Divulgação/Sony Pictures
O filme sequer alcançou a barreira dos US$ 100 milhões (R$ 554 milhões) esperada e aparece apenas entre as 20 maiores bilheterias de 2025
Karatê Kid: Lendas estreou com um charme nostálgico e renovado, mas o que mais chama atenção — e soa como um possível alerta para os estúdios — é a bilheteria decepcionante. Com arrecadação mundial até agora, o filme sequer alcançou a barreira dos US$ 100 milhões (R$ 554 milhões) esperada e aparece apenas entre as 20 maiores bilheterias de 2025.
O longa traz de volta Jackie Chan como Sr. Han e Ralph Macchio como Daniel LaRusso, mas o verdadeiro destaque é o novato Ben Wang como Li. Seu personagem carrega o filme com segurança, unindo carisma, humor e habilidade — um equilíbrio raro para um protagonista jovem e improvável.
Ambientado em Nova York, o filme utiliza a cidade como campo de conflitos físicos e emocionais. As sequências de luta são bem estruturadas, mesclando técnicas de Mr. Miyagi com um estilo contemporâneo, sem entrega fácil ao vazio da nostalgia.
Essa abordagem simples, sem visar a construção desesperada de franquias ou universos expandidos, mostra que é possível emocionar com autenticidade. Li representa bem essa nova proposta: um herói ‘pé no chão’, fundamentado em disciplina e coração, não em efeitos grandiosos.
Apesar de ter recebido nota A‑ da CinemaScore dos espectadores e ótimos índices de aprovação — como 92% dos usuários do Rotten Tomatoes, maior marca da franquia até hoje, o feedback positivo não se refletiu em números reais.
Após abrir em terceiro lugar em seu fim de semana de estreia (US$ 21 milhões), atrás de Lilo & Stitch e Missão: Impossível 8, o filme do Karatê Kid desacelerou rapidamente, encerrando com apenas US$ 77 milhões globais (US$ 38,5 milhões nos EUA e US$ 38,5 milhões internacional).
Esse resultado modesto, mesmo com orçamento estimado em US$ 45 milhões (R$ 249 milhões), mostra margem reduzida para retorno — e insinua que nem filmes bem avaliados estão livres da saturação do público com reboots e revivals. A repercussão discreta nas bilheterias pode soar mais que um tropeço: pode ser um sinal vermelho para os estúdios sobre o modelo de nostalgia como estratégia central.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
Ver mais conteúdos de Victor CierroTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
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