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Morfeu (Tom Sturridge) morre na segunda temporada de Sandman

Foto: Divulgação/Netflix

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Final explicado da 2ª temporada de Sandman na Netflix

Série cancelada chega ao fim mostrando uma nova era para o Sonhar, marcada por mudanças e novos começos

Vinícius Andrade, Tangerina
Vinícius Andrade

A segunda e última temporada de Sandman na Netflix chegou ao fim com o funeral de Morfeu (Tom Sturridge) e a introdução de uma nova era para o Sonhar, marcada por mudanças e novos começos. A temporada, que adaptou em grande parte a coleção de As Benevolentes de Neil Gaiman, explora as consequências das ações de Morfeu. A Tangerina te explica o final da série em detalhes neste texto.

O fim do reinado de Morfeu

O desfecho da jornada de Morfeu é impulsionado por um ato trágico: a morte misericordiosa de seu único filho, Orfeu (Ruairi O’Connor). Este ato, que envolve o derramamento de sangue familiar, é um tabu para os Perpétuos e invoca a fúria das Benevolentes (também conhecidas como Fúrias).

Morfeu havia se afastado de Orfeu por séculos após seu filho ter sido desmembrado e reduzido a uma cabeça, e ter implorado pela morte, o que Morfeu não podia conceder por ser proibido de derramar sangue familiar. No entanto, ao precisar da ajuda de Orfeu para localizar seu irmão Destruição (Barry Sloane), Morfeu concede o desejo de seu filho, liberando-o de seu sofrimento eterno.

Orfeu (Ruairi O’Connor) na segunda temporada de Sandman

Orfeu (Ruairi O’Connor)

Divulgação/Netflix

O criador da série Allan Heinberg explicou que Morfeu percebe que seu comportamento até então foi “terrível, egoísta, manipulador”, e que ele era “o vilão nas histórias de todas essas pessoas”.

Essa percepção, juntamente com a culpa e a tristeza pela morte de Orfeu, o leva a crer que ele não é mais o Sonho que o mundo merece. Morfeu entende que, ao matar Orfeu, ele próprio deve morrer. Ele escolhe aceitar seu destino e se sacrificar para salvar o Sonhar do ataque das Fúrias, libertando-se de suas responsabilidades infinitas.

Em sua cena final, Morfeu, cansado, chama sua irmã Morte (Kirby Howell-Baptiste) para uma falésia rochosa. Ele aceita a mão dela e é engolfado por uma luz brilhante, sinalizando sua morte e renascimento como um Sonho diferente.

Daniel: o novo Senhor dos Sonhos

Com a partida de Morfeu, seu herdeiro, Daniel Hall (Jacob Anderson), um bebê de oito meses concebido no Sonhar na primeira temporada, se transforma em um adulto para assumir o manto do novo Sonho dos Perpétuos. Essa transformação ocorre após Loki (Freddie Fox) ter jogado o bebê Daniel em uma lareira, queimando sua humanidade e permitindo que ele se tornasse o novo senhor dos sonhos.

Daniel Hall (Jacob Anderson), um bebê de oito meses concebido no Sonhar na primeira temporada de Sandman

Daniel Hall, o novo Sonho

O novo Sonho, Daniel, é dotado da essência e dos poderes do antigo Morfeu, mas mantém a inocência de uma criança. Ele demonstra uma nova habilidade: a capacidade de ressuscitar os mortos, algo que Morfeu não conseguia conceber.

Daniel traz de volta Abel (Asim Chaudhry) e Mervyn Pumpkinhead (dublado por Mark Hamill), e também Gilbert (Stephen Fry), que o repreende, explicando que a morte dá significado à vida e à história.

Uma das maiores demonstrações da nova natureza de Daniel é seu reencontro com Lyta Hall (Razane Jammal). Lyta havia acusado Morfeu de sequestrar seu filho e invocado as Fúrias contra ele. Daniel, seu antigo filho, agora como o novo Sonho, a perdoa, afirmando que “a vida e a morte nos afetam de maneiras que nada têm a ver com as escolhas que fazemos”.

Ele promete visitá-la em seus sonhos, permitindo que ela inicie uma nova fase em sua vida, livre da culpa. Essa humanidade é o que o diferencia de seu predecessor.

O funeral de Morfeu é um momento de união para a família dos Perpétuos, com Destino (Adrian Lester), Morte, Desejo (Mason Alexander Park), Desespero (Donna Preston) e Delírio (Esmé Creed-Miles) presentes.

Daniel é recebido com esperança por seus irmãos, embora ele próprio esteja nervoso e buscando orientação de Morfeu, como Lucienne (Vivienne Acheampong). A temporada termina com Daniel se ajustando ao seu novo papel e se encontrando com seus irmãos em um jantar de família, simbolizando um ciclo completo e um novo começo.

Daniel se ajustando ao seu novo papel e se encontrando com seus irmãos em um jantar de família em Sandman

Jantar de família em Sandman

(Foto: Divulgação/Netflix)

O futuro de Sandman: vai ter 3ª temporada?

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Allan Heinberg, showrunner e escritor da série, detalhou os elementos criativos do final da segunda temporada de Sandman, que foi feita para ser a última, pois a Netflix cancelou a série.

Heinberg revelou que a decisão de encerrar a história de Morfeu foi feita anos antes das acusações de assédio sexual e má conduta contra Neil Gaiman. Ele afirmou que Gaiman teve “envolvimento mínimo” na segunda temporada.

O criador de Sandman expressou seu desejo de que o interesse na série “sobreviva ao impacto” das alegações, considerando “triste e infeliz” qualquer impedimento à audiência por causa delas. Ele enfatizou que a equipe se esforçou para fazer “o show mais bonito, comovente e humano possível”.

Sobre o futuro da série, Heinberg indicou que não há planos para uma 3ª temporada.

Ele explicou que, se a série tivesse números de audiência comparáveis a Stranger Things ou Wandinha, a Netflix certamente exigiria mais. No entanto, ele reconheceu que o apelo de Sandman é “mais limitado” e “não é para todos”, chamando de “milagre” o fato de terem conseguido produzir duas temporadas de uma série “tão estranha”.

Apesar da falta de planos concretos, Heinberg afirmou que projetou o final da temporada com uma possível terceira temporada em mente, especialmente porque ele adoraria continuar a história de Daniel (Jacob Anderson) como o novo Sonho. Ele expressou a esperança de que os espectadores fiquem “animados com a ideia de Daniel ser o novo Sonho e esperançosos sobre o futuro desta família”.

Heinberg também mencionou que gostaria de explorar histórias de Lucienne como protagonista, ou de Johanna Constantine (Jenna Coleman) e Coríntio (Boyd Holbrook) resolvendo mistérios.

É importante notar que, embora a série tenha sido desenvolvida separadamente do Universo DC atual, Heinberg estaria aberto a um crossover se a DC Studios, sob James Gunn e Peter Safran, desejasse. Ele também explicou que a série Garotos Detetives Mortos, que se tornou parte do universo Sandman na Netflix, não foi incorporada à narrativa principal devido a questões de tempo e desenvolvimento.

Para os fãs, um episódio extra focado na personagem Morte (Kirby Howell-Baptiste) será lançado em 31 de julho na Netflix, concluindo a saga de Sandman –ao menos por enquanto.

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Vinícius Andrade, Tangerina

Vinícius Andrade

Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news

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