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Cena do filme Os Opostos Sempre Se Atraem

Divulgação

Crítica

Nem Omar Sy salva bromance policial da Netflix do desastre

Típico buddy cop movie, Os Opostos Sempre Se Atraem se perde nas piadas de mau gosto para fazer uma pertinente crítica ao crescimento do fascismo na França

Rafael Argemon
Rafael Argemon

No começo, a dupla de protagonistas se odeia. Nada parece funcionar entre eles. Mas, por alguma razão que varia de filme para filme, eles parecem meio que forçados a conviver juntos. E é por meio dessa convivência que eles percebem que foram feitos um para o outro. Não, não estamos falando de uma comédia romântica, mas de um subgênero do cinema conhecido como “buddy cop movie”.

Os Opostos Sempre Se Atraem, que mal estreou na Netflix e já está no topo do ranking da plataforma, é um típico exemplo de buddy cop movie. O equivalente “machão” de uma comédia romântica. Um bromance recheado de ação que segue uma tradição já bem antiga de filmes do gênero, como 48 Horas (1982), Um Tira da Pesada (1984), Máquina Mortífera (1987), Os Bad Boys (1995), A Hora do Rush (1998) e por aí vai.

Na trama, Ousmane Diakité (Omar Sy) e François Monge (Laurent Lafitte) são dois policiais com estilos, origens e carreiras bem diferentes. Eles chegaram a ser parceiros anos atrás, mas a vida, e as atitudes de cada um em relação a suas carreiras, os separou. Sexista e egocêntrico, François acabou rebaixado a uma delegacia local, enquanto o focado Ousmane progrediu até um alto cargo entre detetive da central de polícia de Paris. 

Ao buscar seus pais em uma estação de trem de Paris, François descobre um corpo decepado. O caso é assumido por Ousmane, que é informado que a outra metade da vítima foi encontrada em uma cidade nos Alpes franceses. Ao chegar no local, a improvável dupla acaba descobrindo uma trama que envolve um poderoso político local e um grupo de supremacistas brancos.

Uma missão para Omar Sy

Ou seja, a única diferença em relação a seus pares de décadas passadas é que Os Opostos Sempre Se Atraem tenta fazer um tipo de comentário social sobre a ascensão da extrema direita e o crescente racismo na França. O problema é que faz isso com aquele estilo já ultrapassado típico dos buddy cop movies, entre piadinhos sobre órgãos genitais masculinos e perseguições de carro.

Se a parceria entre o diretor Louis Leterrier –um veterano de filmes de ação– e Omar Sy dá muito certo na série Lupin (2021 – ), outro sucesso da Netflix, aqui, nem o incrível carisma da estrela francesa consegue salvar Os Opostos Sempre Se Atraem do desastre. Um filme cheio de boas intenções que se equivocou na escolha do formato para fazer sua crítica.

Cena do filme Os Opostos Sempre Se Atraem

Trailer de Os Opostos Sempre Se Atraem

Omar Sy e Laurent Lafitte são dois policiais engraçadinhos em novo filme da Netflix

Dois pelo preço de um: Com roteiro Quer assistir um bom buddy cop movie, então vá de 48 Horas. Um clássico desse subgênero estrelado por Eddie Murphy e Nick Nolte. Você encontra o filme no Telecine Play e OiPlay.

Presta atenção, freguesia: As cenas de perseguição não são lá muito originais. Porém, há uma boa que acontece dentro de um centro de entretenimento.

Quer ficar por dentro dos melhores lançamentos da semana? Chega mais que a Tangerina preparou uma lista refrescante pra você!

Pôster do filme Os Opostos Sempre Se Atraem

Os Opostos Sempre Se Atraem

Policial / Comédia
16

Direção

Louis Leterrier

Produção

Netflix

Onde assistir

Netflix

Elenco

Omar Sy
Laurent Lafitte
Izïa Higelin
Dimitri Storoge
Stéphane Pezerat
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Rafael Argemon

Rafael Argemon

Rafael Argemon é criador do perfil O Cara da Locadora no Instagram e também assina uma coluna com o mesmo nome na Tangerina, onde indica as pérolas escondidas nas plataformas de streaming. Cinéfilo e maratonador de séries profissional, passou por Estadão, R7, UOL, Time Out e Huffpost. Apaixonado por pugs, sagu e jogos do Mario.

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