(Foto: Divulgação/Marvel Studios)
A Criatura de Jacob Elordi carrega uma vulnerabilidade física e emocional que se tornou o centro da repercussão do longa
Frankenstein está em primeiro lugar no Top 10 da Netflix e conquistando grande atenção do público. Mas por trás da produção existe um detalhe que está surpreendendo até quem acompanha de perto a carreira dos envolvidos. Originalmente, quem viveria a Criatura no filme de Guillermo del Toro seria Andrew Garfield, o eterno Peter Parker da era O Espetacular Homem-Aranha. A troca aconteceu nove semanas antes das filmagens começarem, em um dos bastidores mais tensos da carreira do diretor.
Guillermo del Toro revelou à Vanity Fair que passou nove meses desenvolvendo o visual da Criatura para Garfield, ao lado do artista de efeitos e maquiagem Mike Hill, responsável por A Forma da Água. Porém, quando as gravações precisavam finalmente começar, o antigo Homem-Aranha precisou abandonar o filme devido a conflitos de agenda causados pela paralisação das greves de roteiristas e atores em 2023.
Segundo o diretor, isso colocou o filme em situação crítica. Del Toro afirmou à revista: “Refizemos o elenco e tínhamos nove semanas [para encontrar a aparência perfeita]. Não existe pressão maior do que essa.”
Já a escolha de Jacob Elordi foi explicada por del Toro em entrevista à Empire Magazine. O cineasta afirmou que escolhe atores pelo olhar: “Eu escalo pelos olhos. Sempre olho para os olhos do ator e penso: ‘Ele consegue me transmitir essa emoção?’ Os olhos do Jacob eu soube imediatamente que poderiam mostrar inocência.”
Jacob Elordi, por sua vez, contou à Empire que já desejava fazer parte do filme desde que soube que del Toro estava preparando Frankenstein. Segundo o ator, ao receber a ligação da agência, ele reagiu com choque e humor: “Eu disse: ‘Você está brincando comigo’. Achei que seria para interpretar uma árvore ou um cavalo. Então perguntei: ‘É para interpretar a Criatura?'”
Jacob Elordi em cena de Frankestein
(Foto: Divulgação/Netflix)
O maquiador Mike Hill explicou à Vanity Fair por que Elordi acabou sendo a escolha perfeita: “Ele é tudo em um. O que me atraiu nele foi sua estrutura esguia e seus pulsos. Seu jeito é inocente, mas está envolto em um corpo de 1,95m.”
Andrew Garfield também comentou a saída, dizendo ao Deadline que chegou a ficar desapontado, mas entendeu o desfecho: “Conhecer Jacob foi uma verdadeira sorte, porque eu pude ver e ouvir que talvez ele precisasse dessa experiência mais do que eu.”
Hoje, com Frankenstein liderando a Netflix, fica claro que a troca de elenco não foi apenas circunstancial — ela mudou o filme. A Criatura de Elordi carrega uma vulnerabilidade física e emocional que se tornou o centro da repercussão do longa.
Se Garfield tivesse permanecido, a Criatura poderia ter sido mais introspectiva e contida. Com Elordi, o personagem ganha uma inocência brutal, quase infantil, que torna sua tragédia ainda mais dolorosa. E é justamente isso que está conquistando o público agora. Frankenstein alcançou 85% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, enquanto o público chegou a 95%.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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