(Foto: Divulgação/Prime Video)
Ao explorar dilemas sobre identidade, amizade e pertencimento, a série consegue falar de temas universais
O universo de The Boys já se consolidou como um dos mais ousados da televisão atual, mas Gen V prova que há espaço para narrativas ainda mais intensas dentro desse mesmo mundo. A segunda temporada chegou nesta quarta-feira (17) ao Prime Video com três episódios de estreia. O spin-off adolescente já mostra que pode ser ainda mais explosivo do que a série original.
Enquanto The Boys foca em heróis consagrados e no impacto de suas ações no cenário global, Gen V mergulha no microcosmo de jovens em formação. São personagens que ainda não entendem totalmente o peso de seus poderes, mas já vivem dramas carregados de adrenalina, sexo, violência e inseguranças típicas da juventude. Essa mistura torna a trama mais imprevisível e eletrizante.
A ambientação no campus da Universidade Godolkin é um acerto que não pode ser ignorado. O espaço funciona como laboratório social, onde rivalidades, segredos e alianças se transformam rapidamente em batalhas sangrentas. A tensão da vida estudantil, com disputas por popularidade e aceitação, ganha uma nova camada quando envolve superpoderes fora de controle.
Outro ponto que coloca Gen V em vantagem é a proximidade com o público jovem. Ao explorar dilemas sobre identidade, amizade e pertencimento, a série consegue falar de temas universais, mas com a intensidade de um thriller adulto. Esse equilíbrio entre o teen e o brutal faz com que a série tenha mais ganchos emocionais do que The Boys.
A narrativa também se beneficia da liberdade criativa que o spin-off permite. Sem a pressão de carregar o peso de personagens já consagrados, Gen V ousa em experimentações, seja na estrutura dos episódios, nos cliffhangers ou na maneira como mistura gêneros. O resultado é uma obra fresca dentro de um universo que já parecia consolidado.
Para quem busca apenas ação e violência gráfica, Gen V entrega de sobra. Mas o grande diferencial está no coração da história: personagens falhos, inseguros e muitas vezes autodestrutivos, que acabam sendo mais relacionáveis do que os super-heróis já estabelecidos.
No fim, o spin-off não apenas complementa The Boys, mas redefine os limites do que esse universo pode oferecer. Ao abraçar a fórmula teen e apostar em narrativas mais íntimas, Gen V mostra que o caos adolescente pode ser ainda mais explosivo que qualquer conspiração global.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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