Divulgação/Warner
Tem filme do Batman pra todos os gostos! O Homem-Morcego é um dos heróis mais famosos do mundo e já ganhou dez longas. Que tal nosso ranking? Concorda ou vai dar briga?
Batman é um dos pilares da DC Comics. Um dos membros do que chamamos de Trindade DC, formada pelos heróis mais populares da editora: Batman, Superman e Mulher-Maravilha. Bill Finger e Bob Kane o criaram para os quadrinhos em 1939 como um personagem noir, urbano, soturno, que perseguia gângsters e mafiosos. É um dos ícones mais famosos da cultura pop, um dos primeiros heróis de quadrinhos a ganhar uma série para a televisão, e não faltam filmes do Batman lançados ao longo das décadas.
Batman, dirigido por Matt Reeves e estrelado por Robert Pattinson, é o décimo filme do Cavaleiro das Trevas, que já havia estrelado nove longas anteriores. É muita coisa pra assistir, mesmo pra batmaníacas como nós, e nem todos são exatamente obras-primas. Pra você não perder tempo e organizar melhor a maratona, preparamos um ranking com todos os nove filmes anteriores do Homem-Morcego, do pior ao melhor. E também já temos, em outro canto, a crítica do novo Batman, que chega aos cinemas nesta quinta (3).
Todos os filmes podem ser encontrados na HBO Max e Amazon Prime Video.
E depois conta pra gente se você concorda com a nossa lista, ou se mudaria alguma coisa.
Batman Eternamente - fracasso absoluto
Você nem tinha que estar aqui, querida
Este foi o longa em que Tim Burton, depois de dirigir dois filmes estrelados por Michael Keaton, passou o bastão à Joel Schumacher. Ao mesmo tempo, Keaton também deixou a saga, e o Batman passou a ser interpretado pelo galã da época, Val Kilmer. Aqui, o Homem-Morcego enfrentava os vilões Charada, interpretado por Jim Carrey, e Duas-Caras, vivido por Tommy Lee Jones. E a saga ganhou um tom completamente infantilizado e caricato, com interpretações e motivações rasas e mirabolantes. Foi um fracasso de crítica e público. Jim Carrey como Charada deu um show de interpretação, como sempre. No entanto, foi muito mais pelo estilo cartunesco que o tornou famoso, o que desagradou muito aos fãs dos gibis. O filme ganha a última posição por conseguir ser menos divertido que Batman e Robin, que veio em 1997.
Batman e Robin - santa confusão, Batman!
Roteiro confuso, sexista e datado
Último filme sob a batuta de Schumacher, que flopou terrivelmente nas bilheterias, fazendo “apenas” US$ 240 milhões. Devido ao fracasso, a franquia foi cancelada, e só voltou com Batman Begins, de Christopher Nolan. Na maior parte das listas, este é considerado o pior filme do Morcegão. Até porque foi nele que o diretor introduziu os famigerados “bat-mamilos” no uniforme do herói, causando revolta entre os fãs.
Batman e Robin tem um roteiro confuso e datado. Na tentativa de reproduzir a famosa “dupla dinâmica”, acabou encaixando personagens demais, fragmentando totalmente a trama. Além disso, buscou semear um conflito geracional e de gênero entre Batman (George Clooney), Robin (Chris O’Donnell) e Batgirl (Alicia Silverstone), que perdeu força por ter sido muito mal construído, servindo apenas para escancarar a falta de entrosamento entre os atores. Por conta disso, mesmo com um elenco estelar, não conseguiu o resultado esperado. Está em penúltimo na lista porque é um filme divertido, que chega a ser engraçado. Além disso, recebe uns pontos a mais por reproduzir à risca as origem do Senhor Frio (Arnold Schwarzenegger) e da Hera Venenosa (Uma Thurman).
Batman vs Superman - heróis e opiniões divididas
Desnecessariamente longo e cansativo
O filme é uma continuação direta de O Homem de Aço (2013), com Bruce Wayne testemunhando a luta entre Superman (Henry Cavill) e o kryptoniano General Zod (Michael Shannon). Em seguida, o Homem-Morcego começa a enxergar Superman como uma ameaça alienígena que precisa ser contida. A trama gira em torno da rivalidade e discordâncias entre ambos. Introduz Ben Affleck como Batman e tem como inspiração a HQ distópica Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller.
O filme é desnecessariamente longo, com 3h de duração, o foco em cada herói se dispersa e o vilão principal é incerto. Além disso, uma mistura de eventos maiores disputa atenção com micronarrativas dentro da trama geral, devido à má distribuição dos acontecimentos no roteiro. O filme é modorrento e cheio de furos, especialmente no que se refere às motivações de Batman. No entanto, as atuações e efeitos especiais são empolgantes.
Batman: O Retorno - a vez dos vilões
Ótimos vilões e estética tim-burtiana
O filme é a continuação de Batman (1989), apresentando Pinguim (Danny DeVito) como o vilão da vez, uma criança com deficiência abandonada nos esgotos da cidade, que quer se vingar de Gotham. Também traz a icônica presença de Michelle Pfeiffer como a fatal Mulher-Gato. Como Selina Kyle, ela é uma secretária que busca vingança contra seu chefe abusivo, mas enlouquece e se torna a vilã e interesse amoroso do herói.
A estética, trilha sonora e ambientação do filme são francamente tim-burtianas, marcadas pelo gótico, noir, mas com referências que ainda evocam às HQs. Neste segundo longa, Michael Keaton está atuando muito melhor, tanto como Homem-Morcego quanto como Bruce Wayne, e Danny DeVito fez um esplêndido trabalho como Pinguim. No entanto, o horror narrativo de Tim Burton parece não ter se encaixado muito bem com o universo Batman, especialmente na caricata interpretação da Mulher-Gato. Também apresenta furos no enredo quanto à história e motivações do Pinguim. Porém, é um filme de estética e efeitos especiais lindos, valendo a pena ver Batman inserido no estilo mais autoral de Burton.
O Cavaleiro das Trevas Ressurge - final da trilogia
Liga das Sombras e final âmbiguo
Este é o filme que encerra a trilogia de Christopher Nolan, resgatando personagens do primeiro filme e entrelaçando mais oponentes à trama, como o vilão Bane. O filme não foi tão popular quanto os anteriores, mas ainda assim um sucesso, arrecadando também mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias. E recebeu avaliação de 87% pelos críticos e 90% pela audiência no Rotten Tomatoes.
O longa apresenta um roteiro complexo e ambicioso, representando bem a grande ameaça da Liga das Sombras à frágil ordem estabelecida por Batman. No entanto, isso não foi tão bem trabalhado quanto no primeiro filme. Ra’s Al Ghul parece muito mais carismático do que Bane, que, por sua vez, não se apresenta como um rival interessante, apenas um brutamontes. A escolha de Anne Hathaway como Selina Kyle, a Mulher-Gato, foi muito acertada e lindamente interpretada, mas pareceu deslocada na trama. O papel dos vilões também se dispersa e o plot twist, apesar de ser uma grande referência ao cânone dos quadrinhos, não alcançou o efeito esperado. No entanto, ainda vale a pena assistir a O Cavaleiro Das Trevas Ressurge, para fechar o arco de Nolan.
Batman (1989) - disruptivo
Tim Burton empresta sua esquisitice ao herói
O primeiro filme do herói dirigido por Tim Burton foi extremamente inovador e à frente de seu tempo, misturando o estilo sombrio do diretor com os exageros e o humor que fazem referência à série televisiva dos anos 1960. Além disso, é marcado por uma interpretação histórica do Coringa, desta vez vivido pelo veterano Jack Nicholson. Ele se inspirou tanto no vilão da HQ A Piada Mortal, de Alan Moore, quanto na cômica interpretação de Cesar Romero, que interpretou o Coringa na série de TV. Ao mesmo tempo, esteticamente, o Batman de 1989 é uma obra de arte. Mesmo hoje em dia, quando muitos de seus aspectos parecem datados, continua um filme vibrante, impressionante e divertido. especialmente pela atuação de Nicholson, que rouba completamente a cena.
No entanto, não podemos esquecer do protagonista vivido por Michael Keaton, que foi um ótimo Bruce Wayne, mas deixou muito a desejar como Batman. Por conta do design do uniforme, seus movimentos ficaram robóticos demais, e os erros em efeitos especiais também não ajudaram, como cabos à vista durante seus saltos, entre outras falhas. O roteiro também apresentava alguns furos de coerência. Ainda assim, é um filme obrigatório em qualquer lista de filmes de super-heróis, com uma qualidade só superada com o lançamento de Batman Begins. Destaque para a trilha sonora produzida por Danny Elfman e com participação do músico Prince.
O Cavaleiro das Trevas - sucesso de público e crítica
O herói encontra seu maior antagonista
Seguimos com o segundo filme da trilogia de Christopher Nolan. O Cavaleiro das Trevas nos apresenta ao maior antagonista do Batman e um dos vilões mais aclamados da cultura pop, o Coringa. Quem o encarna aqui é Heath Ledger, em uma das interpretações do vilão mais primorosas e influentes da história do cinema. O longa foi um sucesso ainda maior do que Batman Begins, tendo aprovação no Rotten Tomatoes, tanto da audiência como dos críticos, de 94%, com arrecadação de mais de US$ 1 bilhão.
O Cavaleiro das Trevas é um filme envolvente, que faz o público prender o fôlego do início ao fim. Destaque para a atuação e a transformação de Harvey Dent no vilão Duas-Caras. Aaron Eckhart a explora muito bem, mostrando a natureza e inclinações do personagem antes e depois de sua queda. Mesmo com a consagrada atuação de Ledger, o filme não fica em primeiro lugar por conta do entrosamento entre núcleos de personagens, podendo ser um pouco entediante, especialmente nas longas cenas de ação.
The Batman
Um herói muito mais sombrio em uma Gotham devastada pela máfia
Dirigido por Matt Reeves e com Robert Pattinson na pele do Homem-Morcego, Batman chegou às telas dos cinemas em 03 de março de 2022, dando início à uma nova saga do super-herói depois da trilogia Nolan, trazendo como vilão principal o Charada (Paul Dano). O filme aposta no exagero do aspecto sombrio herdado das obras de Frank Miller mas presente em outras HQs importantes do herói. O filme tem como principais inspirações as HQs Batman: Ano um e O Longo Dia das Bruxas, as quais focam-se nas máfias que governam a cidade de Gotham e nas redes que entrelaçam essas relações de poder. Uma aposta extremamente arriscada para o público geral, já que o foco está mais na investigação do que na ação. A atuação de Pattinson foi alinhada com a personalidade de Batman, e um Bruce Wayne claramente traumatizado. No entanto pode ser um tanto entediante para um público iniciante. É uma boa sequencia para Batman Beggins, que não focou no aspecto corrupto das máfias de Gotham nem explorou a persona detetive como The Batman fez, trazendo um bom complemento para a obra. O Charada foi um elemento chave para amarrar a trama, tendo total controle da situação, dando ao vilão um repaginada incrivelmente assertiva. No entanto, é notável a grande inspiração que o personagem teve do Coringa de Ledger, deixando pouca identidade própria ao próprio Charada, além de não desenvolver o suficiente o carisma do vilão em tela.
Batman Begins - Batman repaginado
O primeiro da trilogia de Nolan nos mostra um Batman mais adulto
Aqui, após três décadas de filmes, a saga de Batman nos cinemas foi completamente refeita, saindo da atmosfera infantil das obras anteriores e ganhando uma adaptação mais adulta e sombria. O roteiro e direção do filme sofreram diversas alterações até que, finalmente, Christopher Nolan foi contratado em 2003, trazendo influência direta das HQs de Frank Miller. O filme foi um sucesso de crítica e bilheteria, arrecadando mais de US$ 370 milhões e recebendo 84% de aprovação no Rotten Tomatoes pelos críticos e 94% pela audiência.
O longa trouxe uma abordagem completamente nova, mais madura e direta, não apenas para o Batman, mas que acabou pontuando todo o gênero de filmes de super-heróis. É uma ótima pedida para os iniciantes no batverso, mostrando a mais pura essência do atormentado personagem pós fase Frank Miller. Além disso, também é um espetáculo de ação para qualquer fã do Homem-Morcego. Christian Bale é considerado o melhor Batman/Bruce Wayne até agora, e o resto do elenco também se destaca pela entrega aos personagens. Uma obra obrigatória nas listas de filmes de super-heróis.
Batman - O Homem Morcego 1966
Santo repelente de tubarão, Batman!
Engana-se quem pensa que o primeiro filme do Batman foi o de 1989 dirigido por Tim Burton. Em 1966, auge da Batmania que crescia cada vez mais com o sucesso da série de televisão, nossos bat-amigos foram para a telona. Adam West e Burt Ward como Batman e Robin, respectivamente, ganharam um longa sob a batuta do diretor Leslie Martinson. E com a participação hilária de Cesar Romero como Coringa.
Encarado como um episódio mais longo da série, seguiu sua linha cômica e infantil. Assim, consagrou momentos como Batman e Robin surfando na California e um bat-repelente de tubarão no cinto de utilidades do herói. Ou seja, merece uma menção honrosa pelo humor, nostalgia e pioneirismo!
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Taynah Ibanez
Taynah Ibanez é time DC e Batfangirl sem nenhuma vergonha na cara e estudou a Arlequina no mestrado. Agora, no doutorado, pesquisa os quadrinhos da DC Comics. Nas horas vagas, também é maratonista de animes e séries.
Ver mais conteúdos de Taynah IbanezTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
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