(Foto: Divulgação/Netflix)
Tangerina explica como o documentário Era Uma Vez Um Crime e a série sobre a prisão dos famosos foram feitos
A estreia da minissérie Tremembé no Prime Video traz novamente ao centro do debate público alguns dos crimes mais chocantes da história recente do Brasil. Entre os criminosos condenados retratados na produção, está Elize Matsunaga, que é interpretada pela atriz Carol Garcia.
A produção da Paranoid para o Amazon MGM Studios, que explora os bastidores do cotidiano carcerário da penitenciária conhecida como a prisão dos famosos, reacendeu a curiosidade sobre a vida financeira de Elize, até porque ela concedeu uma entrevista para o documentário Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime, lançado pela Netflix em 2021.
Muitos pessoas tem procurado plataformas como o Google e o ChatGPT para perguntar se a criminosa teria recebido algum valor para falar sobre o assassinato que a tornou uma figura notória.
Contudo, a idealizadora do documentário da Netflix, a jornalista Thaís Nunes, assegura que não houve pagamento pela entrevista com Elize Matsunaga na Netflix. Ela falou abertamente sobre o assunto em uma entrevista publicada pela Folha de S. Paulo em 2021. Segundo a criadora do documentário, a entrevistada não recebeu “nenhum valor em dinheiro para falar”, e o mesmo se aplica aos outros convidados.
A ausência de pagamento por parte da produção teria sido um ponto fundamental durante a negociação. O processo para conseguir a entrevista foi longo, durando 18 meses, e foi liderado pelo produtor Gustavo Melo. Thaís Nunes, que cobriu o caso como repórter antes de idealizar a série, propôs contar a história explorando os sentimentos que levaram Elize a cometer o crime, mas sem jamais minimizar a gravidade do ato.
O contato inicial de Thaís com Elize, que nunca havia falado com a imprensa, foi realizado por meio de seus advogados, Luciano Santoro e Juliana Fincatti. O advogado relatou que a defesa inicialmente não considerava uma boa ideia que Elize desse entrevistas para a rede aberta, acreditando que outros réus só haviam se prejudicado com isso.
O argumento que finalmente convenceu Elize a falar para a plataforma de streaming foi o desejo de deixar sua versão da história registrada para a filha. Na época do crime, a menina era um bebê de seis meses. Os produtores argumentaram que essa seria a “única maneira” de Elize registrar seu lado da história para a criança. A equipe gravou 21 horas de entrevista com Elize e contou com mais de 20 entrevistados no total.
Elize Matsunaga foi condenada pelo assassinato e esquartejamento de seu marido, Marcos Matsunaga, herdeiro da Yoki. O crime ocorreu em 19 de maio de 2012. Elize foi condenada em 2016, e a pena estabelecida terminou em 16 anos de prisão. O crime, marcado pelo esquartejamento do corpo da vítima, teria sido motivado pela descoberta de uma relação extraconjugal do marido.
Elize está em liberdade condicional desde maio de 2022, após cumprir 10 anos da pena. Em 2023, o Ministério Público chegou a pedir a revogação do benefício, mas o pedido foi negado pela Justiça. De acordo com Ulisses Campbell, biógrafo de Elize e roteirista de Tremembé, hoje em dia ela usa o sobrenome de solteira e chegou a trabalhar como motorista de aplicativos em Franca, no interior de São Paulo.
Essa é uma pergunta que o público costuma fazer quando produções de true crime são lançadas. Em 2023, durante entrevista ao Metrópoles, o roteirista dos filmes sobre a Menina que Matou os Pais, Raphael Montes disse que Suzane Von Richthofen, assim como a família Cravinhos, não recebeu dinheiro dos longas protagonizados por Carla Diaz. O autor ainda afirmou que Suzane não foi nem consultada ou teve alguma participação no longa.
O UOL publicou, nesta semana, uma reportagem explicando que os criminosos retratados na série Tremembé, do Prime Video, também não receberam nenhum tipo de pagamento da Amazon. O motivo? Os documentos utilizados na composição dos roteiros desse tipo de produção são públicos: reportagens, livros e os autos do processo funcionam como fonte para as tramas.
Vera Egito, diretora de Tremembé, falou ao Splash que não houve envolvimento dos criminosos na produção. Ela explicou que a série é ficcional, não um documentário, sendo construída a partir de “relatos, depoimentos, pesquisa” e, principalmente, de “arquivos que são públicos também, Ministério Público, os autos do processo”.
Vinícius Andrade
Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news
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