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Dominique Thorne em cena de Coração de Ferro

Divulgação/Disney+

Marvel

Coração de Ferro expôs racismo; série de Wakanda pode sofrer o mesmo

O lançamento da animação ocorre um pouco depois de nova produção do Disney+ ser alvo de review bombing por parte de uma parcela do público

Victor Cierro
Victor Cierro

Após a estreia de Coração de Ferro, que enfrentou ataques racistas e campanhas de avaliação negativa, outra produção da Marvel pode seguir pelo mesmo caminho. Eyes of Wakanda, nova série animada derivada do universo do Pantera Negra, ganhou seu primeiro trailer nesta semana e já levanta debates sobre a recepção que deve enfrentar nas redes.

Criada por Todd Harris, um antigo fã de quadrinhos e estudante de história, a animação une fatos históricos com a mitologia do universo Marvel. A trama acompanha guerreiros wakandanos encarregados de recuperar artefatos de vibranium roubados ao longo dos séculos. A série, que deve ter quatro partes, estreia em 27 de agosto no Disney+ e será contada em formato antológico.

Em entrevista, Harris destacou que recebeu liberdade criativa total do estúdio. “Eles me deixaram ir à loucura”, afirmou. A ideia, segundo ele, foi explorar a interconectividade da Marvel, da história mundial e da experiência humana em uma só narrativa.

Coração de Ferro e o racismo da audiência

O lançamento da série ocorre um pouco depois de Coração de Ferro ser alvo de review bombing por parte de uma parcela do público. A protagonista Riri Williams (Dominique Thorn), uma jovem negra e superinteligente, sofreu rejeição por motivos que extrapolam a qualidade da produção. Críticas infundadas, baseadas em preconceito racial e de gênero, foram denunciadas por fãs e veículos especializados.

A situação escancarou um padrão: produções com protagonistas de grupos marginalizados frequentemente enfrentam resistência desproporcional. Embora críticas construtivas sejam bem-vindas, muitas vezes essas séries viram alvo de campanhas orquestradas por quem se opõe à diversidade.

Eyes of Wakanda corre o risco de repetir esse ciclo. Ambientada em um universo criado para celebrar a cultura africana, a série reúne os mesmos elementos que incomodam certos segmentos do fandom: protagonismo negro, riqueza cultural e narrativa própria. A reação à nova animação pode revelar se parte do público aprendeu com os ataques a Riri Williams –ou se ainda há um longo caminho pela frente.

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QUEM FEZ
Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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