FILMES E SÉRIES

Ebon Moss-Bachrach em Quarteto Fantástico, novo filme da Marvel

Divulgação/Marvel Studios

Marketing

Marvel parece ter perdido seu principal trunfo dos últimos anos

Sem um marketing agressivo que trate cada estreia como imperdível, o apelo de ver no cinema se perde

Victor Cierro
Victor Cierro

A Marvel perdeu sua principal arma nos últimos anos: o marketing. Em 2025, a divulgação de suas produções ficou tímida e sem impacto, mesmo com projetos de grande potencial. Um exemplo recente é Coração de Ferro, série que chegou ao Disney+ quase sem ser notada pelo público. O título, que poderia reacender o legado do Homem de Ferro, passou em branco na mídia e nas redes sociais.

A situação se repete com Quarteto Fantástico, filme que promete ser o maior evento do estúdio desde Vingadores: Ultimato (2019). Mesmo com um elenco estelar e a introdução de personagens clássicos do universo Marvel, a campanha de divulgação até agora tem sido discreta. Faltando pouco tempo para a estreia, não há tour promocional, eventos com fãs ou sequer trailers impactantes que gerem expectativa real.

Enquanto isso, Superman, novo filme da DC comandado por James Gunn, segue uma estratégia completamente oposta. A produção estreia apenas 14 dias antes do novo Quarteto Fantástico, mas já roda o mundo com uma turnê promocional. O diretor e os atores do elenco passaram por eventos nas Filipinas, na Austrália e até no Rio de Janeiro, gerando burburinho e colocando o filme no radar do público global.

Marketing da Marvel

Essa diferença de abordagem contrasta com o que a própria Marvel fazia há poucos anos. Mesmo lançando séries diretamente no streaming, o estúdio investiu pesado em marketing. WandaVision (2021) se tornou um fenômeno cultural graças a trailers bem montados e entrevistas exclusivas com o elenco. Loki (2021-2023) e até mesmo Cavaleiro da Lua (2022), com um herói menos conhecido, tiveram presença marcante na mídia.

O reflexo dessa nova fase já atinge as bilheteiras. Thunderbolts*, um dos principais lançamentos da Marvel em 2025, foi um fracasso comercial. O estúdio apostava na reunião de personagens conhecidos, mas não conseguiu gerar expectativa suficiente para levar o público aos cinemas. A falta de uma forte campanha publicitária robusta pesou no resultado.

Outro fator que pode estar desmotivando o público é o hábito dos assinantes do Disney+. Como os filmes da Marvel chegam à plataforma poucas semanas após a estreia nos cinemas, muitos preferem esperar para assistir em casa. Sem um marketing agressivo que trate cada estreia como imperdível, o apelo de ver no cinema se perde — e com ele, a sensação de evento que o estúdio sustentou por mais de uma década.

Em 2025, a Marvel ainda tem nomes fortes em seu calendário, mas precisa recuperar a urgência e o entusiasmo que construíram seu império. Sem campanhas marcantes, nem mesmo seus personagens mais icônicos conseguirão manter o interesse do público. E, neste momento, quem está ganhando o jogo da percepção é a DC.

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Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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