Divulgação/AMC
Série estrelada por Jon Hamm fez história na TV e venceu 16 prêmios no Emmy. Elisabeth Moss, Kiernan Shipka e John Slattery também participaram
Há exatos 15 anos, o canal pago AMC exibia aquele que seria o primeiro episódio de um marco na TV norte-americana. Ia ao ar em 19 de julho de 2007 a estreia de Mad Men: Inventando Verdades (2007-2005), série que marcou época e papou 16 Emmys durante a exibição de suas sete temporadas.
Intitulado Smoke Gets in Your Eyes (Fumaça Entra em Seus Olhos, em tradução literal), o primeiro episódio apresentou ao público Don Draper (Jon Hamm), diretor criativo da agência de publicidade Sterling Cooper e um dos personagens mais marcantes da história da TV dos EUA. Ao lado de um elenco de alto nível, o ator fez da série um dos principais títulos entre os anos 2000 e 2010.
Vencedora de 16 estatuetas no Emmy, Mad Men não apenas é considerada uma das melhores séries de todos os tempos, como colocou Don Draper no mesmo patamar de personagens como Walter White (Bryan Cranston), de Breaking Bad (2008-2013), e Tony Soprano (James Gandolfini), de Família Soprano (1999-2007). Os chamados “homens difíceis” quebraram paradigmas e introduziram ao mundo os protagonistas falhos, de caráter duvidoso e muito longe dos príncipes encantados popularizados no cinema e na TV.
Além de Jon Hamm, Mad Men consagrou grande parte de seu elenco principal. A série apresentou nomes como Elisabeth Moss (Peggy Olsen), que viria a ser figurinha carimbada no Emmy por conta do fenômeno The Handmaid’s Tale, e Kiernan Shipka (Sally Draper), que interpretou nada menos do que a nova versão de Sabrina Spellman em O Mundo Sombrio de Sabrina (2018-2020) e Riverdale.
Astros como John Slattery (Roger Sterling), Christina Hendricks (Joan Harris), January Jones (Betty Draper) e Vincent Karthreiser (Pete Campbell) não repetiram o mesmo sucesso após o fim da série, mas também marcaram época durante a trajetória de suas sete temporadas. Até hoje seus nomes são sempre lembrados entre os principais de Mad Men.
Abaixo, a Tangerina detalha que fim levou o elenco de Mad Men:
Jon Hamm em Mad Men e Top Gun: Maverick
Divulgação/AMC/Paramount Pictures
Vencedor de um Emmy por seu trabalho em Mad Men, o eterno Don Draper teve na série o trampolim para se tornar um dos grandes astros de Hollywood. Após o fim da atração, ele emplacou grandes projetos no cinema e na TV.
Hamm encabeçou o elenco de títulos como Nostalgia (2018) e Beirute (2018), mas o seu primeiro papel marcante nas telonas após Mad Men foi como o malandro Buddy de Em Ritmo de Fuga (2017), longa dirigido por Edgar Wright (Noite Passada em Soho). Ainda no cinema, o ator também acrescentou ao seu currículo as produções Lucy in the Sky (2019), Além das Montanhas (2020), O Caso Richard Jewell (2020) e Nem um Passo em Falso (2021).
Neste ano, Hamm integrou o elenco do fenômeno Top Gun: Maverick (2022) como o almirante Beau “Ciclone” Simpson. Principal rival do protagonista vivido por Tom Cruise, o personagem é um dos destaques do filme que obteve uma das maiores bilheterias do cinema desde o início da pandemia de Covid-19.
Polivalente, Hamm exibiu seu talento na TV de vários modos após o fim de Mad Men. Ele fez participações nas aclamadas comédias Unbreakable Kimmy Schmidt (2015-2019) e Belas Maldições, além de emprestar a voz para animações para adultos como M.O.D.O.K. (2021), na qual viveu ninguém menos do que Tony Stark/Homem de Ferro, e Invencível. Para 2023, ele foi confirmado como um dos protagonistas da quinta temporada de Fargo.
Elisabeth Moss em Mad Men e Iluminadas
Divulgação/AMC/Apple TV+
Para muitos fãs de Mad Men, Elisabeth Moss talvez seja a única integrante do elenco capaz de dizer que conquistou uma carreira tão boa quanto a de Jon Hamm após o fim da série. A intérprete de Peggy Olsen já havia sido um dos destaques da atração, mas ganhou status de estrela com papéis que vieram posteriormente.
Ao todo, Elisabeth coleciona incríveis 10 indicações ao Emmy em categorias de atuação. Embora seis dela sejam por Mad Men, ela só venceu a sua primeira estatueta como atriz em 2017, pela primeira temporada de The Handmaid’s Tale. No mesmo ano, a série ainda abocanhou o prêmio de melhor série dramática, o que lhe rendeu uma vitória como produtora executiva.
Em 2022, ela atuou e produziu a minissérie Iluminadas (2022), atração da Apple TV+ na qual contracenou com o brasileiro Wagner Moura (Narcos). Apesar de muito elogiada, a atração acabou na lista de produções esnobadas pelo Emmy.
O sucesso em Mad Men também ajudou Elisabeth a emplacar papéis de destaque no cinema. Ela foi a protagonista de O Homem Invisível (2020) e participou de títulos como Nós (2019), Rainhas do Crime (2019) e A Crônica Francesa (2021). Ela ainda está confirmada em Francis and the Godfather, filme que vai contar a história dos bastidores da produção do clássico O Poderoso Chefão (1972).
John Slattery em Mad Man e em Next
Divulgação/AMC/Fox
Intérprete do mulherengo Roger Sterling, John Slattery já era um veterano da indústria quando assumiu um dos papéis protagonistas de Mad Men. Ele havia atuado em atrações como Homefront (1991-1993), Jack & Bobby (2004), Ed (2000-2004) e até Desperate Housewives (2004-2012), mas foi no sucesso da AMC que ele finalmente se tornou um nome em alta de Hollywood.
O sucesso em Mad Men alavancou a sua carreira e lhe rendeu, inclusive, um lugar no tão almejado Universo Cinematográfico da Marvel. Slattery é o responsável por viver a versão mais velha de Howard Stark, pai de Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), em três títulos diferentes: Homem-Formiga (2015), Capitão América: Guerra Civil (2016) e Vingadores: Ultimato (2019). Fora das produções de super-heróis, o ator ainda participou do vencedor do Oscar Spotlight: Segredos Revelados (2015).
Indicado quatro vezes ao Emmy por Mad Men, Slattery se manteve em alta na TV após o fim da série. Ele protagonizou a fracassada Next (2020) e colecionou papéis em produções como Mrs. America (2019), Modern Love e Veep (2012-2019).
January Jones em Mad Men e Spinning Out
Divulgação/AMC/Netflix
Após ingressar na carreira artística como modelo, January Jones teve em Mad Men a sua grande chance como atriz. Ela esteve em longas como American Pie: O Casamento (2003), Somos Marshall (2006) e Os Piratas do Rock (2008), mas o destaque na série da AMC lhe rendeu um lugar entre os principais nomes de X-Men: Primeira Classe (2011).
Mesmo com uma indicação ao Emmy por seu trabalho como Betty Draper, January não teve grandes papéis na TV nos anos seguintes ao fim da atração. Ela esteve em Last Man on Earth (2015-2018) e na fracassada Spinning Out (2020), mas nunca recuperou o prestígio de seus tempos de Mad Men.
Christina Hendricks em Mad Men e Good Girls
Divulgação/AMC/NBC
Responsável por viver a bela e ambiciosa Joan Harris, Christina Hendricks teve nada menos do que seis indicações ao Emmy por Mad Men –quase uma por cada temporada da série. Apesar de coadjuvante, ela é até hoje lembrada pelos fãs como uma das personagens mais marcantes entre todas as figuras femininas da atração.
Com o fim de Mad Men, Christina foi uma das protagonistas de Good Girls (2018-2021), série que, apesar de manter audiência razoável para a rede NBC, teve fim prematuro com o seu cancelamento após a quarta temporada. Uma sobrevida na Netflix chegou a ser cogitada, mas o serviço de streaming optou por não adquirir os direitos definitivos da atração.
Ela ainda atuou nas duas primeiras temporadas de Tin Star (2017-2020) e nas pouco faladas Hap and Leonard (2016-2018) e Another Period (2013-2018). No cinema, ela dublou a personagem Gabby Gabby de Toy Story 4 (2019) e integrou o elenco de filmes como Demônio de Neon (2016), Te Pego na Saída (2017) e Doce Argumento (2018).
Kiernan Shipka em Mad Men e em Riverdale
Divulgação/AMC/Netflix
Atualmente com 23 anos, Kiernan Shipka estreou em Mad Men como a pequena Sally Draper, filha mais velha de Don e Betty, quando tinha apenas oito. Integrante do núcleo familiar do protagonista, a então atriz mirim nunca foi uma das principais da atração, mas viu a sua carreira decolar após o fim da série.
Kiernan esteve na premiada minissérie Feud, cocriada por Ryan Murphy (Glee) para o canal pago FX, e foi escalada como a protagonista de O Mundo Sombrio de Sabrina, remake da Netflix para as histórias da bruxa adolescente Sabrina Spellman.
No papel da bruxinha, Kiernan virou estrela teen e protagonizou quatro temporadas da atração. Com o cancelamento da série pela Netflix, ela voltou ao papel para participações especialíssimas em Riverdale. Embora as duas produções fossem de emissoras diferentes, elas eram ambientadas no mesmo universo.
A atriz esteve no elenco de filmes como A Enviada do Mal (2015), O Silêncio (2019) e Deixe a Neve Cair (2020). Kiernan também está confirmada na vindoura The White House Plumbers, minissérie de cinco episódios inspirada em fatos reais que será exibida pela HBO.
Vincent Kartheiser em Mad Men e em Titãs
Divulgação/AMC/HBO Max
Único da lista a não receber indicação ao Emmy por seu trabalho em Mad Men, Vincent Kartheiser se destacou como Pete Campbell, rival de Don Draper nos primeiros anos da série. Desde o fim da atração, o ator protagonizou mais polêmicas em sua vida pessoal do que nos corredores de Hollywood.
De 2015 até o momento presente, Vincent colecionou participações em séries como Casual (2015-2018), The Path (2015-2018), The OA (2016-2019) e Proven Innocent (2019), todas sem repetir o destaque que teve Mad Men. Em 2021, ele recebeu a chance de viver o vilão Jonathan Crane/Espantalho em Titãs, da HBO Max, mas seu trabalho na produção ficou marcado por problemas no set.
Enquanto trabalhou em Titãs, o ator foi alvo de investigações internas por má conduta e comportamento inadequado nos bastidores. Fontes envolvidas com a série e ouvidas pelo site Deadline afirmaram que Kartheiser fazia comentários inapropriados e mantinha interações consideradas juvenis com membros do elenco e produção.
Ao fim das investigações, os executivos da Warner Bros. decidiram que o ator deveria ser repreendido verbalmente, mas que suas ações não justificariam uma demissão. Ele continuou normalmente seu trabalho durante a terceira temporada, mas não está confirmado na já anunciada quarta leva de episódios.
No total, Mad Men teve 92 episódios divididos entre sete temporadas. A série está disponível completa nos catálogos do Prime Video, da HBO Max e do Globoplay.
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
Ver mais conteúdos de André ZulianiTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?