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Evan Peters como Jeffrey Dahmer em série da Netflix

Divulgação/Netflix

RYAN MURPHY

Diretor de Dahmer contesta Netflix por tirar tag LGBTQIA+ da série

"Nem todas as histórias gays têm que ser histórias felizes", declarou Ryan Murphy sobre a decisão da Netflix

Giulianna Muneratto

A Netflix se tornou alvo de polêmicas após a série Dahmer: Um Canibal Americano estrear e ser classificada como um conteúdo LGBTQIA+, ao lado de produções como Heartstopper e Sex Education. Por isso, o streaming retirou a tag da atração, mas o diretor Ryan Murphy não concorda com a decisão.

O criador da série abordou a controvérsia em entrevista recente ao The New York Times, e questionou o motivo por trás da decisão, já que Jeffrey Dahmer (1960-1994), o serial killer que inspirou a série, era um homem gay.

“Houve um momento na Netflix em que eles removeram a tag LGBTQIA+ de Dahmer e eu não gostei, e perguntei por que eles fizeram isso. Eles disseram que as pessoas estavam chateadas porque era uma história perturbadora”, revelou Murphy. “Eu estava tipo, ‘Bem, sim.’ Mas era a história de um homem gay e, mais importante, de suas vítimas gays.”

Ryan Murphy ainda acrescentou que não acredita “que todas as histórias gays tenham que ser histórias felizes”. O diretor também abordou as polêmicas que envolvem a exploração do trauma das famílias das vítimas

Desde a estreia, a série tem se envolvido em diversas controvérsias. Além de grande parte do público ter abominado o uso da tag LGBTQIA+ para a história, os familiares de algumas das vítimas também consideraram que a atração explorava uma situação trágica e traumática, e que a produção nunca os procurou para saber suas versões.

Muitas das vítimas de Jeffrey Dahmer eram homens negros e Ryan Murphy explicou que queria esclarecer o racismo e homofobia em torno do caso. “Foi o maior caso que eu já vi que realmente examina como é fácil se safar das coisas com os aspectos do privilégio branco”, declarou.

A série, que virou fenômeno de audiência, também foi criticada por abordar os feitos do serial killer. “Quais são as regras agora?” questionou o diretor. “Nós nunca deveríamos fazer um filme sobre um tirano?”

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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