Divulgação/Universal Pictures
Ator britânico queria se certificar de que não ficaria tentado a voltar à pele do agente secreto 007 em mais uma superprodução
Último filme de Daniel Craig como James Bond, 007: Sem Tempo para Morrer (2021) pegou os fãs da franquia de surpresa ao fazer o impensável: matar o agente secreto mais famoso do mundo. A decisão chocante partiu do próprio ator, que quis um fim definitivo para não se sentir tentado a retomar o personagem em outro longa.
Em entrevista ao Los Angeles Times para divulgar seu próximo trabalho, Glass Onion: Um Mistério Knives Out, Craig explicou por que precisava se livrar de Bond de uma vez por todas. “Foram duas coisas, uma para mim e outra para a franquia. Eu disse: ‘Bem, vocês precisam começar do zero’. Então vamos matar o meu personagem e encontrar outro Bond para contar outra história. Comecem com ele aos 23 anos, aos 25, no máximo aos 30”, disse ele.
Reiniciar a franquia era a melhor decisão para o personagem, de acordo com Craig. Mas e para ele? Por que matar James Bond? “Seria o único jeito de eu seguir em frente. Eu não quero voltar. Acho que seria muito sortudo se me chamassem de volta, mas a verdade é que eu preciso me afastar. O sacrifício que ele fez no filme foi por amor, e não há sacrifício maior. Então foi uma boa maneira de encerrar tudo”, apontou ele, em referência ao fato de que o agente secreto leva um tiro para salvar Madeleine (Léa Seydoux) e Mathilde (Lisa-Dorah Sonnet), que ele havia acabado de descobrir que era sua filha.
O ator, na verdade, havia decidido que seu último filme como Bond seria 007 Contra Spectre (2015). “Eu terminei aquela filmagem com uma perna quebrada. Tive que me perguntar: sou fisicamente capaz de rodar mais um? Porque ter que telefonar para sua mulher e dizer que você quebrou a perna não é uma ligação agradável”, lembrou ele.
No entanto, como o personagem acabou Spectre vivo, ele se sentiu tentado a voltar quando os produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson disseram que havia mais uma história a ser contada. Para evitar que isso acontecesse mais uma vez, o desfecho precisava ser mais dramático. Apesar do esforço e dos sacrifícios pessoais que o personagem exigiu, Craig disse não se arrepender de nada.
“[Bond] Tem sido uma parte enorme da minha vida e ocupou a maior parte da minha carreira nos últimos 17 ou 18 anos. E, se me pedirem para colocar tudo isso em perspectiva, eu acho que nunca conseguirei. De verdade. Não é que eu não queira fazer isso, é que não tem como resumir tanto tempo. Como alguém poderia resumir tudo isso em uma frase?”, questionou.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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