Esse romance de House continua sendo o maior erro 13 anos depois

House (2004-2012) se tornou um dos dramas médicos mais marcantes da TV por causa do seu protagonista sarcástico e único. O diagnóstico preciso e a inteligência de Gregory House (Hugh Laurie) mantiveram os fãs fascinados durante oito temporadas. Mas nem tudo funcionou na série: uma escolha narrativa até hoje é lembrada como um dos maiores deslizes da produção.

Além dos casos médicos semanais, a vida pessoal dos personagens sempre teve espaço importante no enredo. E foi justamente nesse campo que House cometeu o maior erro: transformar a relação entre o médico e Lisa Cuddy (Lisa Edelstein) em um romance. Apesar da química evidente entre os dois, o relacionamento acabou prejudicando o andamento da história.

Antes de se tornarem um casal, House e Cuddy tinham interações cheias de tensão e carisma. A ideia de vê-los juntos era tentadora para muitos fãs. No entanto, quando a relação realmente aconteceu, a série entrou no mesmo tropeço de outros dramas que apostaram no “será que vai rolar?” para depois decepcionar com a execução.

O problema principal foi a incompatibilidade entre os personagens. House sempre foi fechado e evitava falar sobre seus sentimentos, enquanto Cuddy desejava construir uma família. Essa diferença de prioridades só se acentuou diante do vício do protagonista em Vicodin, tema central da trama que impossibilitava qualquer evolução real no romance.

Em vez de mostrar amadurecimento, House reagiu de forma contrária: escondia ainda mais seus sentimentos, se isolava e tomava atitudes autodestrutivas. Após ser preso e retornar ao hospital, perdeu o status de intocável e passou a ser visto como alguém que não estava mais no controle de tudo.

House não progrediu

A decadência ficou ainda mais evidente quando o enredo envolveu Wilson (Robert Sean Leonard). Em vez de se tornar um amigo mais presente diante da piora da doença do oncologista, House protagonizou momentos infantis e desagradáveis, como o episódio em que entope um vaso sanitário do hospital. Longe de ser um alívio cômico, a cena apenas reforçou que o personagem havia se tornado menos empático e cada vez mais difícil de acompanhar.

Lisa Edelstein e Hugh Laurie em cena de House

Divulgação/NBC

Esse arco deixou claro que, apesar de ser um médico brilhante, House não teve a evolução que muitos fãs esperavam. Teria sido mais interessante vê-lo assumir responsabilidades e amadurecer após o fim do relacionamento, mas a série preferiu levá-lo por um caminho ainda mais caótico. Para muitos, ele teria se saído melhor se tivesse permanecido sozinho.

O rompimento em Bombshells, episódio 15 da sétima temporada, não surpreendeu, mas marcou um ponto baixo da produção. Em vez de trazer aprendizados ou dar um tom emocionante, a separação reforçou a falta de transformação do protagonista. O ápice da frustração veio pouco depois, no episódio Moving On, quando House perde o controle e invade a casa de Cuddy com o carro.

Mesmo que House sempre tenha mostrado que não existiam respostas fáceis para seu vício, o romance com Cuddy é visto até hoje como um desvio desnecessário. Passados 13 anos do fim da série, esse arco amoroso continua sendo lembrado como o maior erro da produção, que poderia ter mantido o foco no que fazia de melhor: casos médicos intrigantes e um protagonista brilhante em sua imperfeição.

House está disponível no Globoplay, HBO Max, Mercado Play, Netflix e Prime Video.