Divulgação/Netflix
Em entrevista à Tangerina, Diego Freitas revelou curiosidades dos bastidores de Depois do Universo e as inspirações que o ajudaram a escrever o roteiro
Diego Freitas faz sua estreia na Netflix com Depois do Universo, que chega ao streaming nesta quinta-feira (27). Com Giulia Be e Henrique Zaga como protagonistas, o filme conta a história de Nina, uma jovem pianista à espera de um transplante de rim que cria uma conexão com Gabriel, um médico residente que traz positividade para sua vida.
Em entrevista exclusiva à Tangerina, o diretor e roteirista do longa conta que a pandemia de Covid-19 acabou dando grande inspiração para o filme. Isso porque, em meio ao caos, ele encontrou um amor que o ajudou a ver além das coisas ruins que aconteciam no mundo naquele momento.
“Eu estava triste em casa, trancado. Eu encontrei um amor nesse meio tempo, acabei arrumando um namorado. Falei: ‘Gente, vamos ver o lado bom da vida, vamos pensar que pode ter algo além’. Mesmo nas tragédias e nas desgraças, a gente pode ver uma saída”, explica o cineasta. “Meu namorado é médico e eu comecei a investigar muito esse universo da medicina. Foi interessante, porque você está mexendo com a vida e a morte todos os dias.”
A personagem de Giulia Be no filme convive com lúpus, uma doença inflamatória autoimune que é capaz de afetar diversos órgãos do corpo. Diego conta que viu isso de perto –um amigo próximo tem a doença e também passou pela espera de um transplante. “Isso me inspirou a criar essa personagem”, revela. “Trazer à luz o tema do lúpus, o tema da hemodiálise, que são cercados de preconceitos. As pessoas não sabem o que é direito, acham que é uma sentença de morte.”
Depois do Universo começou a ser rodado em 2021, ainda em meio à pandemia mundial de coronavírus. Segundo o cineasta, foi um grande desafio fazer um filme naquele momento.
“Durante toda a pré-produção, estávamos sempre com todos os EPIs [Equipamentos de Proteção Individual], parecíamos alienígenas. Até os ensaios eram assim, mas conseguimos rodar o filme até com uma certa tranquilidade”, conta.
O grande problema da produção foi na última semana de filmagem. Com o avanço da variante ômicron, uma grande parcela da equipe acabou contraindo o vírus e foi necessário substituí-la de última hora. “Foi uma loucura, mas deu tudo certo no final. A gente se planejou muito, a Netflix e a Camisa Listrada tinham todos os cuidados. Não tivemos nenhum caso grave e todos ficaram assintomáticos, graças à vacina”, comemorou.
O filme marca a estreia da cantora Giulia Be na atuação. O diretor conta que ela precisou passar por muitas audições até ser aprovada. “Fizemos uma série de testes com atrizes do Brasil inteiro. Não falamos: ‘Chama a Giulia, vamos fazer’. Não, ela foi testada. E quando eu fiz, pessoalmente, o teste dela com o Henrique, todo mundo ficou de queixo caído”, conta.
Diego Freitas conta que a personagem Nina se encaixou totalmente com a cantora de Menina Solta, que também acabou se envolvendo com a história. “Ela é uma grande atriz. Eu não fazia ideia de que ela tinha tanta dimensão. Fora isso, ela era pianista, musicista, entendia tudo sobre tudo, então ela acabou sendo a escolha perfeita para o filme”, acrescenta. “Acho que a Giulia com certeza vai levar essa carreira para frente.”
Para Diego Freitas, o grande propósito do filme é trazer alento para as pessoas depois de um período tão difícil vivido por todos. “Na vida, a gente tem um monte de problemas que vão acontecer e não têm saída. Cada um vai enfrentar o seu problema, mas me inspirou saber que, às vezes, passam pessoas pela nossa vida que nos dão a mão e dizem: ‘Você é muito mais do que você acha que é, você vai chegar lá’”, declara. “Todo mundo tem um anjo assim. Acho que, mesmo que as coisas deem errado ou não sejam como você espera, tem esperança no final.”
O diretor reforça que o título do filme significa que há algo muito além dos nossos próprios problemas. “Eu sou um cara otimista na humanidade, não acho que a gente vai desgraçar. Eu acho que a gente tem salvação, então o filme fala um pouco sobre ter esperança.”
Freitas ainda revela que acredita que muitas pessoas vão se identificar com todo o enredo do filme e que o dedica especialmente para sua mãe, que também precisava de um transplante, mas não o conseguiu a tempo.
“Ela esperava um transplante e não deu tempo para ela. Inclusive, ela não vai conseguir ver o filme pronto, mas está lá, eternizada na última cena do filme. Acho que todo mundo vai ter uma história de conexão com alguém, e o filme mostra como se conectar com isso de uma maneira bonita”, explica. “A gente tende a cair em um lugar de escuridão, mas dá para se lembrar das coisas boas e enxergar o lado brilhante da coisa.”
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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