Divulgação/Universal Pictures
Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe estreia nesta quinta nos cinemas; confira a entrevista exclusiva de Nicolas Cage e Nicholas Hoult à Tangerina
Vencedor do Oscar, Nicolas Cage tem no currículo pelo menos uma dezena de personagens marcantes. A lista aumenta com Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe (2023), longa que estreia nos cinemas nesta quinta (27) e no qual ele interpreta ninguém menos do que o conde Drácula.
Para viver o vampiro mais famoso do mundo, Cage buscou referências em uma obra que nada tem a ver com monstros imortais chupadores de sangue: Um Lobisomem Americano em Londres (1981).
O clássico dos anos 1980 conta a história de um rapaz norte-americano que é mordido por um lobisomem durante uma viagem pelo Reino Unido. Apesar de diversos avisos, ninguém acredita em sua condição, e o caos se instala na cidade europeia.
Entre as várias encarnações de Drácula disponíveis na cultura pop –e que também foram estudadas pelo ator–, Cage viu no longa de 1981 um ótimo exemplo daquilo que ele queria fazer com o personagem. Em entrevista exclusiva à Tangerina, o astro de Renfield explicou suas razões.
“Eu olhei para o tipo de desempenho inovador dos Dráculas anteriores, como Bela Lugosi [1882-1956], Christopher Lee [1922-2015] e Gary Oldman, e pensei: ‘Tudo bem, isso já foi feito’. E meio que comecei a desenvolver a partir daí. Eu me debrucei sobre este Drácula [de Renfield] e tentei entendê-lo para encontrar algo que eu pudesse contribuir para o personagem”, detalhou Cage.
De acordo com o ator, algo que o ajudou a construir a própria versão do conde Drácula foi entender o contexto de Renfield em si. Por se tratar de uma comédia recheada de ação e sangue, ele não poderia interpretar o personagem da forma clássica –um monstro saído das histórias de terror. Portanto, sua principal referência acabou se tornando o longa sobre lobisomem.
“Esta é uma comédia de terror invertida, o que é uma mistura deliciosa quando você encontra esse tom certo. Eu busquei o mesmo tipo de sentimento de Um Lobisomem Americano em Londres, com o personagem e com a tentativa de fundir o que é assustador com o que é engraçado –às vezes dentro da mesma linha ou das mesmas expressões faciais”, justificou Nicolas Cage.
David Naughton em cena de Um Lobisomem Americano em Londres
Divulgação/Sunset Boulevard
No longa, Drácula assume o posto de coadjuvante e deixa o protagonismo para o personagem-título vivido por Nicholas Hoult. Diferentemente de outras encarnações do cinema, o ator britânico de 33 anos dá a Renfield um aspecto mais humano e sem a caracterização grotesca que o persegue em filmes, séries e livros. A atuação do astro no longa rendeu elogios de Nicolas Cage.
“Ver Nick [Hoult] no set realmente me ajudou muito no trabalho de como atores coadjuvantes conseguem melhorar o desempenho do protagonista. Seu timing cômico, sua velocidade e sua mudança para uma vulnerabilidade característica do personagem me ajudaram a descobrir como construir esse papel coadjuvante do Drácula”, acrescentou.
Para Nicholas Hoult, a oportunidade de viver uma versão completamente diferente de Renfield foi uma das coisas que o atraiu ao projeto. O longa é o primeiro que conta a história pelo ponto de vista do ajudante de Drácula, e usar a experiência entre os dois como uma relação tóxica entre o chefe e seu subordinado apenas alimentou ainda mais a vontade do ator em aceitar o desafio.
“Drácula é uma história clássica, mas todas as interações anteriores do personagem nós vimos apenas pelo seu ponto de vista. Agora, nós pegamos o Renfield, que é um personagem secundário, e o colocamos no centro desta história. Ela se passa 100 anos depois do livro original e investiga essa dinâmica entre dois personagens que estão juntos há muito tempo e acabaram desenvolvendo um relacionamento tóxico. Foi muito divertido para nós dois viver esses personagens desta forma”, pontuou.
Assista ao trailer de Renfield:
Renfield
Trailer legendado
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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