FILMES E SÉRIES

Woody Allen e Roberto Benigni

Divulgação/Sony Pictures

ACLAMADO DIRETOR

Em declínio, Woody Allen pensa em dirigir mais ‘um ou dois’ filmes

Último filme trabalho do diretor foi em O Festival do Amor, de 2020

André Zuliani

Cineasta vencedor de quatro Oscars, Woody Allen vê sua carreira próxima do fim. Em declínio depois que as antigas acusações de abuso envolvendo sua filha adotiva Dylan Farrow voltaram a estampar manchetes de jornais, o icônico diretor revelou pensar em dirigir apenas mais um ou dois filmes.

Allen revelou a intenção em bate-papo com o ator Alec Baldwin no Instagram. Ao amigo, ele confessou não sentir a mesma alegria de antes ao pensar em lançar um filme nos cinemas.

Apesar do escândalo envolvendo a filha adotiva, a revelação de Woody Allen surpreende. Com mais de seis décadas de carreira, o diretor escreveu, dirigiu e lançou quase um filme por ano entre as décadas de 1960 e 2010. A lista conta com mais de 50 títulos ao todo.

“Quando eu comecei, você fazia um filme e ia para cinemas em todo o país. As pessoas vinham às centenas para assistir em grandes grupos em uma tela grande. Agora, você faz um filme e passa algumas semanas em um cinema, talvez seis semanas, quatro, o que for. E então vai direto para o streaming ou o pay-per-view, e as pessoas adoram ficar em casa com suas telas grandes e assistir em seus aparelhos de televisão. Não é tão agradável para mim”, desabafou o cineasta.

Nos últimos anos, Allen viu a demanda por novas produções feitas por ele praticamente sumirem. Em 2019, a Amazon abriu mão do contrato de US$ 80 milhões firmado com o diretor para a produção de séries e longas. No ano seguinte, a editora Hachette cancelou a publicação de um livro de memórias oficial do cineasta previamente anunciado.

Segundo Woody, mesmo antes do período sombrio da pandemia de Covid-19, sua alegria em relação ao cinema já havia diminuído. O motivo é a nova realidade do mercado, dominado pelos serviços de streaming e pela alta demanda de conteúdo.

“Não preciso passar frio no inverno, nem calor no verão, nem acordar às 5 da manhã e tomar decisões o dia todo. Estou em casa e não posso fazer nada além de me exercitar, praticar clarinete e escrever. Eu fico em casa escrevendo muito. Eu escrevi muitas peças e pensei comigo mesmo: ‘E se eu não fizesse filmes? Esta é uma boa maneira de viver’. Então, eu pensei: ‘Bem, talvez eu faça mais um ou dois”, acrescentou.

O último longa-metragem dirigido pelo diretor foi O Festival do Amor (2020), lançado em circuito restrito nos Estados Unidos. O filme estreou sem grandes alardes e fez meros US$ 1,7 milhões (R$ 8,9 milhões) de bilheteria em todo o mundo, de acordo com o Box Office Mojo.

Confira a conversa entre Woody Allen e Alec Baldwin completa abaixo:

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André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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