schwartz] e Stephanie [Savage, criadores da série] trouxeram a música para minha vida novamente. Estou no estúdio desde que terminamos de gravar.”

“Tenho trabalhado em um monte de novas músicas que são todas minhas, e compondo pela primeira vez na minha vida. Tem sido um sonho tornado realidade. Você nunca sabe quando algo pode entrar em sua vida e mudar completamente tudo de uma nova perspectiva”, revela.

Em Cidade em Chamas, William também lida com o preconceito por ser LGBTQIA+, assim como Nico. Para elu, foi extremamente importante fazer essa representação nas telas de um streaming que alcança milhares de pessoas ao redor do mundo. “Conversamos sobre o impacto desses tópicos nos anos 1970, os impactos dessa conversas no início dos anos 2000, e também a sensibilidade em torno de muitos desses problemas hoje”, explica.

“Demos saltos gigantescos desde os anos 1970 e desde o início dos anos 2000, mas também demos grandes passos para trás de várias maneiras. O importante para mim, sobre o relacionamento [de William e Mercer, na série] e essa dinâmica no programa, é que não é uma história sobre um casal birracial queer. É uma história sobre dois humanos que estão tentando se descobrir, e todos podem se indentificar com isso”, acrescenta.

Cidade em Chamas está disponível exclusivamente no Apple TV+. Novos episódios são disponibilizados no streaming às sextas-feiras.