FILMES E SÉRIES

Kim Young-kwang é Moon Baek em Gatilho, série da Netflix

(Foto: Divulgação/Netflix)

TRAMA INTERESSANTE

Gatilho: Final explicado da série que está no Top 10 da Netflix

Trama que se passa na Coreia do Sul imagina como seria se o país tivesse uso de arma irrestrito

Vinícius Andrade, Tangerina
Vinícius Andrade

A série sul-coreana Gatilho, que está em alta na Netflix e aparece no Top 10 da plataforma de streaming neste fim de semana, é um thriller de ação que se desenrola em uma Coreia do Sul ficcional onde as rigorosas leis de controle de armas são repentinamente ignoradas, e armas de fogo não registradas começam a inundar o país.

Ao contrário dos Estados Unidos, onde a violência armada é uma crise de saúde pública e há mais armas do que pessoas, na Coreia do Sul, a posse de armas por civis é rara, com apenas 0,2 armas para cada 100 pessoas, destinadas principalmente a atletas de tiro, fabricantes, caçadores licenciados e uso em produções audiovisuais.

A trama acompanha o protagonista Lee Do (interpretado por Kim Nam-gil), um policial, enquanto ele tenta impedir que a sociedade coreana caia em pânico e que a violência armada se torne a norma. A série, dirigida por Kwon Oh-seung, questiona o que aconteceria se as regulamentações sobre armas fossem ignoradas, servindo como uma parábola para o público coreano e um espelho para os americanos.

Gatilho explora como questões cotidianas como classe social, sistemas de justiça falhos e saúde mental podem interagir com a disponibilidade de armas, focando em pessoas comuns que se sentem ignoradas e exploradas.

Se você já viu e está procurando uma explicação do final da trama, a Tangerina te explica neste texto. Se ainda não terminou de assistir, saiba que este texto tem spoilers a partir daqui.

O que acontece em Gatilho

A trama central de Gatilho gira em torno do antagonista Moon Baek (interpretado por Kim Young-kwang), o cérebro por trás do esquema de distribuição de armas. Baek, diagnosticado com câncer terminal, orquestra essa operação de armas ilegais por pura vingança contra o país que o falhou.

Ele foi traficado para os Estados Unidos para ter seus órgãos removidos quando criança, e foi acolhido e treinado pela International Rifle Union (IRU), uma poderosa organização de traficantes de armas do mercado clandestino. Baek utiliza gangsters locais disfarçados de entregadores de correio para distribuir as armas, mirando indivíduos marginalizados e vítimas de bullying, baseando-se na ideia de que “todos carregam um gatilho em seu coração”.

Lee Do, por outro lado, serve como um contraponto moral a Baek. Ele foi criado pelo Capitão Jo (Kim Won-hae) após seus próprios pais e irmão serem mortos em um roubo em sua infância. Amedrontado pelas vidas que tirou como soldado, Do optou por não usar uma arma até que a crescente violência armada o forçasse a fazê-lo em situações de necessidade.

No clímax da série, Moon Baek manipula o Capitão Jo, pai adotivo de Lee Do, levando-o a um ponto de desespero após uma fraude imobiliária que resulta no suicídio de sua filha. Jo tenta se vingar dos responsáveis, usando uma arma ilegal. Lee Do intervém, convencendo Jo a não ceder à violência. No entanto, Baek, que orquestrou todo o cenário para aumentar a ansiedade pública e testar a resolução de Do, atira em ambos, resultando na morte do Capitão Jo.

Cena de Gatilho, série policial da Netflix feita na Coreia do Sul

Cena de Gatilho, série policial da Netflix

(Foto: Divulgação/Netflix)

O caos e o gesto de esperança

Com Jo fora de cena, Baek anuncia publicamente que qualquer pessoa na Coreia pode obter uma arma. O medo público atinge seu auge, milhares de armas são entregues e incidentes de violência armada se tornam mais comuns. Baek organiza um comício de “Armas Livres” para intensificar o conflito, dirigindo um caminhão cheio de armas para o meio da multidão e soltando bombas de fumaça para aumentar o caos.

Lee Do confronta Baek no meio da praça caótica, onde as pessoas amedrontadas apontam armas umas para as outras. Baek provoca Do, afirmando que apenas deu uma arma às pessoas e que a escolha de atirar era delas, enquanto seu objetivo era que um único tiro levasse todos a atirar uns nos outros. Um tiro é ouvido, e Baek é baleado, possivelmente por sua própria mão, e a praça irrompe em tiroteio.

No meio do caos, Do vê um menino sozinho, chorando, com uma arma nas mãos, uma imagem que ecoa sua própria infância. Em vez de se defender, Do larga sua arma e corre para abraçar a criança, dizendo “Está tudo bem. Você está seguro”.

Esse momento é capturado em uma transmissão ao vivo e se torna um símbolo de escolha da empatia sobre a violência, inclusive impedindo uma enfermeira que sofre bullying de usar uma arma para matar seus colegas. A imagem de Do e do menino mais tarde aparece em um memorial para as vítimas, com uma mensagem sobre a busca por um mundo mais seguro.

Final aberto de Gatilho na Netflix

Após os eventos do tiroteio, Moon Baek entra em coma e não tem expectativa de recuperação devido ao câncer e à perda de sangue. No entanto, o final de Gatilho é aberto. Uma cabala de membros da IRU, incluindo Jake, discute seus próximos passos de negócios. Uma mulher desconhecida é vista entrando no quarto de hospital de Baek, sugerindo que ela foi enviada para matá-lo por seu fornecedor de armas.

Embora o fim não seja completamente feliz, é esperançoso. A polícia em todo o país realiza campanhas para recolher armas ilegais. Lee Do sobrevive e, ecoando o que o Capitão Jo fez por ele, adota o menino que salvou no tiroteio, mostrando que ele está fazendo o que pode para criar um futuro melhor.

A série deixa em aberto se a ameaça da organização de armas foi completamente neutralizada, já que o fornecedor de armas de Baek ainda pode estar de olho no mercado sul-coreano. Ainda não confirmação se Gatilho terá uma segunda temporada na Netflix.

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Vinícius Andrade

Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news

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