(Foto: Divulgação/Netflix)
A Escola do Bem e do Mal continua disponível no catálogo, mas é lembrado mais como um alerta do que como um sucesso
Três anos atrás, a Netflix sonhou em lançar sua própria saga mágica. Inspirado no sucesso de Harry Potter, o estúdio investiu pesado em A Escola do Bem e do Mal, fantasia jovem dirigida por Paul Feig e baseada no livro de Soman Chainani. A expectativa era criar um novo universo duradouro, com personagens marcantes, efeitos grandiosos e potencial para várias sequências. Mas o resultado foi bem diferente do que a plataforma esperava.
A produção, estrelada por Sophia Anne Caruso e Sofia Wylie, chegou ao catálogo em 19 de outubro de 2022. O filme acompanha as amigas Sophie e Agatha, sequestradas para uma escola dividida entre o bem e o mal, onde heróis e vilões dos contos de fadas são treinados. A ideia parecia perfeita para atrair o mesmo público que cresceu com Hogwarts — mas o público não comprou a história.
Com 38% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, A Escola do Bem e do Mal rapidamente se tornou um símbolo da ambição mal calibrada da Netflix. Apesar do elenco de peso — Charlize Theron, Kerry Washington, Laurence Fishburne e Michelle Yeoh —, o longa foi criticado por seu roteiro confuso e visual genérico. O tom excessivamente infantil afastou os adultos, enquanto os jovens acharam a trama previsível.
O fracasso foi ainda mais notório porque o estúdio esperava uma nova franquia. Desde o fim da saga Harry Potter nos cinemas, Hollywood tenta emplacar um novo fenômeno de fantasia jovem, mas poucas tentativas deram certo. Até mesmo a Warner Bros. tropeçou com Animais Fantásticos, que fracassou nas bilheterias e encerrou a série antes do planejado.
Enquanto isso, a HBO Max prepara uma nova adaptação de Harry Potter, prometendo fidelidade total aos livros de J.K. Rowling. A ideia é dedicar uma temporada inteira para cada volume, em um projeto que deve se estender por uma década. A comparação inevitável reforça o contraste: enquanto o bruxo de Hogwarts continua vivo no imaginário popular, a tentativa da Netflix se perdeu no esquecimento.
A Escola do Bem e do Mal continua disponível no catálogo. Em vez de inaugurar um novo universo mágico, o filme entrou para a lista de produções ambiciosas que não encontraram seu público.
Três anos depois, a fantasia da Netflix segue como um exemplo de que nem todo feitiço dá certo — e que, por mais que as plataformas tentem, o trono de Hogwarts continua intocável. Assista abaixo ao trailer do esquecível A Escola do Bem e do Mal:
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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