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Ginger Gonzaga e Tatiana Maslany em cena de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis

Divulgação/Disney+

Análise

Mulher-Hulk ainda precisa correr para ser série feminista da Marvel

Com quatro episódios exibidos, Mulher-Hulk passou apenas superficialmente por outras personagens femininas além da protagonista

Bruna Nobrega
Bruna Nobrega

Com a estreia de seu quinto episódio nesta quinta-feira (15), Mulher-Hulk (2022) passa da metade de jornada de nove capítulos na sua primeira temporada. No entanto, a nova série da Marvel ainda precisa percorrer um longo caminho para se tornar a produção feminista que se propunha a ser desde a sua concepção.

Logo no primeiro episódio, a série foi direta ao mostrar que Jennifer Walters (Tatiana Maslany) é uma mulher empoderada, dona da própria carreira, que já lidou com muito machismo ao longo da vida. Ela exemplificou isso de forma quase “desenhada” para o primo, Bruce Banner (Mark Ruffalo), quando explicou por que aprendeu a controlar a transformação em Hulk de maneira tão fácil.

“O ponto, Bruce, é que eu sou ótima em controlar a minha raiva. Eu faço isso o tempo todo. Quando eu sou encurralada na rua, quando homens incompetentes explicam minha própria especialização pra mim. Eu faço isso praticamente todos os dias, porque, se não fizer, eu sou chamada de ‘emotiva’ ou ‘difícil’ ou eu posso literalmente ser assassinada. Eu sou ótima em controlar a minha raiva, porque eu faço isso infinitamente mais que você”, discursou a personagem.

Mark Ruffalo e Tatiana Maslany em cena de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis

Mark Ruffalo e Tatiana Maslany na série Mulher-Hulk: Defensora de Heróis

Divulgação/Disney+

Desde então, tem sido muito gratificante ver momentos da Mulher-Hulk batendo de frente com outros homens, agora que tem o poder para isso. A cena em que ela derrota um grupo de criminosos por conta própria no terceiro episódio, ou mesmo a narrativa do rival da advogada, Dennis Bukowski (Drew Matthews), sendo enganado por Megan Thee Stallion, deixam a série ainda mais divertida.

Tudo isso –e o fato de que Mulher-Hulk ainda tem um time poderoso de mulheres por trás das câmeras– não pode ser ignorado. O problema é que, em praticamente metade de toda a primeira temporada, a protagonista foi a única mulher da série que ganhou um aprofundamento de verdade.

Aliás, por enquanto, apenas outras duas personagens femininas importantes apareceram: Nikki Ramos (Ginger Gonzaga), a melhor amiga de Jennifer, e Titânia (Jameela Jamil), a vilã que a interrompeu no primeiro episódio e causou sua primeira transformação pública –e que, depois, sumiu por completo até o final do quarto capítulo.

Ginger Gonzaga e Tatiana Maslany em cena de Mulher-Hulk

Ginger Gonzaga e Tatiana Maslany na série Mulher-Hulk

Divulgação/Disney+

Mesmo assim, suas presenças foram bem superficiais. Nikki se prende ao estereótipo de “melhor amiga da protagonista”, com todos os clichês que são necessários. Ela é um alívio cômico, dá conselhos muitas vezes duvidosos e ainda é a maior incentivadora da vida amorosa da Mulher-Hulk. Além da influência que ela tem na vida de Jennifer Walters, o público não sabe quase nada sobre a personagem.

O mesmo pode ser dito sobre Titânia, que deveria ser uma das grandes e poderosas vilãs da série, mas, até agora, apareceu menos até do que o mágico fake Donny Blaze (Rhys Coiro).

Com cinco episódios restantes, Mulher-Hulk ainda tem tempo para correr atrás do prejuízo, e a boa notícia é que a série provavelmente vai fazer exatamente isso! A vilã de Jameela Jamil está programada para aparecer com mais destaque nos próximos capítulos, assim como Nikki e também Mallory Book (Renée Elise Goldsberry), uma das maiores adversárias de Jennifer Walters nos tribunais, que apareceu brevemente no episódio O Povo contra Emil Blonsky.

Jameela Jamil em cena de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis

Devemos ver mais da Titânia (Jameela Jamil) nos novos episódios de Mulher-Hulk

Divulgação/Disney+

No entanto, os próximos capítulos também reservam o aguardado retorno do Demolidor (Charlie Cox) para o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Então resta saber se Mulher-Hulk vai conseguir equilibrar as famosas participações especiais aguardadas pelos fãs com todo o potencial que as outras personagens femininas ainda têm a oferecer. Vamos ficar na torcida!

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Bruna Nobrega

Bruna Nobrega

Bruna Nobrega passou pelas redações da Capricho, do Hugo Gloss e da Loading antes de abraçar as redes sociais da Tangerina. Não resiste a filmes e séries teens, ama músicas com uma boa fofoca por trás, é swiftie de carteirinha e fã de Crepúsculo.

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