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David Harbour e Winona Ryder em cena de Stranger Things

(Foto: Divulgação/Netflix)

Netflix

A morte que nunca aconteceu pode influenciar o fim de Stranger Things

Se ele sobreviver novamente ao caos que está por vir, a série se despede em um tom de resistência

Victor Cierro
Victor Cierro

Stranger Things chega à sua temporada final carregando um peso emocional que vai além da história em Hawkins. Entre todos os personagens da série, Jim Hopper (David Harbour) é um dos que mais simbolizam essa jornada de perdas, reencontros e mudanças. Mas o que muita gente não sabe é que ele não deveria estar vivo neste ponto da trama.

Segundo os criadores da série, Matt e Ross Duffer, havia uma versão da história em que Hopper morria no final da terceira temporada, na explosão do Starcourt Mall. Em entrevista para a Entertainment Weekly, eles revelaram que esse foi um dos pontos criativos mais discutidos na sala dos roteiristas, e que sua permanência foi decidida quase no último momento.

A ideia inicial era que o sacrifício representasse a conclusão da transformação de Hopper, que começou como um homem marcado pela perda da filha e terminou como alguém disposto a entregar a própria vida para proteger Eleven (Millie Bobby Brown) e Hawkins. Porém, eles perceberam que ainda havia espaço para mostrar o lado mais vulnerável e humano do personagem, explorando suas relações, sua reconstrução e seu futuro após o trauma.

Nos bastidores, porém, a imagem de David Harbour enfrenta um momento delicado às vésperas da estreia. Após o lançamento do álbum West End Girl, Lily Allen, ex-esposa do ator, trouxe à tona detalhes pessoais do relacionamento dos dois, incluindo episódios de desgaste emocional e traições. A repercussão reacendeu discussões sobre o comportamento do ator e acabou coincidindo com o retorno de Stranger Things ao centro do debate cultural.

Millie Bobby Brown e David Harbour em cena de Stranger Things

Millie Bobby Brown e David Harbour em cena de Stranger Things

(Foto: Divulgação/Netflix)

As polêmicas de Stranger Things

Além disso, segundo reportagens publicadas no Reino Unido, Millie Bobby Brown teria registrado antes das gravações da última temporada uma denúncia formal contra Harbour por comportamento de assédio moral e intimidação no set. A Netflix não comentou o caso, e o resultado da investigação não foi divulgado, o que contribuiu para um clima de especulação e tensão entre fãs e imprensa.

O assunto ganhou ainda mais força quando voltou à tona a história do cachorro Chester, da família Byers, cuja saída da série teria sido sugerida pelo próprio ator após reclamações sobre o animal.

Ao mesmo tempo, a própria natureza de Hopper dentro da série faz dessa escolha algo ainda mais simbólico. Ele é um dos pilares emocionais da história, um ponto de afeto, força e dor. Sua volta representou esperança em um universo que raramente oferece finais doces. Se ele tivesse morrido naquela explosão, a trajetória emocional de Stranger Things teria tomado um rumo mais trágico e sombrio.

Hopper pode morrer na última temporada

Mas é justamente por Hopper ter sido salvo do destino original que a temporada final carrega agora um impacto diferente. A pergunta que fica é: essa morte que nunca aconteceu vai cobrar seu preço no final? Em séries de grande porte, escolhas adiadas muitas vezes retornam como elementos decisivos no encerramento.

Além disso, Hopper é um dos personagens que mais se conectam emocionalmente ao público. Se ele sobreviver novamente ao caos que está por vir, a série se despede em um tom de resistência. Se ele cair, a história volta para a forma mais crua do que Stranger Things sempre foi: uma narrativa sobre amadurecer através da perda.

A última temporada, dividida em três partes e marcada para estrear ao longo do fim do ano, está construída justamente sobre essa ideia de encerramento definitivo. E se existe um personagem cuja trajetória pode selar o tom desse final, esse personagem é Hopper. O herói que deveria ter morrido no passado pode ser aquele que define como tudo termina.

No fim, Stranger Things sempre foi sobre o quanto somos moldados pelas pessoas que perdemos e pelas que permanecem. A morte que não aconteceu ainda pode ser o evento que fecha o ciclo de uma história que marcou uma geração.

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Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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