FILMES E SÉRIES

Cristián de la Fuente em cena de Devious Maids

Divulgação/Lifetime

CRISTIÁN DE LA FUENTE

‘Se fizessem Friends hoje, precisariam de um latino’, diz galã chileno

Para Cristián de la Fuente, Hollywood não pode mais fechar os olhos para o potencial bilionário do mercado latino; confira entrevista

Luciano Guaraldo

Uma das comédias mais bem-sucedidas de todos os tempos, Friends (1994-2004) é bastante criticada pela falta de negros em seu elenco fixo –ou mesmo em papéis secundários. Para o galã chileno Cristián de la Fuente, que faz tanto sucesso em Hollywood que participou até da Dança dos Famosos norte-americana, a representatividade latina também deixou a desejar na série. “Se fizessem um remake de Friends hoje, precisaria ter um latino”, afirma.

Em entrevista exclusiva à Tangerina, o ator lembra que a “invasão latina” à indústria já era anunciada desde que ele se mudou para Los Angeles, em 1998. “A manchete do Los Angeles Times dizia que os Estados Unidos já tinham 10 milhões de latinos. Mas, na época, nós só conseguíamos testes para viver o traficante, o ladrão ou o cara que morria na primeira metade do filme”, conta Cristián. “Era muito difícil conseguir outros papéis.”

O chileno foi um dos responsáveis por mudar essa visão preconceituosa da indústria. Ele viveu um piloto de corridas em Alta Velocidade (2001), um médico em Private Practice (2007-2013) e um engenheiro gay em The Class (2006-2007). “Só pude ser advogado, músico, jogador de beisebol e vários outros personagens porque os executivos perceberam que os latinos compõem uma parte grande da sociedade”, aponta.

“Hoje em dia, se você vai fazer um remake de Friends, situado em Nova York, seria impossível não ter um latino [29% da população nova-iorquina é latina]. E o mercado está se expandindo tanto que agora temos a oportunidade de fazer produções em espanhol também! Há 20 anos, se um executivo do canal Lifetime chamasse seu superior e falasse: ‘Quero fazer um filme de Natal em espanhol‘, ele seria demitido”, explica o ator. “Agora, eles estão fazendo não só um filme, mas vários. E vão continuar fazendo, porque é um mercado enorme.”

O discurso de Cristián de la Fuente vai ao encontro ao que disse o mexicano Tenoch Huerta durante sua passagem pela CCXP22, em dezembro. Na ocasião, o intérprete de Namor em Pantera Negra: Wakanda para Sempre (2022) afirmou que Hollywood não consegue mais fechar os olhos para o mercado latino por uma razão simples: é uma população imensa, e melanina vende.

“Os norte-americanos entendem que nos 60, 70 milhões de latinos que estão lá, há um potencial social, cultural, econômico e histórico. Os EUA entendem bem isso, estão se abrindo para a gente, contando parte de nossas histórias. Mas nós também contamos as nossas histórias. Vamos ver muito mais de nós mesmos e das nossas histórias no cinema.”

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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